A Fé Antiga e Perene Falando ao Mundo Atual: Temas Teológicos, Notícias, Reportagens, Comentários e Entrevistas à luz da Fé Ortodoxa.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Terça-Feira, 4ª Semana após Pentecostes

Rm 10, 11–11, 2; Mt 11, 16–20 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

“A que compararei esta geração?”

Inquietação e insatisfação são características marcantes de almas errantes, que desejam tudo e com nada se satisfazem. Em meio a esta turbulência interna soltam gritos de indagações e contestações a Deus e se queixam de sua ausência e do seu silêncio, responsabilizando o Criador pelos resultados de sua existência. Imaginem se passássemos a questionar os cientistas porque não vemos e não ouvimos os sons dos microorganismos. Eles nos diriam: o problema são os seus olhos e os seus ouvidos, porque a olhos e ouvidos nus, não se pode ver e nem se ouvir o som destes seres.

A alma só pode ver e ouvir a Deus quando se reveste da indumentária do desejo, pois Deus se revela a nós na mesma medida do nosso desejo por encontrá-Lo; não na medida da nossa curiosidade ou insana queixa, mas na mesma proporção da nossa verdade. Diz o salmista: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam em verdade” Sl. 144:18 (145:18); e ainda mais “Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria” Sl 50:6 (51:6).

+ Mateus (Antonio Eça)

«Senhor, salva-nos!»

“Ó meu Deus, o meu coração é como um vasto mar agitado pelas tempestades:que ele encontre em Ti a paz e o repouso. Tu ordenaste aos ventos e o mar que se acalmassem e, sob a Tua voz, eles apaziguaram-se; vem apaziguar as agitações do meu coração, para que tudo em mim se torne calmo e tranquilo, para que Te possa possuir, Tu, o meu único bem, e Te possa contemplar, suave luz dos meus olhos, sem perturbação nem obscuridade. Ó meu Deus, que a minha alma, liberta dos pensamentos tumultuosos deste mundo, «se esconda à sombra das Vossas asas» (Sl 16, 8). Que encontre junto de Ti um lugar de renovação e de paz; e, repleta de alegria, possa cantar: «Deito-me em paz e logo adormeço, porque só Vós, Senhor, fazeis que eu repouse em segurança» (Sl 4, 9).
Que a minha alma descanse, peço-Te, ó meu Deus, que descanse da lembrança de tudo o que está sob o céu, que desperte unicamente para Ti, como está escrito: «Eu durmo, mas o meu coração vela» (Ct 5, 2). A minha alma só está em paz e em segurança, ó meu Deus, debaixo das asas da Tua protecção (Sl 90, 4). Que ela permaneça eternamente em Ti e que seja abraçada pelo Teu fogo. Que, elevando-se acima de si própria, Te contemple e cante alegremente os Teus louvores. No meio das inquietações que me agitam, que os Teus dons sejam a minha suave consolação, até que eu chegue a Ti, ó verdadeira paz.”

 

Oração do Bem-aventurado Agostinho, Bispo de Hipona (354 – 430 dC)

Fonte: ”EvangelhoQuotidiano”

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

19 de Junho (Calendário Juliano): São Judas, irmão do Senhor

Santo Hipácio, Abade

clip_image002No subúrbio de Calcedônia, conhecido como «La Encina», que deu seu nome ao infame pseudo-sínodo que condenou São João Crisóstomo, certo funcionário consular, de nome Rufino, construiu uma igreja dedicada a São Pedro e São Paulo e, junto dela, um monastério. A comunidade monástica que ali viveu e que da assistência à igreja, teve o seu período de prosperidade, mas a morte do fundador causou a dispersão dos monges ficando, tanto o monastério como a igreja, abandonados e, logo conhecidos popularmente como abrigo de fantasmas e almas penadas. Como ninguém se atrevesse a entrar lá, os edifícios permaneceram abandonados por muitos anos, até que um santo asceta chamado Hipácio e seus dois companheiros, Timóteo e Mosquion, decidissem ocupá-los, depois de uma viagem a Bithynia que fizeram em busca de um lugar onde pudessem viver retirados. Habitando aquelas ruínas, em pouco tempo começou a chegar os discípulos, reunindo muito rapidamente uma grande comunidade que empreendeu a recuperação da igreja e do monastério. Hipácio governou o monastério por muitos anos e, depois de sua morte, o local recebeu o seu nome. Leia mais»

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Segunda-feira,4ª semana após Pentecostes

Rm 9, 18-33; Mt 11, 2-15 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

“És tu aquele que havia de vir ou esperamos outro?”

Dúvidas, incertezas… Quem não experimenta isto na vida? Eu me pergunto: Como pode alguém, como o Santo Profeta João Batista, que viu o céus se abrirem e o Espírito descer como Pomba sobre Jesus e ouvir a Voz Celeste dizer “Este é o meu Filho Amado” ter dúvidas na alma? Só encontrei uma resposta: a dor profunda, que tem a capacidade de alterar nossas convicções, cosmovisões, sentimentos e etc. Desta situação, nem o próprio Filho este imune: “Deus meu, por que me abandonaste?”

Mas, devemos ressaltar que não foi qualquer dor. Ambos, João e Jesus, investiram a vida (renunciando a Si mesmos plena e radicalmente) em prol do Reino de Deus e obtiveram deste mundo a paga da dor e da rejeição.

Contudo, em nossa perturbação, assim como as nuvens espessas obscurecem a luz do sol, assim a nossa dor não permite ver as recompensas que o Pai reserva ao fiel: De João, se diz: “ dos nascidos de mulher, ninguém foi maior que João” e de Jesus: “Deus o exaltou sobremaneira, a fim de que ao Nome de Jesus se dobrem todos os joelhos nos céus e na terra.

Gritemos a nossa dor, mas não deixemos que ela nos cegue.

+ Mateus (Antonio Eça)

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

16 de Junho (Calendário Juliano): São Tikón

 

Tudo o que podemos dizer sobre São Tikón é que, numa época muito antiga, ocupou a sede episcopal de Amato, lugar onde está localizada agora a cidade de Limassol, em Chipre, e que durante séculos desfrutou de grande veneração pelos habitantes da ilha, a quem lhes chamam o “Milagroso”, e é considerado o padroeiro dos vinicultores. Dois são os pontos da sua vida que seus hagiógrafos destacam sempre: o primeiro, que era filho de um padeiro e, ainda menino, costumava distribuir entre os pobres o pão que seu pai mandava vender. Ao tomar conhecimento do fato, o padeiro ficou muito indignado, mas, ao abrir a porta de seu armazém onde mantinha sua farinha de trigo, ele encontrou, por um milagre, muito mais do que havia guardado, de modo a que as suas perdas foram amplamente recompensadas. O segundo ponto diz respeito ao tempo em que Tikón era bispo. Naquela época, possuía uma pequena vinha, mas não tinha as cepas para plantar. Certo dia apanhou um ramo que outro vinicultor havia jogado fora, considerando que já estivesse seco, e plantou em sua terra. Enquanto plantava, voltou-se para Deus pedindo-lhe que concedesse quatro dons: que a seiva voltasse a circular naquele ramo seco; que aquele ramo produzisse abundantes frutos; que as uvas fossem doces; e que amadurecessem rapidamente. E Deus lhe concedeu, tanto que, desde então, a vinha do bispo Tikón produziu muitos cachos de doces uvas e amadureciam muito antes que quaisquer outras vinhas da região. Por isso é que a festa deste santo é comemorada no dia 16 de junho com a bênção das vinhas, mas apenas na região de Limassol, já que, nas outras regiões de Chipre a colheita é feita somente algumas semanas depois.

Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

Ser Para Ser, e não Para Ter

Matthew_4x6 Característica marcante da era da globalização é o surgimento do paradigma de que todas as coisas, ainda que aparentemente heterogêneas, possuem uma interdependência, um elo que une tudo. Assim, coisas aparentemente antagônicas como o pensamento (tecnicamente chamado de filosofia) e a arte de empreender (o agir no mercado) passam a dar as mãos e superar a máxima “o pensamento paralisa a ação”. Assim é que inúmeras pessoas que atuam no campo do pensamento (psicólogos, filósofos e religiosos) passaram a ocupar espaço na vida das empresas como consultores e motivadores. Esta guinada ou nova consciência, infelizmente é instrumentalizada e desidratada por uma velha senhora que parece insistir em não se aposentar: a Madame Ter, que entende que o fim e a razão de todas as coisas é o consumo e o acúmulo. Madame Ter, se apercebendo que seus alunos estavam se deixando seduzir por “novos” mestres, ao invés de combatê-los, resolve se aliar e dizer: “É preciso ser para ter, não se pode ter sem ser”. Os discípulos gostaram muito desta vertente. E assim, Madame Ter provou que se existe um poder horizontal capaz de transformar a realidade, este se chama mercado: pois, tudo que o mercado demanda, requer adaptação dos seus investidores: assim se sorrir para quem não se tem simpatia, se reparte quando se deseja acumular (porém visando dividendos), homens de paletó e gravata em convenção de negócios, sambam, fazem piruetas, plantam bananeira e outras coisas caquéticas, visando aquilo que o mercado pode oferecer de melhor: o ter.

Também como conseqüência da união entre o pensamento e o mercado, duas palavras que caracterizam ambos seguimentos (complexidade e interação) ganharam uma nova versão de Madame Ter: Já que a realidade é definida pelos filósofos como complexa, então o melhor é pensar de forma simples e pragmática, interagindo com as necessidades das pessoas e se apresentando como instrumento de satisfazê-las; e mais uma vez surgem os jargões “pensando em você é que desenvolvemos este produto, esta ferramenta e etc”.

Tudo que alguém que busca Ser Para Ter pode conseguir é ser uma maquiagem, uma embalagem esteticamente bonita. As maquiagens se desmancham depois da festa e as embalagens quase sempre são jogadas fora, quando não, são simplesmente engavetas, apenas para não se desfazer, mas jamais serão reutilizadas.

No Cristianismo costumamos pensar que o corpo é muito mais que uma veste e a vida mais do que o alimento, e se alguém quer descobrir a realidade do Ser não poderá fazer do ter o objetivo do Ser.

sábado, 27 de junho de 2009

Sábado – 3ª Semana após Pentecostes

Rm 3, 28 – 4, 3; Mt 7, 24 – 8, 4 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

cristo_lecionario Às vezes pensamos que Deus não deseja fazer o bem que nós queremos que ele nos faça, pois nos sentimos indignos e não merecedores do favor Divino.

São Mateus no seu Evangelho, no intuito de mostrar o incompreensível amor de Deus pelos pecadores e o poder da fé humilde, relata a cura de um leproso que não duvida do poder de Cristo para curá-lo, mas, sim, do seu querer, por isto ele diz “se quiseres podes purificar-me”, ao que Cristo responde: “Quero”, e imediatamente ele ficou limpo de sua lepra.

+ Mateus (Antonio Eça)

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

14 de Junho (Calendário Juliano): São Metódio, Patriarca de Constantinopla

 

Os gregos professam uma grande devoção a São Metódio, Patriarca de Constantinopla, devido ao importante papel que desempenhou na luta  contra os iconoclastas, por sua decisiva contribuição para a sua derrota final, bem como pela sua resistência heróica diante das perseguições que sofreu e, portanto, é honrado com os títulos do “Confessor” e “o Grande”.

Metódio, que era natural de Sicília, em Siracusa, sua cidade natal, recebeu uma excelente educação e transferiu-se para Constantinopla com objetivo de obter um posto na corte. Lá, porém, ele conheceu um monge por quem passou a ter um grande afeto e, movido por seu aconselhamento espiritual, decidiu deixar o mundo e entrar para a vida religiosa. Construiu, mais tarde, um monastério na ilha de Kios, e quando apenas começava a formar a sua comunidade, foi chamado à Constantinopla pelo então Patriarca Nicéforo. Em 815, durante a segunda fase das perseguições iconoclastas, sob o reinado de Leão o Armênio, adotou uma atitude bastante firme e corajosa em defesa da veneração às imagens sagradas. Imediatamente após a deposição e exílio de São Nicéforo, Metódio partiu para Roma, provavelmente com a missão de informar ao Papa São Pascoal I, sobre a situação em Constantinopla, permanecendo por lá até a morte do Rei Leão V de Constantinopla. Para ler o texto na íntegra, clique aqui»

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Quinta-Feira – 3ª Semana após Pentecostes

Quinta-Feira

Rm 8,22-27; Mt 10,23-31

“Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo como o seu senhor”.

Estas são uma das muitas palavras de Cristo riscadas do “evangelho hodierno”. Pois o que nos basta (se é que isto nos basta) é a nossa felicidade psicológica, que muitas vezes pensamos ser produto dos bens que possuímos ou do “status” que gozamos.

“Por que eu faço o que estou fazendo?” “Por que eu digo o que eu estou dizendo?” “O que é que lá no íntimo estou buscando?” Estas perguntas quando encontram respostas honestas constituem o melhor instrumento de aferição de quais são os nossos reais valores e que tipo de pessoa somos.

Ser como Cristo é a grande meta e fim da vida Cristã. Se este não for o nosso alvo, mentimos para nós mesmos quando nos chamamos de cristãos.

O jejum semanal das quartas-feiras na Igreja Ortodoxa lembra a traição de Judas, que traiu Cristo porque se sentiu “traído” por Ele. E por que Judas sentiu-se “traído” por Cristo? Porque Cristo frustrara as expectativas pessoais de Judas. E quando Judas projetou suas expectativas pessoais em Cristo, não abrindo mão delas para se submeter ao propósito do Messias, traiu-se a si mesmo em sua ambição.

Cuidemos de avaliar em verdade o nosso coração para que não alimentemos falsas esperanças ou corramos em vão, frustrando-nos em nossa vida Cristã, posto que ser como Cristo não nos basta, mas, sim, satisfazer desejos efêmeros que nunca se saciam. A pio mentira é a que contamos para nós mesmos.

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos.  E vê se há iniqüidade em meu caminho e guia-me pela vereda eterna”. Salmo 138(139):23,24

 

+ Mateus (Antonio Eça)

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

12 de Junho (Calendário Juliano): Santo Onofre

Entre os muitos eremitas que viveram nos desertos do Egito durante os séculos 4º e 5º, havia um santo varão chamado Onofre. O pouco que se sabe dele vem de um relato atribuído a certo abade Pafnucio, sobre as visitas que fez aos eremitas de Tebaida. Ao que parece, vários dos ascetas que conheceram Pafnucio lhe pediram que escrevesse sobre essa relação, tendo circulado várias versões, sem que por isso a essência da história fosse desvirtuada. Pafnucio empreendeu a peregrinação com o objetivo de estudar a vida eremítica e descobrir se ele mesmo sentia verdadeira inclinação para ela. Com esse propósito, deixou seu monastério e, durante 16 dias, andou pelo deserto, tendo alguns encontros edificantes e algumas aventuras estranhas. No 17º dia, porém, ficou assombrado ao avistar-se com uma criatura que, a primeira vista, pensou ser um animal. “Era uma homem ancião, com os cabelos e as barbas tão longas que tocavam o chão. Tinha o corpo coberto por um pelo espesso como a pele de uma fera, e de seus ombros pendia um manto de folhas”… A aparição de semelhante criatura foi tão assustadora que Pafnucio se bateu em fuga. No entanto, a estranha criatura o chamou, pedindo para que parasse, assegurando-lhe que era mesmo um homem e um servo de Deus. Um pouco receoso, a princípio, Pafnucio se aproximou do desconhecido e, logo os dois se viram envolvidos numa conversação, e Pafnucio descobriu que aquele estranho se chamava Onofre, que tinha sido um monge num monastério onde viveu com muitos outros irmãos e que, seguindo sua inclinação para à vida solitária se retirou para o deserto onde já estava há setenta anos. Em resposta às perguntas de Pafnucio o eremitão admitiu que, em várias ocasiões, tinha padecido de fome e sede, dos rigores do clima e da violência das tentações, mas Deus também  lhe havia dado consolos inumeráveis e lhe havia alimentado através de uma palmeira que crescia perto de sua cela. Mais adiante, Onofre conduziu o peregrino até a sua cova (caverna) onde morava e ali passaram o resto do dia em amistosas conversas sobre as coisas santas. De repente, ao cair da tarde, apareceu diante deles uma torta de pão e uma jarra de água e, depois de compartilhar a comida, ambos se sentiram extraordinariamente reconfortados. Durante toda aquela noite Onofre e Pafnucio oraram juntos. No dia seguinte, ao despontar o sol, Pafnucio, alarmado, percebeu que se havia operado uma mudança no eremitão, que estva notavelmente prestes a morrer. Aproximado-se de Onofre para ajudá-lo, este começou a falar: “Nada temas, irmão Pafnucio, o Senhor, em sua infinita misericórdia, te enviou aqui para que me sepultasses”. O visitante sugeriu ao eremita agonizante que ele mesmo ocuparia a sua caverna quando ele partisse. Onofre reagiu, porém, dizendo que isso não era da vontade de Deus. Instantes depois suplicou que lhe encomendassem a alma e também às orações dis fiéis, por quem prometia interceder e, abençoando Pafnucio, se deixou cair por terra entregando a Deus o seu espírito. O visitante lhe preparou uma mortalha com a metade de sua túnica, depositou o corpo no côncavo de uma rocha, cobrindo-o com pedras. Logo que terminou sua tarefa, viu desmoronar diante de si a caverna onde o santo tinha vivido, e desaparecer a palmeira que lhe havia alimentado. Pafnucio compreendeu assim que não devia permanecer por mais tempo naquele lugar e, de pronto, partiu de de retorno.

Tropario  (8º tom)

Êmulos na carne da vida dos Anjos,
tornastes-vos habitantes do deserto e tesouros celestes,
Santo Onofre esplendor do Egito
e São Pedro luminar do Monte Athos.
Por isso cantamos em honra dos vossos ilustres combates.
Glória àquele que vos deu esse poder!
Glória àquele que vos coroou!

 

Fonte: Ecclesia

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Quarta-Feira – 3ª semana após Pentecostes

Quarta-Feira jejum

Rm 8,1-13; Mt 10,16-22

“Meus bem-amados eis o Caminho pelo qual encontramos a salvação: Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote que apresenta as oferendas, o protetor e o auxiliador da nossa fraqueza (Heb 10, 20; 7, 27; 4, 15). Por Ele fixamos o olhar no alto dos Céus; por Ele contemplamos como que num espelho a face pura e sublime do Pai; por Ele se abriram os olhos do nosso coração; por Ele a nossa inteligência limitada e obscura desabrocha para a luz; por Ele, quis o Mestre dar-nos a saborear a sabedoria imortal, Ele que é: «resplendor da glória do Pai [...], tão superior aos anjos quanto superior ao deles é o nome que recebeu em herança» (Heb 1, 3-4). [...]
Consideremos o nosso corpo: a cabeça não é nada sem os pés, assim como os pés não são nada sem a cabeça; os membros mais insignificantes que temos são necessários e benéficos para todo o corpo; e todos contribuem para a salvação do corpo inteiro colaborando numa submissão que os unifica (1Co 12, 12ss). Asseguremos, portanto, a salvação do corpo místico que formamos em Cristo Jesus e que cada um de nós se submeta ao seu próximo, segundo o carisma que recebeu. Que o forte se preocupe com o fraco e que o fraco respeite o forte; que o rico ajude o pobre e que o pobre dê graças a Deus que lhe concedeu alguém para o compensar da sua indigência; que o sábio mostre a sua sabedoria não por palavras mas por boas ações; que o humilde não dê testemunho de si mesmo mas que deixe a outro esse cuidado; que aquele que é casto na sua carne não se glorie, sabendo que é outro que lhe concede a continência.
Pensemos então, meus irmãos na forma como nascemos: que éramos nós quando viemos ao mundo? De que túmulo, de que escuridão nos tirou Aquele que nos formou, nos criou e nos introduziu neste mundo que Lhe pertence? Ele já nos tinha preparado os seus benefícios antes mesmo do nosso nascimento. Visto que tudo isto recebemos Dele, devemos dar-Lhe graças por tudo.”

São Clemente, Bispos de Roma de 90 a c. 100
Carta aos Coríntios, §§ 36-38 (trad. beviário)

Fonte: Evangelho Cotidiano

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

11 de Junho (Calendário Juliano): Apóstolo São Bartolomeu

 

O Santo Apóstolo Bartolomeu foi um dos doze apóstolos de Jesus. Após o Pentecostes, tendo recebido, junto com os demais, o Espírito Santo, que desceu sobre eles em forma de línguas de fogo quando se encontravam reunidos no cenáculo com Maria, São Bartolomeu seguiu com o apóstolo Felipe para pregar o Evangelho na Síria e Ásia Menor. Os dois partiram dali, primeiro pregando juntos, depois, se separando, enquanto visitavam várias cidades individualmente. Mais tarde, outra vez juntos, levaram a muita gente a salvação pela fé em Jesus Cristo. Na Ásia Menor,  o apóstolo Felipe se separou mais uma vez de Bartolomeu por algum tempo, levando à conversão os ferozes e selvagens habitantes de Lidia e Misia. Enquanto isso, São Bartolomeu, que anunciava o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo nas cidades dos arredores, recebeu um mandato do Senhor para que fosse ao encontro de Felipe para ajudá-lo. Juntos, mais uma vez, São Bartolomeu  desempenhou, com muito esforço, suas tarefas apostólicas, em unidade de pensamento e ação com Felipe. Felipe foi seguido por sua irmã, a virgem Mariamna, e todos trabalhavam juntos pela salvação das almas. Durante a passagem por Lidia e Misia, ao difundir as boas novas da Palavra de Deus, sofreram todo o tipo de perseguição, suportaram muitas provações, açoites e tribulações nas mãos dos infiéis. Apesar de tudo isso, porém, seguiram adiante com a tarefa de anunciar o Evangelho e difundir a fé cristã por onde passavam. Numa das aldeias de Lidia encontraram-se com São João, o Teólogo, o Discípulo amado de Cristo, e em sua companhia viajaram par a terra de Frígia. Ao entrar na cidade de Hierápolis, começaram desde logo a anunciar o Evangelho de Cristo. Por esta época, a cidade se encontrava repleta de ídolos que eram adorados por todos os seus habitantes. Entre estas falsas divindades, havia uma víbora para a qual tinham edificado um templo especial. Ali se ofereciam alimentos e outros tantos e variados sacrifícios. Esta gente adorava, igualmente, outras serpentes e víboras. São Felipe e sua irmã se protegeram a si mesmos com orações contra os ataques das víboras, e foram ajudados por São Bartolomeu e São João, o Teólogo que ainda estava com eles neste momento. Todos juntos venceram a serpente com orações poderosas, quais lanças, e com o poder de Cristo as mataram. Depois disso, São João, o Teólogo, separou-se deles deixando-lhes em Hierápolis para que ali anunciassem a Palavra de Deus. Ele seguiu para outras cidades para difundir as jubilosas boas novas do Evangelho de Cristo. Felipe, Bartolomeu e Mariamna permaneceram em Hierápolis, esforçando-se com muito empenho, para expulsar a obscuridade da idolatria, e para que a luz do conhecimento da verdade pudesse brilhar entre os desviados. Dedicaram-se, dia e noite, a este trabalho, ensinando a Palavra de Deus aos incrédulos, instigando aos fracos e encaminhando aos errantes pelo caminho da verdade.

Nesta cidade, havia um homem de nome Eustáquio, cego há quarenta anos. Os santos apóstolos, valendo-se do poder da oração, recobraram luz aos seus olhos físicos e, pregando a Cristo, iluminaram também a cegueira espiritual da que era vítima. Depois de batizar Eustáquio, os santos permaneceram por alguns dias em sua casa. A notícia da recuperação da visão ao cego se espalhou logo pela cidade, uma grande multidão acorreu para junto da casa onde estavam. Os santos apóstolos ensinavam a todos que chegavam a boa-nova de Jesus Cristo, conduzindo-os à fé. Muitos enfermos foram levados aos apóstolos e foram curados pela oração e os demônios foram expulsos de tal modo que uma inumerável multidão aderiu à fé, se fazendo batizar.

A esposa do governador desta cidade, um homem chamado Nicanor, tinha sido mordida por uma serpente e se encontrava enferma, já à beira da morte. Sabendo que os santos apóstolos estavam hospedados na casa de Eustáquio, e que curavam toda espécie de males somente com a palavra, na ausência de seu marido, pediu aos seus servos que a levassem aos encontro dos santos. Ali, recebeu uma dupla cura: a do corpo, atingido pela mordida da serpente; e a do espírito, libertando-se do engano demoníaco ao acolher os ensinamentos dos santos apóstolos e crer em Cristo.

No seu retorno, o governador foi informado por seus escravos que a sua mulher havia recebido ensinamentos sobre a fé em Cristo de alguns estrangeiros que estavam hospedados na casa de Eustáquio. Furioso, Nicanor mandou que fossem trazidos à sua presença os santos

apóstolos e que a casa de Eustáquio fosse queimada.  Reuniu depois uma grande multidão de pessoas e, à vista de todos, os três santos, Bartolomeu, Felipe e sua irmã Mariamna, foram arrastados pela cidade, sendo por todos ridicularizados e esbofeteados e, finalmente, colocados na prisão. O governador, então, tomou seu lugar no tribunal da cidade para presidir o julgamento daqueles que pregavam os ensinamentos de Cristo. Apresentaram-se todos os sacerdotes dos ídolos e da serpente que havia sido morta, e expuseram suas queixas contra

os santos apóstolos, dizendo:  -”Ó senhor, com estes estrangeiros veio a desonra para nossos deuses, porque desde que apareceram em nossa cidade, os altares de nossos grandes deuses foram esquecidos, e as pessoas já não se lembram de oferecer-lhes seus sacrifícios como de costume. Nossa grande deusa, a serpente, foi morta, e a cidade inteira está cheia de iniqüidades, Portanto, morte aos feiticeiros!

O governador ordenou então que Felipe fosse despojado de suas vestes, desconfiado que escondesse por debaixo delas seus mágicos poderes de encanto. Nada encontraram. O mesmo fizeram com Bartolomeu, porém, tampouco encontraram alguma coisa. Quando se aproximaram de Mariamna para fazer o mesmo, despir-lhe de suas vestes deixando seu corpo virginal descoberto, ela se transformou diante de todos, repentinamente, numa chama ardente, pondo em fuga apavorados os ímpios. Os santos apóstolos foram condenados pelo governador à crucifixão. O primeiro foi São Felipe; perfuraram-lhe os orifícios entre os ossos do tornozelo por onde passaram cordas, crucificando-o com a cabeça para baixo diante do portal do templo da serpente. Enquanto estava suspenso à cruz, atiravam-lhe pedras. Depois foi a vez do santo Apóstolo Bartolomeu, que foi crucifixado na parede do templo. De repente, um terremoto sacudiu violentamente a terra que se abriu engolindo o governador, os sacerdotes idólatras e um grande número de infiéis. Os que sobreviveram, crentes e pagãos, cheios de temor rogavam aos santos que tivesse piedade deles e suplicasse ao verdadeiro Deus para não permitir que a terra também lhes tragasse. Rapidamente, começaram a retirar da cruz os apóstolos. São Bartolomeu estava crucificado não muito acima do solo e, por isso, pode ser retirado mais depressa. Felipe, porém, estava suspenso muito acima e não pode ser retirado. Era, pois, da vontade de Deus que seu apóstolo, depois dos tormentos, sofrimentos e morte na cruz, passasse da terra ao céu para onde ele mesmo havia dirigido seus passos durante toda a sua vida. Assim, São Felipe orou a Deus por seus inimigos, para que seus pecados fossem perdoados e suas mentes fossem iluminadas para aprenderem o conhecimento da verdade. O Senhor atendeu seu pedido e, imediatamente, a terra trouxe de volta e com vida, as vítimas que haviam sido tragadas, com exceção do governador e dos sacerdotes da serpente. Todos então confessaram e glorificaram em alta voz o poder de Cristo, expressando o desejo de serem batizados. Quando se apressavam para retirar Felipe da Cruz, perceberam que este já havia entregue à Deus a sua alma, e desceram seu corpo já desfalecido. Mariamna, sua irmã, que havia, durante todo tempo, presenciado os sofrimentos de irmão Felipe, abraçou-o, beijando com amor o seu corpo, alegrando-se por ele ter sido honrado em sofrer por amor a Cristo.

São Bartolomeu batizou aos que aderiram ao Senhor, pela fé, e consagrou bispo a Eustáquio. Os cristãos recém convertidos sepultaram, com grande honra, o corpo do santo apóstolo Felipe. No lugar onde o sangue do apóstolo foi derramado cresceu, em três dias,  uma videira  como sinal de que Felipe estava junto do Senhor, pelo sangue derramado em nome de Cristo. Depois que o corpo de São Felipe foi sepultado, São Bartolomeu e a bem-aventurada virgem Mariamna, permaneceram em Hierápolis por alguns dias mais para consolidar a fé em Cristo da igreja recém formada, separando-se mais tarde. Santa Mariamna foi a Licaonia onde, depois de anunciar triunfalmente a palavra de Deus, repousou no Senhor (comemoração em 7 de fevereiro). São Bartolomeu ainda esteve na Índia onde passou muito tempo trabalhando na pregação do evangelho de Jesus Cristo e, pelas cidades e aldeias por onde passava, curava os doentes e iluminava com sua fé aos pagãos que encontrava. Depois de estabelecer muitas igrejas, traduziu o Evangelho Segundo São Mateus que trazia consigo, para a língua local. Também deixou um Evangelho escrito em hebraico que, um século mais tarde, foi levado para Alexandria pelo filósofo cristão Panteno.

Da Índia, São Bartolomeu foi para Armênia Maior. Ao chegar neste lugar, os ídolos, ou melhor, os demônios que os habitavam, calaram-se, lamentando com suas últimas palavras, a presença atormentadora de Bartolomeu e que muito logo lhes expulsaria. Na realidade, os espíritos imundos foram expulsos, não só dos ídolos, mas também daquelas pessoas, só com a aproximação do apóstolo e, por isso, muitos se converteram a Cristo.

Polimio, o rei desta terra, tinha uma filha que estava possuída pelo demônio que exclamava através de seus lábios: “Bartolomeu, também nos expulsarás deste lugar?” O rei, ao ouvir isto, ordenou que Bartolomeu fosse trazido imediatamente à sua casa. Estando já o apóstolo ao lado da jovem possuída, o demônio fugiu naquele instante, deixando livre e curada a filha do rei. Este, desejando demonstrar sua gratidão para com o santo, enviou-lhe camelos carregados de ouro, prata e pedras preciosas raras. O apóstolo, em sua grande humildade, nada conservou do que havia recebido. Devolvendo tudo ao rei, disse: “Eu não busco estas coisas, mas as almas dos homens, para lhes mostrar e conduzi-las à mansão celestial e, assim, me tornar um grande mercador aos olhos do Senhor.” O rei Polimio, impactado com estas palavras e a atitude do apóstolo, passou a crer em Cristo juntamente com toda a sua família, recebendo, ele, a rainha e a filha curada, o batismo pelas mãos do santo apóstolo. O mesmo aconteceu com um grande número de nobres de sua corte e outras pessoas deste lugar e de todos os outros lugares do reino, seguindo o exemplo do seu rei. 

Ao ver o que estava acontecendo, os sacerdotes idólatras ficaram encolerizados contra Bartolomeu, lamentando pela destruição de seus cultos e divindades, a queda da idolatria e o abandono dos templos de onde obtinham seus lucros. Convenceram então o irmão do rei, Astiago, a vingar-se pelas “ofensas” praticadas contras as suas divindades. Astiago, esperando o momento oportuno, apresentou o santo apóstolo na cidade de Albano e o fez crucificar com a cabeça para baixo. O santo apóstolo, por amor a Cristo, padeceu suspenso na cruz sem, no entanto, deixar de proclamar a Palavra de Deus. Com coragem e determinação, firmou seus fiéis na fé, exortando aos descrentes a conhecerem a verdade e a abandonar a obscuridade dos ídolos e dos demônios em direção à luz de Cristo. O tirano se recusou a dar ouvidos às suas palavras e, em vez disso, ordenou que fosse esfolado vivo. O santo, porém, suportando tudo com grande paciência, não se calou, mas seguiu ensinando e glorificando a Deus. Por último, o tirano ordenou que lhes arrancassem a cabeça e que fosse escalpelado. Só então seus lábios se aquietaram, ainda que seu corpo, ao ter sua cabeça retirada, permaneceu fixado à cruz com as pernas para o alto, dando a impressão de estar a caminho do Alto.

Assim chegou ao final de sua vida terrena o apóstolo de Cristo, Bartolomeu, sofrendo as mais terríveis dores, para a maior glória do Senhor (por volta do ano 90 d.C.). Os fiéis que estavam presentes no momento de seu adormecimento em Cristo, retiraram seu corpo da cruz, juntando sua cabeça e pele e colocando tudo em um caixão e procederam o sepultamento que se deu na cidade de Albano (atual Baku) na Armênia Maior. Através de suas relíquias, os enfermos receberam curas milagrosas, razão pela qual, muitos descrentes foram convertidos para a Igreja Cristã.

Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. Andre

terça-feira, 23 de junho de 2009

Terça-Feira – 3ª Semana Após Pentecostes

Romanos 7, 14 a 8, 2;  Mateus 10, 9-15

“Oração Para a Aceitação da Vontade de Deus Pelo Metropolita Philaret de Moscou.

Senhor, eu não sei o que te pedir.

Só tu sabes quais são as minhas verdadeiras necessidades.

Eu sei que tu me amas

mais do que eu amo a mim mesmo.

Ajuda-me a enxergar

quais são as minhas reais necessidades

quando estas estiverem fora de minha percepção.

Eu não ouso te pedir dores para mim,

tampouco te peço o conforto.

Somente em Ti é que eu posso esperar.

A Ti eu abro meu coração.

Visita-me e vem me socorrer em teu firme amor.

Quando me repreenderes

conceda-me a cura,

e quando me abateres

ergue-me da minha prostração.

Em silêncio eu reverencio a tua santa vontade.

Eu me ofereço a Ti como um sacrifício vivo.

Tenho posto toda a minha confiança em Ti.

Eu não tenho nenhum outro desejo

senão o de cumprir plenamente a tua vontade.

Ensina-me a orar.

Seja propício a min, Senhor. Amém.”

 

Livro Ortodoxo de Orações (Paróquia Ortodoxa São Mateus)

 

SANTORAL: (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

10 de Junho (Calendário Juliano): Santos Alexandros e Antonina

Esta virgem cristã, Santa Antonina, foi a estrela luminosa da cidade de cardamom. Toda a sua vida foi caracterizada por sua fé e por sua esperança posta em Deus, Nosso Senhor. Ocupava-se do cuidado aos órfãos, e isso chegou aos ouvidos do governador que ordenou sua prisão e que fosse submetida a interrogatório. Sem hesitações, Antonina admitiu ser cristã . O governador, vendo que não conseguia fazer com que mudasse sua posição, mandou que lhe tirassem as roupas e, nua, foi aprisionada num calabouço, cheio de mulheres corruptas. Antonina começou então imediatamente a rezar; houve um terrível terremoto e o pânico foi tal que as próprias mulheres prisioneiras a expulsaram de junto delas. Tendo sido informado do fato, o governador ordenou que fosse transferida para uma outra cela. Lá, um piedoso cristão, chamado Alexandros, entrando na cela e, compadecendo-se dela a revestiu com suas próprias roupas. O governador, sabendo disto, mandou que seus corpos fossem untados com óleo e queimados. Juntos, Alexandros e Antonina entregaram seus espíritos a Deus, tornando-se assim, exemplos de fé e pureza.

Ninguém te despreze por seres jovem.
Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis,
no modo de falar e de viver,
na caridade, na fé, na castidade. [1Tim 4,12]

Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Apostolado de Dom Chrysóstomos é Destacado Pela Imprensa Equatoriana

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O trabalho missionário em Quito (Equador) do Arcebispo Ortodoxo Dom Chrysóstomos da Diocese Sul Americana da Igreja Ucraniana Autônoma da América (AUOCA), foi objeto de matéria do “Jornal El Comercio”, neste último domingo, dia 21 de junho.

Após ser sagrado Bispo em 2005, Dom Chrysóstomos deu início a um profícuo trabalho, estabelecendo missões em vários países da América do Sul, inclusive no Brasil.

A ação do Arcebispo caracteiza-se pela implantação da fé ortodoxa voltada para os latinos-americanos e para todas as etnias ortodoxas que vivem na Sul América e não apenas para os ucranianos. Na linguagem da Igreja e do Arcebispo, é um apostolado pan-ortodoxo. A Igreja Ortodoxa do Equador é formada por fiéis equatorianos, ucranianos, romenos e árabes.

Uma nova visita ao Brasil está agendada para este segundo semestre, na qual Dom Crhysóstomos visitará paroquias nas cidades de Recife e João Pessoa, proferirá palestras e se encontrará com autoridades eclesiásticas e representantes do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) e do CLAI (Conselho Latino-Americano de Igrejas).

Segunda Feira, 3ª Semana Após Pentecostes

Rm 7, 1-13; Mt 9,36-10, 8

“E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor”.

Compaixão é a alma e o coração que anima e impulsiona a missão cristã. Cristo não veio destruir as almas dos homens, mas, salvá-las; por isto nossa luta não é contra os homens, mas, em favor deles.

Compaixão não é complacência, mas capacidade de suportar (dar suporte) às gentes em suas debilidades. Há muitos fatores que embotam as nossas consciências (culturais, psicológicos, sociais e espirituais, principalmente) e nos impedem de perceber a beleza do Evangelho de Cristo. Estes fatores limitantes e condicionantes podem ser vencidos pelo poder do Espírito de Cristo enviado ao mundo.

A morte dos ímpios não nos dá prazer, pois cada homem é reflexo (imagem, ícone) de Deus e, quando um ser humano se deixa possuir pelas trevas, é, no fundo, um aborto da criação divina, pois, Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e venham ao pleno conhecimento da verdade” (1 Tm. 2:4).

Evangelização sem compaixão pode ter tudo que aparenta ser de Cristo: forma, palavras evangélicas, raciocínios teológicos etc, mas nunca terá a Sua alma, e, este tipo de evangelização, tende ao fracasso, pois nela, as ovelhas não reconhecem a voz do Seu Pastor.

+ Mateus (Antonio Eça)

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

9 de Junho (Calendário Juliano): São Cirilo de Alexandria

 

São Nicodemos de Monte Athos, em seus escritos hagiográficos, faz referência a São Cirilo, o Arcebispo de Alexandria, nascido no ano 370 em Alexandria. Sobrinho do Arcebispo Teófilo, Cirilo recebeu uma profunda educação teológica, tornando-se o sucessor no arcebispado. Na época do Terceiro Concílio Ecumênico, no ano 431, em Éfeso, São Cirilo foi eleito presidente do mesmo. Neste Concílio foi condenada a heresia de Nestório sobre a pessoa da Mãe de Deus e sempre Virgem Maria. Foram muitos os êxitos intelectuais em seu trabalho. O santo entregou seu espírito em paz ao Senhor no dia 27 de junho do ano 444, estando já há 32 anos no trono patriarcal.

Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

domingo, 21 de junho de 2009

2º Domingo Após Pentecostes – 2º Domingo de Mateus

Romanos 2, 10-16; Mateus 4, 18-23

“Vinde após mim. Farei de vós pescadores de homens”

S. Efrém (306-373), Comentário do Diatessaron

Vieram a ele como pescadores de peixes e tornaram-se pescadores de homens, como ele dissera: “Eis que agora envio caçadores de homens, e eles caçaram sobre todas as montanhas e todos os lugares elevados” (Jr 16,16). Se ele tivesse enviado sábios, diriam que tinham persuadido o povo e assim tinham ganho, ou que os tinham enganado e assim os agarraram. Se ele tivesse enviado ricos, diriam que eles tinham dominado do povo alimentando-o, ou que os tinham corrompido com dinheiro, e assim os tinham dominado. Se tivesse enviado homens fortes, teriam dito que eles os tinham seduzido pela força, ou ao contrário, pela violência.

Mas os apóstolos não tinham nada disso. O Senhor mostrá-lo-á a todos pelo exemplo de São Pedro. Ele era pusilânime, porque ele ficou aterrorizado à voz de um criado; era pobre, porque ele próprio não podia pagar a sua parte do imposto: “Não tenho ouro nem prata” (Ac 3,6; Mt 17, 24-27). Ele não tinha cultura pois, quando negou o Senhor, nem foi capaz de se defender pela astúcia.

Eles partiram pois, estes pescadores de peixes, e alcançaram a vitória sobre os fortes, os ricos e os sábios. Grande milagre! Fracos como eram, atraíram, sem violência, os fortes à sua doutrina; pobres, ensinaram os ricos; ignorantes, fizeram os seus discípulos sábios e prudentes. A sabedoria do mundo deu lugar a esta sabedoria que é ela própria a sabedoria das sabedorias.

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

8 de Junho (Calendário Juliano): Santa Mártir Kaliopi

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Santa Kaliopi viveu no século III, no tempo do Imperador Décio. De notável beleza física, distinguiu-se, no entanto, pela beleza de sua alma. Muitos homens, deslumbrados por sua beleza, tentaram, em vão, se casar com ela. Sua alma e todo o seu esforço foram dedicados ao cuidado e assistência aos mais fracos e pobres. Quando teve início a perseguição aos cristãos por Décio, prenderam também a Santa e levaram-na à presença do imperador. Este, muito impressionado por sua beleza, buscou, de diversas maneiras, introduzi-la na idolatria. A Santa, porém, inamovível em sua posição e com a fé inabalável em Cristo, rejeitou toda e qualquer proposta. Assim, o imperador ordenou que a açoitassem e, depois de submetê-la a várias formas de torturas, foi enfim decapitada.

Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

sábado, 20 de junho de 2009

Sábado, 2ª Semana Após Pentecostes

Rm 3,19-26; Mt 7,1-8

Oração de Santo Éfrem, o Sírio

“Senhor e Mestre da minha vida, afasta de mim o espírito de preguiça, o espírito de desencorajamento, de desejo de domínio, e de palavreado vão!

Concede a Teu servo o espírito de castidade, de humildade, de paciência e de caridade.

Sim, Senhor e Rei, concede-me que eu veja as minhas faltas e que não julgue a meu irmão, pois Tu És bendito pelos séculos dos séculos. Amém.” (prostração)

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

Notícias e atualizações em www.ecclesia.com.br

7 de Junho (calendário da Igreja): São Willebaldo, Bispo de Eichstatt

 

Willebaldo nasceu por volta do ano 700, no reino ocidental de Saxônia. Era filho de São Ricardo (7 de fevereiro) e, portanto, irmão dos santos Winebaldo e Walburga. Aos 3 anos de idade ficou gravemente enfermo e já não havia esperança de que pudesse sobreviver. Quando todos os remédios naturais resultaram ineficazes, seus pais o levaram aos pés de uma grande cruz erguida num lugar público, próximo da casa da família. Ali fizeram, diante de Deus, uma solene promessa de que, se o menino vivesse lhe consagrariam ao seu divino serviço. Imediatamente o menino recobrou os sinais de saúde, ficando completamente restabelecido.  O pai, Ricardo, entregou então o pequeno Willebaldo aos cuidados do abade do monastério de Waltham, em Hampshire. Willebaldo permaneceu no monastério até o ano 720, quando, na companhia de seu pai e seu irmão, saiu em peregrinação, como é relatado na vida de São Ricardo. Em Roma, contraiu a febre da malária e, depois de permanecer por algum tempo na cidade, partiu novamente com seus companheiros para visitar os lugares que o Senhor os santificou com a sua presença. A viagem teve início com a travessia até Chipre, prosseguindo depois em direção à Síria. Em Emesa (Homs) suspeitando que Willebaldo fosse um espião, os sarracenos o detiveram, juntamente com seus companheiros, mas logo, todos foram liberados, pois o juiz disse, ao ficar diante deles: “Tenho visto com freqüência homens que vem deste mesmo lugar de onde estes saíram para visitar o nosso país. Eu vos asseguro que não querem nos causar dano algum, mas apenas cumprir as suas leis.” Depois dessa aventura, eles seguiram para Damasco, Nazaré, Caná da Galiléia, Monte Tabor, Tiberíades, Magdala, Cafarnaúm, as nascentes do Jordão (onde Willebaldo observou que o gado era diferente do gado de Wessex, já que tinham “lombos mais largos, pernas curtas, chifres mais longos e eram todos de uma mesma cor”), o Deserto da Tentação, Galga e, por fim, Jerusalém. Ali permaneceu por algum tempo para venerar Cristo em lugares onde ele havia realizado tão grandes mistérios, e para ver as maravilhas que até hoje são mostradas aos piedosos peregrinos. Visitou ainda famosos mosteiros, “Lavras” e eremitérios, com o desejo de aprender e imitar as práticas da vida religiosa, pois pretendia adotar os meios que lhe parecessem mais convenientes para a santificação de sua alma. Após uma curta estadia em Belém, visitando as cidades da costa, Samaria e Damasco, além de várias outras nos arredores de Jerusalém, embarcou finalmente em Tiro, permanecendo um longo tempo em Constantinopla e chegando à Itália antes do final do ano 730. Willebaldo decidiu então estabelecer o célebre monastério de Monte Cassino, que havia sido restaurado por ordem do Papa Gregório II. O exemplo do peregrino inglês contribuiu para reintegrar os monges no espírito original de sua santa regra, durante os dez anos que ali viveu; ao que tudo indica, Willebaldo desempenhou um papel importante no restabelecimento da observância de Monte Cassino. Após esse período, visitou Roma, onde foi recebido pelo Papa Gregório III, que se mostrou muito interessado nas suas viagens. Sentindo-se atraído pelo caráter simples e pacífico de Willebaldo, pediu-lhe que fosse à Alemanha para se juntar à missão de seu compatriota, São Bonifacio. Prontamente ele partiu para Turíngia onde foi ordenado sacerdote. Desde então, teve início a sua missão na região Eichstatt, na Francônia, com tal empenho que o mais notável êxito coroou seus esforços. Dado que era mais forte nas obras que nas palavras, logo após a sua chegada, São Bonifácio o consagrou bispo, nomeando-o para uma nova diocese, cuja sede foi instalada em Eichstätt. O cultivo de um terreno espiritual tão árido como aquele foi uma tarefa árdua e penosa para Willebaldo, mas com paciência e energia superou todas as dificuldades. Começou pela fundação, em Heidenheim, de um monastério duplo, cuja disciplina era a de Monte Cassino, e no qual seu irmão, Santo Winebaldo, dirigia os monges, e sua irmã, Santa Walburga, as monjas. Este monastério foi o centro a partir do qual organizou e conduziu o cuidado e evangelização da diocese. Nele, Santo Willebaldo encontrou refúgio para descansar do trabalho de seu ministério. Seu desejo de solidão, porém, não diminuía seu zelo pastoral por seu rebanho. Estava sempre atento a todas as necessidades espirituais de seus filhos e, freqüentemente, visitava cada uma das aldeias e, incansavelmente, instruía o seu povo com zelo e caridade, fazendo florescer naquele “campo tão árido e inculto, uma verdadeira vinha do Senhor”. Willebaldo viveu mais tempo do que seu irmão e sua irmã; governou seu rebanho durante cerca de quarenta e cinco anos, antes que Deus o chamasse para seu seio. Inúmeros milagres foram os prêmios por suas virtudes, e seu corpo foi sepultado em sua catedral, onde ainda hoje permanece.

Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

Sábado, 2ª Semana apos Pentecostes

Rm 3,19-26; Mt 7,1-8

Oração de Santo Éfrem, o Sírio

“Senhor e Mestre da minha vida, afasta de mim o espírito de preguiça, o espírito de desencorajamento, de desejo de domínio, e de palavreado vão!

Concede a Teu servo o espírito de castidade, de humildade, de paciência e de caridade.

Sim, Senhor e Rei, concede-me que eu veja as minhas faltas e que não julgue a meu irmão, pois Tu És bendito pelos séculos dos séculos. Amém.” (prostração)

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

Notícias e atualizações em www.ecclesia.com.br

7 de Junho (calendário da Igreja): São Willebaldo, Bispo de Eichstatt

 

Willebaldo nasceu por volta do ano 700, no reino ocidental de Saxônia. Era filho de São Ricardo (7 de fevereiro) e, portanto, irmão dos santos Winebaldo e Walburga. Aos 3 anos de idade ficou gravemente enfermo e já não havia esperança de que pudesse sobreviver. Quando todos os remédios naturais resultaram ineficazes, seus pais o levaram aos pés de uma grande cruz erguida num lugar público, próximo da casa da família. Ali fizeram, diante de Deus, uma solene promessa de que, se o menino vivesse lhe consagrariam ao seu divino serviço. Imediatamente o menino recobrou os sinais de saúde, ficando completamente restabelecido.  O pai, Ricardo, entregou então o pequeno Willebaldo aos cuidados do abade do monastério de Waltham, em Hampshire. Willebaldo permaneceu no monastério até o ano 720, quando, na companhia de seu pai e seu irmão, saiu em peregrinação, como é relatado na vida de São Ricardo. Em Roma, contraiu a febre da malária e, depois de permanecer por algum tempo na cidade, partiu novamente com seus companheiros para visitar os lugares que o Senhor os santificou com a sua presença. A viagem teve início com a travessia até Chipre, prosseguindo depois em direção à Síria. Em Emesa (Homs) suspeitando que Willebaldo fosse um espião, os sarracenos o detiveram, juntamente com seus companheiros, mas logo, todos foram liberados, pois o juiz disse, ao ficar diante deles: “Tenho visto com freqüência homens que vem deste mesmo lugar de onde estes saíram para visitar o nosso país. Eu vos asseguro que não querem nos causar dano algum, mas apenas cumprir as suas leis.” Depois dessa aventura, eles seguiram para Damasco, Nazaré, Caná da Galiléia, Monte Tabor, Tiberíades, Magdala, Cafarnaúm, as nascentes do Jordão (onde Willebaldo observou que o gado era diferente do gado de Wessex, já que tinham “lombos mais largos, pernas curtas, chifres mais longos e eram todos de uma mesma cor”), o Deserto da Tentação, Galga e, por fim, Jerusalém. Ali permaneceu por algum tempo para venerar Cristo em lugares onde ele havia realizado tão grandes mistérios, e para ver as maravilhas que até hoje são mostradas aos piedosos peregrinos. Visitou ainda famosos mosteiros, “Lavras” e eremitérios, com o desejo de aprender e imitar as práticas da vida religiosa, pois pretendia adotar os meios que lhe parecessem mais convenientes para a santificação de sua alma. Após uma curta estadia em Belém, visitando as cidades da costa, Samaria e Damasco, além de várias outras nos arredores de Jerusalém, embarcou finalmente em Tiro, permanecendo um longo tempo em Constantinopla e chegando à Itália antes do final do ano 730. Willebaldo decidiu então estabelecer o célebre monastério de Monte Cassino, que havia sido restaurado por ordem do Papa Gregório II. O exemplo do peregrino inglês contribuiu para reintegrar os monges no espírito original de sua santa regra, durante os dez anos que ali viveu; ao que tudo indica, Willebaldo desempenhou um papel importante no restabelecimento da observância de Monte Cassino. Após esse período, visitou Roma, onde foi recebido pelo Papa Gregório III, que se mostrou muito interessado nas suas viagens. Sentindo-se atraído pelo caráter simples e pacífico de Willebaldo, pediu-lhe que fosse à Alemanha para se juntar à missão de seu compatriota, São Bonifacio. Prontamente ele partiu para Turíngia onde foi ordenado sacerdote. Desde então, teve início a sua missão na região Eichstatt, na Francônia, com tal empenho que o mais notável êxito coroou seus esforços. Dado que era mais forte nas obras que nas palavras, logo após a sua chegada, São Bonifácio o consagrou bispo, nomeando-o para uma nova diocese, cuja sede foi instalada em Eichstätt. O cultivo de um terreno espiritual tão árido como aquele foi uma tarefa árdua e penosa para Willebaldo, mas com paciência e energia superou todas as dificuldades. Começou pela fundação, em Heidenheim, de um monastério duplo, cuja disciplina era a de Monte Cassino, e no qual seu irmão, Santo Winebaldo, dirigia os monges, e sua irmã, Santa Walburga, as monjas. Este monastério foi o centro a partir do qual organizou e conduziu o cuidado e evangelização da diocese. Nele, Santo Willebaldo encontrou refúgio para descansar do trabalho de seu ministério. Seu desejo de solidão, porém, não diminuía seu zelo pastoral por seu rebanho. Estava sempre atento a todas as necessidades espirituais de seus filhos e, freqüentemente, visitava cada uma das aldeias e, incansavelmente, instruía o seu povo com zelo e caridade, fazendo florescer naquele “campo tão árido e inculto, uma verdadeira vinha do Senhor”. Willebaldo viveu mais tempo do que seu irmão e sua irmã; governou seu rebanho durante cerca de quarenta e cinco anos, antes que Deus o chamasse para seu seio. Inúmeros milagres foram os prêmios por suas virtudes, e seu corpo foi sepultado em sua catedral, onde ainda hoje permanece.

Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Igreja de Roma Celebra Santos Ortodoxos Como Modelo Para as Missões Modernas

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 17 de junho de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI confirmou a necessidade de que a mensagem da salvação seja inculturada nos diferentes povos, para que possam expressá-la e vivê-la com sua própria linguagem.

A esta conclusão chegou nesta quarta-feira, durante sua intervenção na audiência geral, em que falou dos irmãos Cirilo e Metódio, apóstolos dos povos eslavos no século IX, inventores do alfabeto glagolítico e tradutores ao eslavo da Bíblia, dos Santos Padres e dos livros litúrgicos.

Ao continuar com a série de intervenções semanais sobre os grandes personagens da história da Igreja, o Papa constatou a contribuição oferecida pelos dois copadroeiros da Europa, ao compreender o valor do idioma na transmissão da Revelação.

Foram enviados pelo imperador de Constantinopla à Morávia, onde os povos eslavos haviam rejeitado o paganismo para converter-se ao cristianismo, mas não tinham professores que pudessem explicar-lhes a fé em seu idioma.

O Papa resumiu a grande missão destes dois santos com uma oração que um deles dirigiu a Cristo: “falar em eslavo por Ele”.

“Cirilo e Metódio estavam convencidos de que os diferentes povos não podiam considerar que haviam recebido plenamente a Revelação até que não a tivessem escutado em seu próprio idioma e a lido nos caracteres próprios do seu alfabeto”, explicou o Papa.

Por isso, esclareceu, “Cirilo e Metódio constituem um exemplo clássico do que hoje se indica com o termo ‘inculturação’: cada povo deve fazer que penetre na própria cultura a mensagem revelada e expressar a verdade salvífica com sua própria linguagem”.

“Isso supõe um trabalho de ‘tradução’ de muito empenho, pois exige encontrar termos adequados para voltar a propor – sem traí-la – a riqueza da Palavra revelada.”

“Os dois santos irmãos deixaram, neste sentido, um testemunho particularmente significativo que a Igreja continua contemplando hoje para inspirar-se e orientar-se”, concluiu o Papa.

Quinta-Feira jejum (2ª Semana Após Pentecostes)

Rm 5,10-16; Mt 8,23-27

icone_mistico_da_igreja Senhor, salva-nos, que perecemos. E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pequena fé?

Os Pais da Igreja viram no barco que transporta Cristo e os apóstolos uma figura da Igreja; na tempestade, os problemas e as lutas que a igreja enfrenta; no sono de Cristo, uma aparente indiferença e ausência da realidade revolta; no grito dos apóstolos, o desespero que toma conta da Igreja.

Cristo “desperta” e não somente repreende as forças naturais em agitação, como também o ânimo dos discípulos: “por que temeis, homens de pequena fé?” O desespero, o pânico, a irritação e estados semelhantes são frutos da incredulidade, que é um produto da falta do conhecimento de Deus. Dizemos que isto é humano, e de fato realmente o é; mas de uma humanidade ainda não divinizada, não guiada pelo Espírito de Deus, não santificada e sem a mentalidade de Cristo. Lembremos que a meta da vida cristã é tornarmos à imagem de Cristo (Rm. 8:29; 2 Cor 3:17,18, Ef. 4:13-16). A “consciência” do humano não é motivo para acomodação, mas da reação a este estado, pois que o pensar segundo a carne gera a morte, e o pensar segundo o Espírito a vida, pois a inclinação para a acrne é inimizade para com Deus” (Rm. 8:6,7).

“Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus, serei exaltado entre os povos, serei exaltado na terra”. Salmo 45:10 (46:10)

+ Mateus (Antonio Eça)

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

05 de Junho (calendário da Igreja): São Doroteo de Tiro, Mártir

 

O Mártir São Doroteo era um sacerdote de Tiro, depois bispo daquela diocese. Durante o reinado de Diocleciano, após ter sofrido todos os tipos de perseguição por causa da fé, foi, por fim, expulso, e banido de sua cidade natal. Uma trégua no rigor da perseguição lhe permitiu voltar ao seio de seu rebanho e assistir o Concílio de Nicéia, em 325. Mas, enquanto Juliano, o apóstata, ocupou o trono, a perseguição foi retomada, e Doroteo teve de novo de fugir e refugiar-se, desta vez, em Odissópolis na Trácia. No entanto, até lá seus perseguidores lhe encontraram, prenderam-no e foi espancado tão brutalmente que veio a morrer em consequência dos ferimentos que lhe causaram os golpes. Diz-se que nesta época já estava com idade de 107 anos.

Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

CNBB manifesta reconhecimento a padre assassinado

BRASÍLIA, quinta-feira, 18 de junho de 2009 (ZENIT.org).- A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) manifestou seu reconhecimento e prestou homenagem ao padre Gisley Azevedo Gomes, assessor do Setor Juventude do organismo, morto a tiros no último domingo, nas proximidades de Brasília. As investigações revelam latrocínio. Clique aqui para ter acesso a Zenit e ler notícia na íntegra.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Socorro Para Crianças na Faixa de Gaza

Cerca de 200 crianças vítimas dos conflitos armados na faixa de Gaza estão recebendo ajuda psicólogica da IOCC (International Orthodox Christians Charities) um organismo da SCOBA (Conferência Permanente dos Bispos Ortodoxos Canônicos nas Américas). O lema da IOCC é “Ajudar Outros a Se Ajudarem”, que resume de forma clara a política de atuação humanitária, não restritiva a doações e socorros emergenciais.

Os agentes voluntários da IOCC têm se utilizado de ludoterapias para tratar os traumas vivenciadas por estas crianças, ao mesmo tempo que recolhe donativos para suprir as necessidades das vitimas da guerra.

Senhor, Senhor…!

Quarta-Feira jejum

Rm 4,13-25; Mt 7,21-23

Vivemos uma época de muita religiosidade e também de muita iniqüidade. A invocação do nome do Senhor não gera uma nova consciência em muitas pessoas e, em seu orgulho e mentira se deixam enganar pelo demônio que as faz pensar que têm comunhão com Deus mesmo praticando a iniqüidade. Em casos mais graves, esta ação demoníaca conde poderes de milagres e de profecias, reforçando nestas pessoas a convicção  de que Deus está com elas. Mas, o Senhor Deus é Santo, e ele não tolera a hipocrisia, ou seja, uma  fé exterior sem correspondência com uma alma santificada. Por isto no dia do juízo lhes será dito: “apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.

“Os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2 Timóteo 3:13).

Quinta-Feira

Rm 5,10-16; Mt 8,23-27

Sexta-Feira jejum

Rm 5,17-6,2; Mt 9,14-17

Sábado

Rm 3,19-26; Mt 7,1-8

terça-feira, 16 de junho de 2009

Quem São Os Verdadeiros e Os Falsos?

Terça-Feira

Rom 4,4-12; Mt 7,15-21

A verdade segundo Deus não se limita à uma adesão intelectual à uma formulação conceitual correta, mas a união perfeita da alma às realidades expressadas nestas formulações. Isto é ensinado por Cristo e transmitido pelos Santos Apóstolos usando a figura de uma árvore: sendo boa dá bons frutos, sendo má, dá maus frutos. É simples. Não precisa entender os mistérios complexos para identificar o que é verdadeiro e o que é falso.

No entanto, o que é um fruto mau e o que é um fruto bom? Assim explicita São Paulo:

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (Gálatas 5:19-25).

Contudo, é bem verdade, que as árvores boas precisam ser podadas e purificadas constantemente para que seus permaneçam bons; assim é com os que andam segundo o Espírito, mesmo produzindo bons frutos encontram em si coisas ruins e incompatíveis com a natureza divina que está sendo formada. Por isso é necessário todos os dias crucificar a nossa carne e orar com o Salmista: Prova-me, ó Deus, e examine o meu coração; sonda-me e conhece os meus caminhos; vê se há neles iniqüidade e conduz-me pelas veredas eternas. Salmo 138:23 (139:23)

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Quarta-Feira jejum

Rm 4,13-25; Mt 7,21-23

Quinta-Feira

Rm 5,10-16; Mt 8,23-27

Sexta-Feira jejum

Rm 5,17-6,2; Mt 9,14-17

Sábado

Rm 3,19-26; Mt 7,1-8

domingo, 14 de junho de 2009

Sobre a Infabilidade Papal

Recebi em minha caixa-postal a seguinte pergunta (não publico o nome do remetente porque não pedi autorização ao mesmo):

 
 

"Gostaria de saber se algum papa caiu em heresia. pq eu li em sites católicos que muitos papas tiveram erros enormes mas que em nenhum momento algum deles caiu em heresia FORMALMENTE, portanto implicitamente a infalibilidade estaria com eles e que nenhum papa ensinou algum erro ex-catedra. esse conceito de ex-catedra é um conceito pos-cisma ou não ? Desde já agradeço pelas respostas".

O conceito "ex-catedra" não somente é pós-cisma, como também, muito recente (foi criado no ano de 1870) e não goza de plena aceitação nas igrejas do ocidente (tanto é que se formou a Igreja Vétero-Católica, depois a Católica Brasileira e outras semelhantes em várias partes do mundo ocidental); e mesmo muitos bispos e clérigos que mantém comunhão com Roma não concordam com este conceito.

 
 

É falacioso argumentar que nenhum papa caiu em heresia, embora tenham cometido vários erros, pois a quase totalidade das sés apostólicas, entra as quais Antioquia, também não tiveram jamais ocupantes acusados de heresia. Contudo, a história registra a condenação póstuma do Papa Honório (623-638 dC) feita pelo Papa Leão II (seu sucessor) que o anatematizou por  seu apoio à heresia monotelita (condenada pelo VI Concílio Ecumênico). O Papa Honório teve seu corpo exumado e arrancado o anel papal com o qual fora enterrado e depois sepultado em cemitério destinado aos hereges.

 
 

Esta proclamação do Vaticano I, que reconhece uma infabilidade ex-cátedra e um primado universal jurisdicional, foi uma arma desenvolvida por alguns teólogos latinos para combater duas forças que vinham devastando o poder temporal e espiritual de Roma: o protestantismo e a modernidade. A Revolução Francesa e a expansão do Protestantismo ameaçavam de forma assustadora o trono papal. O fato é que com menos de 100 anos após o Vaticano I, percebendo-se que a arma se mostrou ineficaz, se é convocado o Concílio Vaticano II que segue um novo caminho, numa tentativa de fazer as pazes com a modernidade ("agiornamento") e de evitar a fuga dos romano-católicos para o protestantismo, adotando várias práticas protestantes: o padre celebrando de costas para o altar e de frente para o povo; o latim é abolido e a missa passa a ser celebrada na língua vernácula de cada povo, os leigos passam a ter mais participação, incentiva-se a leitura da Bíblia; posteriormente a hierarquia vem a tolerar e "legitimar" o movimento pentecostal (renovação carismática) no seio das paróquias, surgem padres cantores, curandeiros, as missas espetáculos, os padres se desfazem do uso da batina fora da liturgia, se apresentam como modernos, com caras de galã e trejeito romântico e etc.

 
 

Este conceito "ex-catedra" é tão esdrúxulo que dentro da próprio igreja latina os que o defendem são equivocada e pejorativamente classificados de "tradicionalistas", são vistos como exóticos e peça de museu. Tanto é que após o Vaticano II nenhum papa ousou falar ex-cátedra.

 
 

Hoje o Papa Bento XVI realiza uma verdadeira cruzada para salvar a Igreja de Roma e recolocá-la no caminho da genuína tradição cristã e, para alcançar tal meta, busca aproximar-se da Igreja Ortodoxa com atos concretos e grande emprenho pessoal. Como prova deseja que o conceito do primado papal seja repensado pelos teólogos latinos, tendo como base o modelo do primeiro milênio quando Oriente e Ocidente formavam uma mesma comunhão. Com este gesto, parece que o Papa Bento XVI não é lá muito adepto dos conceitos inventados de infabilidade e de um primado jurisdicional universal.

 
 

Fraternalmente,

 
 

+ Mateus