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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

«Quanta graça do Espírito Santo não há-de o Pai celeste conceder àqueles que a pedem!»

Para conseguir o pão do corpo, o mendigo não se constrange em bater de porta em porta a pedi-lo; se não lho dão, avança até mais um pouco e pede, ainda mais sem cerimónia, pão, roupas ou sandálias para consolo do seu corpo. Se nada lhe derem, insiste e dali não sai, ainda que o expulsem. Nós, que procuramos receber o pão celeste e verdadeiro para nos fortificar a alma, que desejamos vestir as celestes roupas de luz e que aspiramos a calçar as imateriais sandálias do Espírito para refrigério da alma imortal, muito mais devemos, incansável e resolutamente, com fé e amor, ter sempre paciência, bater à porta espiritual de Deus e pedir com perfeita constância para nos julgar sermos dignos da vida eterna.
Por isso dizia o Senhor «uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18,1), a que acrescentava estas palavras: Quanta «justiça para com os que Lhe imploram noite e dia» (v. 6) terá então nosso Pai Celeste. E disse ainda, sobre o amigo: «Ainda que não lhe dê na qualidade de amigo, levantar-se-á devido à sua impertinência e dar-lhe-á tudo aquilo de que precisar». Acrescenta então: «Pedi, e ser-vos-á dado; procurai, e encontrareis; batei, e abrir-vos-ão. Porque àquele que pede ser-lhe-á dado, aquele que procura encontra, e àquele que bate abrir-lhe-ão». E prossegue: «Portanto se vós, que sois imperfeitos, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, vede então quanta graça do Espírito Santo há-de o Pai celeste conceder àqueles que a pedem!» É por isso que o Senhor nos exorta a pedir sempre, incansável e tenazmente, a procurar e a bater à porta, continuamente: porque Ele prometeu dar aos que pedem, procuram e batem, não aos que não pedem. É por Lhe rezarmos, Lhe suplicarmos e por O amarmos que Ele quer dar-nos a vida eterna.

S. Macário, (c. 405), monge no Egipto
Homilia nº 16

Fonte: Evangelho Cotidiano

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