A Fé Antiga e Perene Falando ao Mundo Atual: Temas Teológicos, Notícias, Reportagens, Comentários e Entrevistas à luz da Fé Ortodoxa.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Reconhecer desde já a porta aberta

Cristo icon

Vê, ó Cristo, a minha angústia,
vê a minha pouca coragem,
vê como me faltam as forças,
vê também a minha pobreza,
vê a minha fraqueza
e tem piedade de mim, ó Verbo!
Brilha agora sobre mim, como outrora,
e esclarece a minha alma, ilumina os meus olhos
para que te vejam, ó luz do mundo (Jo 8,12),
tu que és a alegria, a felicidade,
a vida eterna,
as delícias dos anjos,
tu que és o Reino dos céus
e o Paraíso,
a coroa dos justos,
o seu Juiz e o seu Rei.
Porque escondes o teu rosto?
Porque te afastas de mim,
tu, que és o meu Deus
e que nunca te queres afastar
dos que te amam?
Porque foges de mim, porque me queimas,
porque me feres e ma esmagas?
Tu sabes que te amo
e te busco com toda a minha alma.
Revela-te, como prometeste...
Abre-me de par em par
a sala do banquete, meu Deus;
sim, não feches a porta
da tua luz, ó meu Cristo!
«Será que imaginas, ó filho dos homens,
que me podes forçar com as tuas palavras?
Que dizes tu, insensato?
Que eu escondo o meu rosto?
Será que desconfias, um pouco que seja,
que eu te ia fechar as portas e os batentes?
Será que suspeitas
que alguma vez me afaste de ti?
Que dizes tu?
Que eu te inflamo, te queimo, te esmago?
Verdadeiramente, as tuas palavras não são justas
e justo também não é o teu pensamento.
Escuta antes as palavras
que agora te vou dizer:
Eu era luz, mesmo antes de ter criado
todas as coisas que tu vês.
Estou em toda a parte, estava em toda a parte,
e, como como fiz toda a criatura,
estou em toda a parte e em tudo...
Considera os meus benefícios,
observa os meus desígnios,
aprende quais são os meus dons!
Manifestei-me ao mundo
e manifestei o meu Pai,
derramei em abundância
o meu santíssimo Espírito
sobre todo o ser vivo, sem excepção.
Revelei o meu nome
a todos os homens
e disse-lhes, pelas minhas obras,
que eu sou o criador,
que sou o autor do mundo.
Mostrei-o e mostro agora
tudo o que era preciso fazer.»

domingo, 28 de outubro de 2007

A Salvação segundo o Ensino da Igreja Ortodoxa

O Oriente Cristão (região onde nasce e se desenvolve o Cristianismo) estranha a teologia que se desenvolveu no Ocidente a partir de Aurélio Agostinho (mais conhecido como Santo Agostinho), cujo pensamento teológico está na base da teologia Romana bem como da teologia da Reforma. Estas teologia têm como características uma natureza moral e jurística (legalista) e, também de caráter cientificista (conforme o tomismo e as categorias de pensamento da modernidade). Por isto, muitos ocidentais quando se aproximam da nossa teologia ortodoxa, sentem grande dificuldades de assimilação.
Como sou indagado muitas vezes sobre a doutrina da salvação na Igreja Ortodoxa, achei por bem contemplar os leitores deste blog de orientação Romano Católica e Protestante com uma breve abordagem do Pe. George Florovsky, que pode ser sintetizada na seguinte afirmação:
"Redenção não é simplesmente o perdão dos pecados, não é simplesmente a reconciliação do homem com Deus. Redenção é e abolição total do pecado, a libertação do pecado e da morte. E Redenção foi realizada na Cruz, "... pelo sangue de Sua Cruz," (Col. 1:20; cf. At. 20:28; Ro. 5:9; Ef. 1:14; Col. 1:14; Hb. 9:22; I Jo. 1:7; Apoc. 1:5-6, 5:9). Não só pelo sofrimento na Cruz, mas precisamente pela morte na Cruz. E a vitória definitiva é lavrada não pelos sofrimentos ou tolerância, mas pela morte e Ressurreição. Nós entramos aqui na profundidade ontológica da existência humana. A morte de Nosso Senhor foi a vitória sobre a morte e sobre a mortalidade, não simplesmente a remissão dos pecados, não meramente a justificação do homem, nem, de novo, a satisfação de uma justiça abstrata. E a verdadeira chave do mistério só pode ser dada por uma doutrina coerente da morte humana". Para ler o texto completo, clique aqui.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

«Estai preparados»

 

«O Filho do Homem virá numa hora em que não pensais». Jesus diz-lhes isto para que os discípulos fiquem de vigília, para que estejam sempre preparados. Se lhes diz que virá quando menos O esperam, é porque quer levá-los a praticar a virtude com zelo e sem descanso. È como se lhes dissesse: «Se as pessoas soubessem quando vão morrer, estariam perfeitamente preparadas para esse dia». Mas o momento final da nossa vida é um segredo que escapa a cada homem.
Eis por que o Senhor exige duas qualidades ao seu servo: que seja fiel, para que não atribua a si mesmo nada do que pertence ao seu Mestre, e que seja avisado, para convenientemente administrar tudo o que lhe foi confiado. São-nos pois necessárias duas qualidades para ficarmos preparados para a chegada do Mestre. Porque é isto o que acontece pelo fato de não sabermos qual o dia do nosso encontro com Ele: dizemos para conosco: «O meu Senhor tarda em chegar». O servo fiel e avisado não tem tal pensamento. Ó infeliz, por pensares que o teu Mestre se demora, imaginas então que ele não há-de vir? A sua vinda é certa. Porque não estás vigilante à sua espera? Não, o Senhor não está demorado: esse atraso só existe na imaginação do mau servo.

S. João Crisóstomo (c.345-407), bispo de Antioquia e posteriormente de Constantinopla, doutor da Igreja Homilia 77 sobre S. Mateus

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Ortodoxos, Uniatas e Romanos

A Revista Católica 30 Dias publicou uma interessante entrevista com o Patriarca Greco-Melquita (uniata) de Antioquia, Grégoire III Laham. O tema principal é a situação dos cristãos em países islâmicos e a relação com o Islã; contudo, parte da entrevista aborda o tema da relação e diálogo desta igreja conosco, Ortodoxos e transparece a qualidade da relação entre estes cristãos de origem ortodoxa que resolveram se submeter a Roma. Reproduziremos aqui este trecho.
"A respeito das relações com os cristãos ortodoxos, há alguns anos foi lançada a hipótese, como experiência local de reconciliação, de que a Igreja de vocês e o patriarcado ortodoxo de Antioquia retornassem à plena comunhão.
GRÉGOIRE III: Cultivamos esse projeto talvez com excessiva euforia, como se fosse uma coisa que pudesse ser realizada de hoje para amanhã. O patriarca Maximos, meu predecessor, já estava velho. Recebemos de Roma uma advertência: continuem a dialogar, mas não cheguem a resultados definitivos no campo teológico sem um acordo prévio com a Santa Sé. Infelizmente, nossa hierarquia tomou isso como um sinal para parar. E agora a coisa foi deixada de lado. Mas de qualquer forma temos relações de fraternidade com os ortodoxos, os retiros do clero, inclusive, são feitos juntos.
Na sua opinião, quais são as perspectivas do atual diálogo católico-ortodoxo em torno dos temas da colegialidade e do primado?
GRÉGOIRE III: A Igreja Ortodoxa não pode aceitar a eclesiologia romana enquanto tal. É preciso entender que a eclesiologia desenvolvida na Igreja latina não pode se impor aos cristãos orientais. Eles podem aceitar o primado do Papa como titular da prima sedes e como última instância à qual recorrer. Mas não a prática do centralismo sem uma colegialidade real. Se Roma quer continuar o diálogo, é preciso retomar as fórmulas que Ratzinger expôs na década de 1970 a respeito da relação com as Igrejas do Oriente.
No mundo católico, quando se fala de diálogo com os ortodoxos, o ponto de partida muitas vezes também é a relação entre Igreja universal e Igreja local.
GRÉGOIRE III: A Igreja universal não é a soma de muitas Igrejas locais. E nem mesmo é um conceito abstrato. A Igreja de Cristo existe concretamente num determinado lugar. São Clemente, papa, pôs como cabeçalho de sua carta: “Da Igreja de Deus, que reside em Roma, à Igreja de Deus, que reside em Corinto”. Não escreveu à Igreja “local” de Corinto. Quando estão presentes os sacramentos, a fé, o Credo, o que é que falta? Aí está também o Papa, pois o bispo ou o pároco que celebram a Eucaristia estão em comunhão com o Papa. A Igreja una, santa, católica e apostólica está presente até mesmo numa pequena paróquia na qual o sacerdote celebra a missa diante de um ou dois fiéis. Não é que exista “mais” Igreja quando todos os bispos estão reunidos em Concílio. Uma gota do mar tem todos os elementos do resto da água do mar. Assim, cada Igreja, num determinado lugar, tem todos os elementos da única Igreja de Cristo.
O que o senhor responde a quem diz que as Igrejas católicas orientais são um obstáculo à reconciliação com os ortodoxos?
GRÉGOIRE III: As Igrejas orientais católicas se transformam num problema sobretudo porque os ortodoxos vêem o tratamento que às vezes se reserva a elas. Elas são definidas Igrejas sui iuris, mas, na prática, não se reconhece que o patriarca é chefe e pai de sua Igreja. São nomeados bispos para as nossas comunidades na diáspora, por exemplo nos países americanos, e nós não temos voz ativa sobre essas decisões. Nossos bispos recebem questionários nos quais se pergunta a eles: a que Congregação vocês estão subordinados? Sabe lá o que pensariam os patriarcas e os metropolitas ortodoxos, se lessem isso: eu, patriarca, eu, bispo, “subordinado” a um escritório vaticano? O que isso significa?
A respeito das Igrejas orientais, costuma-se dizer: muitas cúrias, zelosas de suas prerrogativas, e poucos fiéis, cada vez menos. Mostra-se divisão justamente onde as minorias cristãs deveriam se unir. O que o senhor pensa dessa objeção?
GRÉGOIRE III: Na Itália também existem dioceses extremamente pequenas. Além do mais, temos aqui um elemento da tradição que deve ser respeitado. Uma comunidade de fiéis siro-católicos ou ortodoxos, por menor que seja, não pode ser comparada aos greco-ortodoxos, aos latinos, aos caldeus. Vá ouvir suas liturgias, ouça seus hinos... Já no Concílio Vaticano II alguns vinham com esta idéia: unamos todos os cristãos de um país sob um rito único e um mesmo bispo ou patriarca. No Líbano o maronita, na Síria o melquita, no Egito o copta... Mas só quem olha de longe, com olhos de contador, mais que de bispo, pode pensar em homologar tradições tão diferentes e tão ricas.
E o que o senhor responde àqueles que reprovam a animosidade de vocês perante Roma? GRÉGOIRE III: Estamos em Damasco. Aqui, desde que, em 1724, voltamos à comunhão com o bispo de Roma, vivemos como foras-da-lei durante 120 anos. Os sacerdotes iam para as liturgias levando os trajes escondidos em cestas, entravam nas casas e celebravam a missa em voz baixa. Sofremos muito, por afirmar nossa comunhão com a sé de Roma. É um sinal de quanto damos importância a isso."
Para ter acesso ao texto na íntegra: http://www.30giorni.it/br/articolo.asp?id=15242

A Ilha (Ostrov)

O blog do Padre Marcos, que serve a Deus sob a jurisdição da Igreja da Polônia, publica um interessante comentário sobre o filme que vem sendo muito elogiado na Rússia, A Ilha (Ostrov). Acesse o blog clicando aqui:http://ortodoxia-brasil.blogspot.com/

sábado, 20 de outubro de 2007

Festa dos 50 Padres do VII Concílio Ecumênico - Luz Para o Século XXI

A importância dos primeiros sete concílios ecumênicos no Oriente Bizantino é tal que, por três vezes no ano, sempre em dia de Domingo, se celebram os Padres que fizeram ecoar no meio da Igreja a divina harmonia, proclamando as verdades da fé apostólica.

A Festa dos 350 Padres conciliares se reveste com a coroa da vitória sobre os iconoclastas que proibiram manifestações públicas da fé através dos ícones. Graças aos santos padres conciliares podemos nos aproximar dos ícones de Nosso Senhor e da Theotokos, venerando-os através deles, o Deus Uno e Trino que se fez carne e nos trouxe a salvação.

Sobre o Evangelho desta festa é nos apresentada uma rica história, iniciando assim o cortejo literário chamado parábolas. As parábolas pertencem ao gênero didático da Bíblia cuja intenção e finalidade é ensinar uma verdade religiosa. Próprias e exclusivas de Jesus de Nazaré, significam algo novo na literatura judaica, sem paralelos nos escritos anteriores ou posteriores à sua vinda. Elas são comparações ou imagens destinadas a ilustrar ou transmitir uma idéia, usando de alegorias para desvendar uma realidade premente. O propósito é induzir o ouvinte a admitir uma situação que ele a princípio não percebe como aplicável a si mesmo, mas que, após uma reflexão ou uma explicação mais minuciosa parece se encaixar com muita precisão.

Nos Evangelhos, encontramos dezenas de parábolas narradas pelo Senhor, cada uma relatando uma situação específica, donde se tira várias lições, usando-se de exemplos concretos do dia-a-dia das pessoas comuns.

Na Galiléia, havia muitos terrenos acidentados e cheios de colinas cuja área de plantio era muito restrita devido às suas irregularidades. O Senhor valendo-se deste contexto, desta imagem, compõe aos poucos uma narrativa que é muito familiar a todos, para evidenciar o poder e a eficácia da palavra de Deus.

"Como a chuva e a neve descem do céu e não voltam para ele sem ter regado ou fecundado a terra, assim sucede com a palavra que sai da boca do Senhor" Is 55,10.

A eficácia da palavra divina é observada desde a Criação do mundo pelo "FAÇA-SE" pelo qual o Criador ordenava vir a existência todas as coisas, e imediatamente do NADA germinava a vida.

O Antigo Testamento é rico em exemplos em que Deus se dirige aos homens através da palavra. Por fim, chegada à plenitude dos tempos, Deus não enviou mais simples palavras aos homens, mas sua PALAVRA eterna, seu VERBO. O Verbo assumiu a natureza humana, fez-se carne e veio semear no coração dos homens palavras de vida eterna, sendo este o tema do Evangelho que Lucas nos apresenta hoje.

Entretanto, diz a parábola, a mesma semente produz, num terreno, frutos abundantes; e em outros, nada produz. Eis aí o significado do mistério da liberdade humana ante os dons de Deus.

Em toda parte Jesus semeia a Palavra: nem ao homem de coração mais endurecido Ele a nega, nem aos soberbos, às prostitutas, aos hipócritas a quem o Senhor comparava aos terrenos pedregosos e cheio de espinhos. O SENHOR a todos generosamente oferece a Boa Nova. Assim como o semeador não faz distinção na terra que lavra, semeando por toda parte, também nós não podemos fazer discriminação, entre o rico e o pobre, o douto e o ignorante, o fervoroso e o preguiçoso, o corajoso e o covarde, o pecador e o santo.

São João Crisóstomo nos diz que «se ao ouvir a Palavra os corações permanecerem ainda endurecidos a culpa não é da Palavra, mas de quem não quis mudar de vida».

Por isso a indiferença não deve desanimar o semeador; deve ele ser sempre persistente. A persistência e a confiança devem caracterizar o apostolado cristão, pois nem sempre a receptividade da mensagem anunciada é vista e sentida. A confiante ação do semeador que espalha, com mãos cheias a semente, interpela o ouvinte para que entendamos que as dificuldades não podem barrar o andamento de um projeto divino.

Esta parábola é tão rica que o próprio Senhor se debruça em explicá-la aos ouvintes após a sua narração. Tecer qualquer outra interpretação seria redundância. De qualquer maneira esta parábola encontra sua contemporaneidade em cada cristão.

«Que vossas palavras Senhor, lancem raízes profundas em nossas vidas, transformando-nos em árvores frutíferas dos dons divinos». São João Crisóstomo.

Fonte: www.ecclesia.com.br

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Retiro Espiritual

 caminho

Estamos agendando um retiro espiritual para dar início à Escola de Oração, que é um exercício espiritual da tradição ortodoxa, visando a capacitação da  prática das virtudes cristãs no dia a dia. O Evento será realizado nos próximos dias 17 e 18 de novembro. Os interessados devem escrever para antoniomatheous@gmail.com

terça-feira, 16 de outubro de 2007

«Saltério de Bênçãos»

BIBLIOTECA ORTODOXA DE SAO PACÔMIO

O SALTÉRIO COMO UM LIVRO DE NECESSIDADES,
de acordo com o uso de Santo Arsênio de Capadocia, como transmitido pelo ancião Paisios do Monte Athos.

Traduzido do grego para o inglês para St. Pachomius Library por Vassilios Kollias,
do inglês para o português por Fabio R. Araujo (auxiliado por Dom Estevao Bittencourt) editado por Karen Rae Keck / Pe. João Manoel Sperandio

NOTA DO EDITOR: Santo Arsênio habituou-se a usar os Salmos para bençãos, especialmente quando não havia uma benção determinada para uma ocasião particular. Aqui, na Primeira Parte, encontra-se a correspondência entre os salmos e diversas ocasiões. A lista original em grego pode se encontrada em O Geron Paisios escrita por Hieromonachos Christodoulos, Agion Oros, 1994.

Na Segunda Parte, nós apresentamos um índice remissivo (bem simples), talvez alguma outra pessoa possa melhorá-lo. Sem levar em conta qualquer consideração religiosa, este "Livro de Necessidades" é um retrato fascinante da vida da população de Anatolia no início do século vinte: independente de refletir mais a "longue duree" (longa duração) da história bizantina ou as dificuldades particulares da época de Santo Arsênio, nós não ficamos suficientemente informados mesmo para especular. Com certeza, não há aqui uma idealização de condições rurais: particularmente, vale a pena observar a extrema preocupação de se aliviar dores físicas e psicológicas, e a menção do que nós chamaríamos hoje de "stress pós-traumático".

Para nós, pelo menos, a justificação exata para a escolha do santo por um determinado salmo para uma determinada necessidade não é sempre óbvia; e talvez isto seja intencional, para fazer com que se reflita profundamente sobre as palavras. Ortodoxia não é mágica, e um documento como este não é um endosso a "superstição camponesa", mas um canal pelo qual o Amor de Deus pode entrar em todos os aspectos de nossa sociedade.

PRIMEIRA PARTE:

UMA LISTA DE SALMOS PARA USO EM BÊNÇÃOS, ORDENADOS NUMERICAMENTE NO SALTÉRIO

[OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: O PRIMEIRO número é o número do salmo na "Bíblia dos Setenta" (Septuaginta) Grega. O SEGUNDO número é o número do salmo encontrado no texto do massorá e o da maioria das Bíblias em português!]

· 1 (1) Uma árvore ou uma vinha é plantada, para que ela pode dar fruto.

· 2 (2) Para que Deus ilumine aqueles que vão a reuniões e a concílios.

· 3 (3) Para que o mal possa se afastar das pessoas, para que elas não atormentem injustamente seus companheiros.

· 4 (4) Para que Deus cure as pessoas sensíveis que ficam doentes com depressão por causa do comportamento das pessoas de coração duro.

· 5 (5) Para que Deus cure os olhos feridos que foram mordidos por uma pessoa má.

· 6 (6) Para que Deus liberte a pessoa que esteja enfeitiçada.

· 7 (7) Para aqueles que se prejudicam com o medo, terrores e com as intimidações de pessoas más.

· 8 (8) Para aqueles que são feridos por demônios ou por pessoas perversas.

· 9 (9 & 10) Para que os demônios deixem de lhe atormentar durante o sono ou com ilusões durante o dia.

· 10 (11) Para casais de coração duro que discutem e se separam (quando o homem ou mulher de coração duro atormenta seu companheiro sensível).

· 11 (12) Para pessoas com doenças mentais que possuem maldade e ferem outros.

· 12 (13) Para aqueles que sofrem do fígado.

· 13 (14) Para um demônio terrível, três vezes contínuas por três dias.

· 14 (15) Para que os assaltantes e ladroes mudem e voltem a deixar de praticar o mal, e se arrependam.

· 15 (16) Para que a chave seja encontrada quando for perdida.

· 16 (17) Por uma acusação grave e injusta, três vezes por dia por três dias.

· 17 (18) Quando houver um terremoto ou outro desastre natural, ou tempestade com raios e trovoes.

· 18 (19) Para que mulheres dêem à luz sem problemas.

· 19 (20) Para os casais que por razoes médicas não podem ter filhos, para que Deus os cure e que eles não se separe.

· 20 (21) Para que Deus amacie os corações dos ricos e que eles dêem esmolas aos pobres.

· 21 (22) Para que Deus contenha o fogo, e que nenhum mal pior ocorra.

· 22 (23) Para que Deus suavize as crianças muito problemáticas que deixam tristes seus pais.

· 23 (24) Para que a porta se abra quando a chave é perdida.

· 24 (25) Para pessoas que têm problemas pela tentação e problemas em suas vidas por ela, fazendo-as perder sua paz e queixarem-se.

· 25 (26) Quando alguém pede alguma coisa boa a Deus para que Ele a dê sem que a pessoa se prejudique.

· 26 (27) Para que Deus proteja os camponeses do exército inimigo, para que eles não machuque as pessoas ou destrua seus campos.

· 27 (28) Para que Deus cure aqueles que sofrem de doenças de origem nervosa ou mental.

· 28 (29) Para aqueles que têm enjôo no mar e que têm medo de mar violento.

· 29 (30) Para aqueles que estão em perigo em terras distantes, no território de pessoas incrédulas e cruéis, para que Deus as guarde e ilumine as pessoas que lá estão para que tenham paz e venham a conhecer a Deus.

· 30 (31) Para que Deus dê semente e fruta suficiente quando o tempo não estiver bom para agricultura.

· 31 (32) Para que os viajantes encontrem seu caminho quando estiverem perdidos e sofrendo com isto.

· 32 (33) Para que Deus revele a verdade para aqueles que foram presos injustamente, e para que eles sejam libertados.

· 33 (34) Para aqueles no limiar da morte, quando estão atormentados por demônios. Ou pelo exército inimigo quando ele traz perigo e invade a fronteira com intenções execráveis.

· 4 (35) Para que Deus liberte as pessoas justas de armadilhas dos ímpios , que querem levar vantagem sobre o povo de Deus.

· 35 (36) Para que o ressentimento desapareça completamente após discussões e desentendimentos.

· 36 (37) Para as pessoas feridas gravemente por criminosos. 37 (38) Quando os dentes causarem dores advindas de dentes podres.

· 38 (39) Para que as pessoas abandonadas e deprimidas encontrem trabalho, para que elas deixem de estar tristes.

· 39 (40) Para que o amor entre patrão e empregado volte quando houver uma troca de palavras ásperas.

· 40 (41) Para que mulheres dêem à luz sem problemas quando a criança vier prematuramente ao mundo.

· 41 (42) Para jovens quando ficam doentes ao se apaixonarem, e uma pessoa fica sentido e triste.

· 42 (43) Para que as pessoas se libertem de prisões de uma nação inimiga. 43 (44) Para que Deus revele a verdade a casais quando houver um mau entendimento, para que eles alcancem a paz e amor mútuo novamente.

· 44 (45) Para aqueles que sofrem do coração ou dos rins.

· 45 (46) Para as pessoas jovens que por causa da inveja possuem inimigos os impedindo de ter uma família (isto é, de se casarem).

· 46 (47) Para que o empregador e empregado encontre paz, quando o empregado é ofendido pelo empregador, e para que o empregado encontre trabalho.

· 47 (48) Quando gangues de criminosos roubam e desastres graves ocorram: para se lido continuamente por 40 dias.

· 48 (49) Para aqueles que possuem um trabalho perigoso.

· 49 (50) Para que as pessoas que estejam afastadas de Deus se arrependam e retornem para Deus e sejam salvas.

· 50 (51) Quando, por causa de nossos pecados e fim de nos corrigir, a punição de Deus nos atinge (doenças epidêmicas e mortes de pessoas ou animais).

· 51 (52) Para que os mestres de coração duro se arrependam e tenham compaixão e não atormentem as pessoas.

· 52 (53) Para que Deus abençôe as redes e que elas fiquem cheias de peixes.

· 53 (54) Para que Deus ilumine os ricos que compraram escravos para que eles os liberte.

· 54 (55) Para que o nome de uma família que tenha sido acusada injustamente seja restaurado.

· 55 (56) Para pessoas fracas, cujas almas foram feridas por seus companheiros.

· 56 (57) Para aquelas pessoas que sofrem de dores de cabeça por grande tristeza.

· 57 (58) Para que as coisas cheguem de forma útil para aqueles que trabalham com boa intenção, para que Deus impeça ações perversas de demônios ou pessoas desonestas.

· 58 (59) Para aqueles que não podem falar, que Deus dê a eles a habilidade de falar.

· 59 (60) Para que Deus revele a verdade quando um grupo inteiro de pessoas for injustamente acusado.

· 60 (61) Para aqueles que têm problemas em seu trabalho seja por causa de preguiça ou por medo.

· 61 (62) Para que Deus alivie os problemas da pessoa fraca, para que ele não seja dominado pelo desejo de queixar-se.

· 62 (63) Para que os campos e as árvores dêem fruto quando a água for pouca.

· 63 (64) Quando uma pessoa é mordida por um cachorro ou lobo raivoso. (Ele foi também por dar a eles água abençoada para beber).

· 64 (65) Para que os mercadores prosperem, para que eles não falem muito e levem vantagem de pessoas simples.

· 65 (66) Para que o mal não crie obstáculos nas residências e faça com que famílias fiquem tristes.

· 66 (67) Para que os locais onde as galinhas foram criadas sejam abençoados.

· 67 (68) Para que as mulheres com problemas durante a gravidez consigam passar por esta fase e ficar saudáveis.

· 68 (69) Quando houver chuva forte e rios transbordarem, levando com eles pessoas e casas.

· 69 (70) Para pessoas sensíveis que ficam tristes por pequenas coisas e entram em desespero, que Deus dê a elas a força.

· 70 (71) Para pessoas isoladas que se tornam entediadas de outras por causa da inveja do demônio e entram em desespero, que eles tenham misericórdia e cura de Deus.

· 71 (72) Para que Deus abençoe as colheitas da nova produção de agricultura que os camponeses trazem para casa.

· 72 (73) Para que os criminosos se arrependam.

· 73 (74) Para que Deus proteja os camponeses que trabalham nos seus campos quando o inimigo tiver rodeado a vila.

· 74 (75) Para que o empregador desumano se torne calmo e não atormente seus seres humanos companheiros, os empregados.

· 75 (76) Para uma mãe que está amedrontada durante o nascimento de seu filho, para que Deus a dê coragem e a proteja.

· 76 (77) Quando não houver entendimento mútuo entre pais e crianças, que Deus os ilumine, para que as crianças ouçam seus pais e os pais mostrem amor.

· 77 (78) Para que Deus ilumine aqueles que emprestam para que eles não pressionem seus companheiros pelos seus debtos, e para que eles tenham compaixão.

· 78 (79) Para que Deus proteja as vilas de roubo de um exército inimigo.

· 79 (80) Para que Deus cure uma pessoa cuja face fica inchada e toda sua cabeça está doendo.

· 80 (81) Para que Deus tome conta dos pobres necessitados, tristes e em depressão por causa da pobreza.

· 81 (82) Para que as pessoas comprem produtos dos camponeses, para que os camponeses não fiquem tristes nem em depressão.

· 82 (83) Para que Deus impeça as pessoas más que pensam em assassinar.

· 83 (84) Para que Deus preserve tudo que é mantido na casa, e os animais e os produtos dos produtores.

· 84 (85) Para que Deus ajude aqueles que foram feridos por ladroes e além do mais ficaram psicologicamente afetados pelo terror.

· 85 (86) Para que Deus salve o mundo quando pragas vierem e pessoas morrerem.

· 86 (87) Para que aumente as vidas dos membros de família que ainda são necessários pelo resto da família.

· 87 (88) Para que Deus proteja todos aqueles que não possuem protetor e estão sofrendo por causa de companheiros de coração duro.

· 88 (89) Para que Deus dê força àqueles que ficam doentes com facilidade e são fisicamente fracos, para que eles possam trabalhar sem ficar cansados e deprimidos.

· 89 (90) Para que Deus traga chuva onde houver seca, ou que os poços dêem água novamente se eles deixaram de dar.

· 90 (91) Para que o demônio desapareça quando ele aparecer em frente a uma pessoa e trouxer terror.

· 91 (92) Para que Deus dê prudência a pessoas para que elas progridam espiritualmente.

· 92 (93) Para que Deus proteja a embarcação quando ela estiver em grande perigo no mar. (Ele havia também para atirar água abençoada nos quatro cantos do navio).

· 93 (94) Para que Deus ilumine as pessoas desordeiras que causam problemas para a nação e trazem comoção às pessoas, causando problemas pela desordem e divisões.

· 94 (95) Para que nenhum feitiço faça que casais comecem a encontrar razoes para discussões e brigas.

· 95 (96) Para que Deus dê às pessoas surdas a habilidade de ouvir.

· 96 (97) Para que os encantamentos se afastem das pessoas.

· 97 (98) Para que Deus dê conforto aqueles que estão tristes para que eles deixem de ficar deprimidos.

· 98 (99) Para que Deus abencôe e dê graças às pessoas jovens que desejam deixar tudo e seguir a Deus. [Eu não sei quão correta está minha tradução aqui (diz o tradutor do grego para inglês). Para mim, a frase exata que é usada me faria pensar de pessoas que seguem a vida monástica, mas não tenho certeza. --Trans.]

· 99 (100) Para que Deus abencôe e realize os desejos das pessoas que agem de acordo com Seu desejo.

· 100 (101) Para que Deus dê graças e talentos para as pessoas bons e simples.

· 101 (102) Para que Deus abencôe as pessoas que são poderosas para que elas ajudem as pessoas com doçura e inteligência.

· 102 (103) Para que o fluxo mensal de sangue venha à mulher quando estiver atrasado.

· 103 (104) Para que Deus abencôe as posses das pessoas que não são tristes e deprimidas, mas que glorificam a Deus.

· 104 (105) Para que as pessoas se arrependam e confessem seus pecados.

· 105 (106) Para que Deus ilumine as pessoas para que elas não se afastem do caminho da salvação.

· 106 (107) Para que Deus dê à mulher que não pode dar à luz a habilidade de fazê-lo.

· 107 (108) Para que Deus enfraqueça os inimigos, para que eles mudem suas intenções más.

· 108 (109) Para que Deus cure os epiléticos. Ou, para que Deus tenha piedade daqueles que acusam injustamente e se arrependam.

· 109 (110) Para que os mais jovens respeitem os mais velhos.

· 110 (111) Para que os juízes injustos se arrependam e julguem as pessoas de Deus com justiça.

· 111 (112) Para que Deus proteja os soldados quando eles forem para a guerra.

· 112 (113) Para que Deus dê bênçãos à viúva pobre, para que ela pague seus débitos evitando de ir para a prisão.

· 113 (114 & 115) Para que Deus cure as crianças retardadas mentalmente.

· 114 (116:1-9) Para que Deus abencôe e conforte as crianças pequenas tristes e pobres, para que elas não sejam humilhadas pelas crianças ricas e conseqüentemente fiquem deprimidas.

· 15 (116:10-19) Para que Deus cure da terrível inclinação à mentira.

· 116 (117) Para que famílias sejam mantidas unidas e amem e glorifiquem a Deus.

· 117 (118) Para que Deus enfraqueça os bárbaros quando eles rodearem uma vila e levarem medo, e que Ele inverta suas intenções más.

· 118 (119) Para que Deus despedace os bárbaros e enfraqueça suas ações quando eles assassinarem crianças e mulheres inocentes.

· 119 (120) Para que Deus dê paciência e tolerâncias às pessoas que vivem juntas com pessoas más e injustas.

· 120 (121) Para que Deus proteja os escravos das mãos do inimigo para que eles não sejam mutilados antes de serem liberados.

· 121 (122) Para que Deus cure todos que sofrem de "mau-olhado".

· 122 (123) Para que Deus dê visão a cegos e cure os olhos dos que estão com dores.

· 123 (124) Para que Deus proteja as pessoas de cobras, para que elas não as morda.

· 124 (125) Para que Deus proteja os campos das pessoas justas das pessoas más.

· 125 (126) Para que Deus cure as pessoas que sofrem de dores de cabeça contínua.

· 126 (127) Para que Deus traga paz à família quando houver discussões.

· 127 (128) Para que a maldade dos inimigos nunca se aproxime dos lares, e para que haja paz e bênçãos de Deus na família.

· 128 (129) Para que Deus cure as pessoas que sofrem de enxaquecas, ou, para que Deus tenha piedade das pessoas grossas e insensíveis que trazem tristezas às sensíveis.

· 129 (130) Para que Deus dê coragem e esperança àqueles que começam um novo trabalho e não o conhecem bem, para que eles não encontrem dificuldade extrema no seu trabalho.

· 130 (131) Para que Deus leve conforto e arrependimento com esperança às pessoas para que elas sejam salvas.

· 131 (132) Para que Deus mostre piedade ao mundo quando, por causa de nossos pecados, ocorrem guerras contínuas.

· 132 (133) Para que Deus ilumine as nações e elas se tornem amigas e os povos encontrem a paz.

· 133 (134) Para que Deus proteja as pessoas de todo o perigo.

· 134 (135) Para que as pessoas se concentrem no momento da oração e que suas mentes estejam unidas com Deus.

· 135 (136) Para que Deus proteja os imigrantes quando eles abandonam seus lares e para para que eles sejam salvos de bárbaros.

· 136 (137) Para que Deus traga firmeza à pessoa de caráter instável.

· 137 (138) Para que Deus ilumine os senhores de um local para que os pedidos das pessoas sejam tratados com inteligência.

· 138 (139) Para que Deus corte a tentação de pessoas sensíveis que tenham pensamentos blasfemadores.

· 139 (140) Para que Deus dê paz ao líder da família que possui um caráter difícil e traz sofrimentos a toda a família.

· 140 (141) Para que Deus torne calmo os maus que controlam um local que atormentam seus companheiros.

· 141 (142) Para que Deus acalme o rebelde que está praticando o mal; e mesmo que ele seja curdo, que ele se torne um cordeiro. [Santo Arsênio estava vivendo na Asia Menor. Curdos, que eram quase sempre soldados, tinham uma reputação entre outros grupos étnicos de serem lutadores brutais. --Trans.]

· 142 (143) Para que Deus proteja a mãe em sua gravidez para que ela não perca o seu filho.

· 143 (144) Para que Deus dê paz às pessoas quando elas estão agitadas para que não ocorra guerra civil.

· 144 (145) Para que Deus abençôe o trabalho das pessoas para que ele seja bem aceito por Deus.

· 145 (146) Para que Deus interrompa o fluxo de sangue das pessoas que sofrem disso.

· 146 (147:1-11) Para que Deus cure as pessoas que foram mordidas e feridas por dentes de pessoas más.

· 147 (147:12-20) Para que Deus traga paz aos animais selvagens para que eles não incomodem pessoas ou tragam prejuízos a produções das fazendas.

· 148 (148) Para que Deus torne o tempo apropriado para que as pessoas tenham abundância e glorifiquem a Deus. [Estas foram de Santo Arsênios. As seguintes são de Pai Paisios da Montanha Sagrada.]

· 149 (149) Da gratidão e reconhecimento a Deus por Sua muita bondade e pela plenitude de Seu amor, que não conhece limite e nos tolera.

· 150 (150) Para que Deus felicidade e conforto a nossos irmãos e irmãs tristes que estão em locais distantes, e para aqueles dentre nossos irmãos e irmãs que estão dormindo ainda mais longe.

Amém.


A Biblioteca Ortodoxa de São Pacômio, 1996.

Tem piedade, ó Senhor, de Teus servos Hieromonachos Christodoulos, o tradutor Vassilios, Karen, o tradutor Fabio, Dom Estevão Bittencourt, o editor Hieromonge Pe. André Sperandio, que participaram deste trabalho.

FIM, E GLÓRIA A DEUS!

Saudações

Para a nossa surpresa, várias pessoas de outros países estão acessando o nosso blog. Por isto saudamos a todos.

For our surprise, several people of other countries are accessing our blog. For this we greeted all.

Para nuestra sorpresa, alguna gente de otros países está teniendo acceso el nuestros blog. Para esto saludamos a todos.

Για την έκπληξή μας, διάφοροι άνθρωποι άλλων χωρών έχουν πρόσβαση στο blog μας. Για αυτό χαιρετήσαμε όλους.

Для нашего сярприза, несколько людей других стран достигают нашего blog. Для этого мы приветствовали все.

Für unsere überraschung machen einige Leute anderer Länder unser blog zugänglich. Für dieses grüßten wir alle.

Pour notre surprise, plusieurs personnes d'autres pays accèdent à notre blog. Pour ceci nous avons salué tous.

Per la nostra sorpresa, parecchia gente di altri paesi sta accedendo al nostro blog. Per questo greeted tutti.

私達の驚きのために、他の国の何人かの人々は私達の場所にアクセスしている。 これのために私達はすべてに挨拶した。

为我们的惊奇,其他国家的几人访问我们的站点。 为此我们招呼了所有。

우리의 놀람을 위해, 다른 국가의 몇몇 사람들은 우리의 위치에 접근하고 있다. 이것을 위해 모두가 우리에 의하여 인사했다.

Voor onze verrassing, hebben toegang verscheidene mensen van andere landen tot onze plaats. Voor dit begroetten wij allen.

Our excuses to the visitors of other countries for not greeting them in their own languages.

“Felizes os que escutam a palavra de Deus e a põem em prática”

Maria era muito reservada; nós encontramos prova disso no Evangelho. Quando é que viram que ela fosse loquaz ou cheia de presunção? Um dia, ela pôs-se à porta, desejosa de falar com o seu filho, mas não usou da sua autoridade maternal para interromper a sua pregação, nem para entrar na casa onde ele pregava. (Mc 3,13).
Se tenho boa memória, os evangelistas não ouviram mais do que quatro vezes a palavra de Maria. A primeira, quando ela se dirige ao anjo; ainda assim não é mais do que uma resposta. A segunda, na sua visita a Isabel, quando, glorificada pela prima, ela preferiu glorificar o Senhor. A terceira, quando ela se queixou ao seu filho, então com a idade de doze anos, que o pai e ela própria o haviam procurado numa inquietação. A quarta, nas bodas de Cana, quando ela interpela o seu filho e os servos.
Em todas as outras circunstâncias, Maria mostra-se lenta para falar, pronta para escutar, porque “ela conservava todas essas palavras no seu coração” (Lc 2,19.51). Não, vocês não encontram em parte alguma que ela tenha falado, nem mesmo do mistério da Encarnação. Pobres de nós que temos palavra fácil! Pobres de nós que derramamos toda a nossa alma, como um recipiente roto!
Quantas vezes Maria ouviu o seu filho, não apenas falar em parábolas à multidão, mas na intimidade, revelar aos discípulos os segredos do Reino dos céus. Ela viu-o fazer milagres, depois suspenso na cruz, expirando, ressuscitado, e subindo ao céu. Quantas vezes se pode dizer que em todas essas circunstâncias se tenha feito ouvir a voz da Virgem?... Quanto maior Maria é, mais ela se humilha não apenas em tudo, mas mais que todos.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

«Quanta graça do Espírito Santo não há-de o Pai celeste conceder àqueles que a pedem!»

Para conseguir o pão do corpo, o mendigo não se constrange em bater de porta em porta a pedi-lo; se não lho dão, avança até mais um pouco e pede, ainda mais sem cerimónia, pão, roupas ou sandálias para consolo do seu corpo. Se nada lhe derem, insiste e dali não sai, ainda que o expulsem. Nós, que procuramos receber o pão celeste e verdadeiro para nos fortificar a alma, que desejamos vestir as celestes roupas de luz e que aspiramos a calçar as imateriais sandálias do Espírito para refrigério da alma imortal, muito mais devemos, incansável e resolutamente, com fé e amor, ter sempre paciência, bater à porta espiritual de Deus e pedir com perfeita constância para nos julgar sermos dignos da vida eterna.
Por isso dizia o Senhor «uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18,1), a que acrescentava estas palavras: Quanta «justiça para com os que Lhe imploram noite e dia» (v. 6) terá então nosso Pai Celeste. E disse ainda, sobre o amigo: «Ainda que não lhe dê na qualidade de amigo, levantar-se-á devido à sua impertinência e dar-lhe-á tudo aquilo de que precisar». Acrescenta então: «Pedi, e ser-vos-á dado; procurai, e encontrareis; batei, e abrir-vos-ão. Porque àquele que pede ser-lhe-á dado, aquele que procura encontra, e àquele que bate abrir-lhe-ão». E prossegue: «Portanto se vós, que sois imperfeitos, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, vede então quanta graça do Espírito Santo há-de o Pai celeste conceder àqueles que a pedem!» É por isso que o Senhor nos exorta a pedir sempre, incansável e tenazmente, a procurar e a bater à porta, continuamente: porque Ele prometeu dar aos que pedem, procuram e batem, não aos que não pedem. É por Lhe rezarmos, Lhe suplicarmos e por O amarmos que Ele quer dar-nos a vida eterna.

S. Macário, (c. 405), monge no Egipto
Homilia nº 16

Fonte: Evangelho Cotidiano

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Podcast

Agora você pode ouvir os textos do Lecionário Ortodoxo, reflexões e entrevistas, baixar para o seu computador para ouvir em seu carro ou em qualquer outro aparelho de reprodução de áudio digital através do nosso serviço de podcast. Para isto basta clicar na coluna ao lado onde tem escrito podcast.
Caso você você não saiba o que é um podcast, acesse www.podcast1.com.br

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Convite aos Leitores deste Blog

Caros amigos e leitores,
A Luz de Cristo brilhe sobre nós.
A pressa e saturação de informações contribuem para que as pessoas procurem cada vez mais optar por dar mais atenção aos textos mais curtos e objetivos, principalmente na internet. Temos nos esforçado para isto, mas, nem sempre isto é possível.
Logo abaixo está publicada a entrevista que o Patriarca Russo Alexei II concedeu a um dos principais jornais da França e do Mundo, o "Le Monde" por ocasião de sua visita àquele país para participar do fórum do Conselho da Europa, uma organização internacional que congrega 47 países e cuja finalidade é promover a democracia e os direitos humanos na Europa. Por isto eu peço a todos os nossos visitantes um pouco mais te tempo para ler esta entrevista pelas razões abaixo:
A visita de Sua Beatitude Alexis II reveste-se de grande importância, não somente pelo fato de já por dois anos consecutivos ter sido eleito como "a personalidade do ano" na Rússia por sua liderança espiritual que foi responsável direto pelo ressurgimento da Igreja Russa, a qual hoje, segundo órgão de imprensa da Europa, é considerada como a única instituição estável em uma Rússia estável, mas, também, pela campanha que ele vem liderando em favor da restauração da Europa, da sua cultura e da preservação da fé cristã. O Patriarca Russo é o líder de mais de 120.000.000 (cento e vinte milhões) de ortodoxos.
O Patriarca Alexis II abordou temas como homossexualidade, aborto, direitos civis, cultura religiosa e as relações com a Igreja de Roma. Vale apena ler. Para aqueles que dominam bem o inglês, o vídeo com o discurso na íntegra do Patriarca está disponível (tradução simutânea) no seguinte endereço: http://www.russiatoday.ru/news/news/15010/video

Patriarca Russo Fala ao Conselho da Europa e cede entrevista ao "Le Monde"


Le Monde - É a primeira vez que um patriarca da Igreja da Rússia participa de encontros no Conselho da Europa em Estrasburgo e em Paris. Qual é o objetivo da sua visita?
Alexis 2º - A França é a segunda pátria para as centenas de milhares de russos que foram forçados a deixar o seu país durante a grande tragédia do século 20. A proximidade das nossas culturas não precisa mais ser demonstrada. Eu gostaria, portanto, de lembrar às autoridades da Europa ocidental que sem uma fidelidade renovada aos seus valores espirituais e morais, a Europa não tem futuro algum. A sociedade européia está sendo marcada por uma ideologia secularista agressiva, pelo culto do consumo, a adoração da razão. Se a liberdade não for acompanhada pelo senso da responsabilidade, pela humildade, então a pessoa e a sociedade se auto destroem. A cultura européia e a cultura russa foram fundadas com base nos valores cristãos. Nós não podemos rejeitar esta herança. Por isso, é com amargura que nós constatamos que as raízes cristãs da Europa nem sequer foram incluídas no preâmbulo do Tratado Constitucional Europeu.

Le Monde - Será a sua visita à Igreja católica da França um primeiro passo antes de um encontro com Bento 16? Ou será que Vossa Excelência se mantém numa atitude de recusa? O ecumenismo parece estar reduzido a uma "frente moral" contra a permissividade da Europa...
Alexis 2º - Eu nunca excluí a possibilidade de haver tal encontro. Mas, há um aspecto disso do qual discordo. É o fato de essa reunião poder acontecer apenas para as câmeras de televisão! Ela deverá ser precedida por mudanças profundas em nossas relações e, por enquanto, ainda existem obstáculos em demasia.

Durante os anos 1990, diversos responsáveis católicos afirmaram que a Rússia pós-marxista era um deserto espiritual, sendo como tal, para eles, uma terra de missões. Nós não podemos aceitar isso. A luz do cristianismo foi trazida para a Rússia, há mais de mil anos, pela Igreja ortodoxa. A luta ateísta e o terror que foi exercido contra a Igreja no século 20, transformaram em mártires dezenas de milhares de russos ortodoxos. Além disso, hoje, no momento em que a renovação espiritual se torna novamente possível, não é conveniente, nem decente conduzir em nosso território missões paralelas de conversão. Ora, dezenas de milhares de religiosos católicos vêm desenvolvendo atividades missionárias junto ao nosso povo, o qual considera isso como atos de proselitismo.

O segundo obstáculo é a expansão do "uniatismo" na Ucrânia ocidental (o "uniatismo" designa as tentativas católicas visando a converter populações ortodoxas no Leste). A Igreja grego-católica (de rito ortodoxo, porém dependente de Roma) foi proibida sob Stalin, mas, durante cinqüenta anos, ela conseguiu receber uma ajuda espiritual das nossas escolas teológicas. Em primeiro lugar, não teria sido o caso de nos agradecer por isso? Ora, ocorreram enfrentamentos que objetivavam a suposta recuperação de bens e de igrejas. Atitudes como essas eram imagináveis na Idade Média, mas não hoje. Na Ucrânia ocidental, até hoje continua sendo impossível para nós receber toda e qualquer autorização para comprar terras. Resumindo, em relação à Igreja de Roma, nós estamos separados há quase mil anos, e serão necessários ainda muitos esforços para podermos superar a nossa divisão.

Le Monde - Nos meios da oposição, muitos foram os críticos que tomaram posição contra o espaço demasiadamente grande que a Igreja vem tomando na vida pública russa. A sua proximidade com o presidente Putin não estaria obrigando a sua Igreja a caucionar sua política, e até mesmo as suas exigências na Tchetchênia?
Alexis 2º - Os ocidentais têm mesmo muitas dificuldades para compreender tudo aquilo que os padres, os bispos e os fieis sofreram durante os anos 1920 e 1930. Além disso, o que os impressiona atualmente é que um sem número de igrejas esteja reabrindo as suas portas. Mas este é um processo que de modo algum é imposto pelos poderes, nem pelo civil, nem pelo religioso. Ele corresponde a uma demanda que vem de baixo, deste povo ortodoxo que, após ter sido alvo de repressão durante dezenas de anos, volta-se novamente para a fé dos seus pais e aspira a uma direção moral e espiritual. A Rússia é um novo país, mas os estereótipos inspirados na época soviética permanecem. De modo equivocado. A Rússia está aberta para todos os tipos de colaboração.

"Caucionar" a política do presidente Putin? Com toda a responsabilidade que me impõe o meu cargo, eu lhe respondo que o Estado não interfere na vida interior da Igreja. E que a Igreja não interfere na vida política do Estado. O princípio da separação é respeitado, mas existem campos nos quais nós devemos colaborar, tais como a educação, o social, a preservação da paz entre as religiões e entre os povos. Nós estamos a par de tudo aquilo que o Estado vem fazendo pelo bem do nosso povo, mas quando são tomadas decisões que enfraquecem, por exemplo, as populações mais pobres, nós damos a entender a nossa desaprovação.

No que diz respeito à Tchetchênia, quero lembrar que dezenas de padres foram mortos pelos nacionalistas e que, sessenta anos depois da guerra mundial, o terrorismo volta a mostrar, infelizmente, o seu rosto mais cruel.

Le Monde - Vossa Excelência nasceu nos países bálticos (em 1929, na Estônia) no contexto de uma imigração que atribuía uma enorme importância para os valores de reforma da ortodoxia, como elas haviam sido manifestadas no Concílio de 1917, o qual foi destruído pela revolução bolchevique. Mas o conservadorismo, atualmente, parece ter levado a melhor sobre o espírito de reforma...
Alexis 2º - A Igreja ortodoxa não é uma Igreja de reforma, e sim uma Igreja de tradição. Mas a tradição não é, para nós, um legado morto dos séculos passados, e sim uma herança viva, por conta da riqueza herdada dos nossos pais. Foi imbuído deste espírito que eu fui educado pela família ortodoxa da Estônia.

O Concílio de 1917-1918 permanece um evento de marca maior da nossa história. Nós recorremos às suas decisões quando estávamos preparando os Fundamentos da Doutrina Social que foram adotados no ano de 2000, ao mesmo tempo enraizados na tradição e capazes de oferecer respostas às questões de atualidade - bioética, ecologia, cultura, ciências, política - e àquelas levantadas pelas nossas relações com o Estado.

Atualmente, a Igreja russa está renascendo. Uma grande sabedoria é necessária, portanto, para não melindrar nem ferir os jovens que dela querem participar. Para alguém que acompanha tudo isso do lado de fora, esta prudência pode se parecer com um conservadorismo excessivo. Mas, do interior, percebe-se que a vida da nossa Igreja é muito ativa, e que as suas estruturas e o seu pensamento evoluem de maneira dinâmica.

120 MILHÕES DE FIÉIS NO EX-IMPÉRIO SOVIÉTICO
Eleito em 1990 após ter sido metropolita (bispo da metrópole; arcebispo) de Leningrado, Alexis 2º (nascido Alexis Ridiger), o "patriarca de todas as Rússias", governa uma Igreja em pleno renascimento que conta 120 milhões de fiéis na Rússia, na Ucrânia, em Belarus, na Moldova, nos países bálticos e na diáspora da Europa e dos Estados Unidos. O patriarcado de Moscou vem sofrendo das tensões étnicas, lingüísticas e nacionalistas que agitam o ex-império soviético, sobretudo na Ucrânia, aonde os militantes de uma Igreja ortodoxa nacional vêm lutando em favor da sua autocefalia (autonomia).
Em contrapartida, após um cisma que durou 80 anos, Alexis 2º conseguiu reintegrar a Igreja chamada de "fora das fronteiras", a qual reunia 500.000 fiéis que haviam fugido do regime bolchevique e que se apresentavam como defensores das tradições da antiga Rússia. Risco de sofrer uma guinada conservadora? Na entrevista ao "Le Monde", o patriarca nega esta possibilidade: "O conservadorismo torna-se perigoso quando ele significa uma tendência ao ensimesmamento, a recusa a testemunhar e a compartilhar. Eu não penso que existam muitos homens movidos por essas atitudes na Igreja "fora das fronteiras", afirma.

Tradução: Jean-Yves de Neufville
Fonte: UOL

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Espiritualidade em Tempos Hodiernos: Um Grande Desafio

Vivemos, desgraçadamente, num mundo de rebeldia que, mais que nunca, não é o céu na terra, não está livre de guerras, de desafios, de revoltas, de abundância; não é um mundo pacífico, sem dano e sem pecado. Isto nos ajuda a compreender consciente e profundamente a importância da Quaresma.

Nossa existência num mundo confuso e contraditório em suas aspirações, opressor e exausto nas circunstâncias cotidianas a que dá lugar, está condenada a seguir o caminho de uma mudança para pior. O homem moderno, que vive sem controle e sem responsabilidade as experiências cotidianas da vida, se afasta cada vez mais não só de Deus, mas também de si mesmo. Por esta razão sua salvação depende da capacidade de dar-se conta, a cada momento, da qualidade de vida que está vivendo e expressando. Necessita, pois, grandes desafios para que desperte e busque o verdadeiro caminho da vida.

Para tanto, um grande estímulo na edificação da consciência religiosa é a comovedora oração de Santo Efrén, o Sírio:

"Senhor e Mestre de minha vida,
afasta de mim o espírito de preguiça,
de abatimento, de domínio, de loquacidade,
e concede a mim, teu servo, um espírito de integridade,
de humildade, de paciência e de amor.
Sim, Senhor e Rei,
concede ver meus pecados e não julgar meus irmãos".

Esta espiritual e santa oração desperta o espírito humano e nos incita a subir os degraus da “escada” da dignidade de nossa humanidade, e da qualidade espiritual de nossa vida.

Santo Efrén, ainda que tenha vivido há 1600 anos, comunica-se perfeitamente com o ser humano de hoje, porque seu discurso é inspirado por Deus. É aquele mestre que, com todas as suas forças, nos convida e nos desafia a penetrar no mais profundo de nossa alma em busca das forças que Deus nos concedeu para um sincero diálogo com Ele, de modo que nos realizemos a nós mesmos.

Persignemo-nos e rezemos no encontro pessoal com a oração de São Efrén. Desta maneira, cada um de nós receberá, em segredo e em silêncio, o que busca e não poderia encontrar em outro lugar de maneira tão madura, universal e completa como nesta oração.

Sobre a Preguiça

O grande santo Efrén soube muito bem porque colocou no primeiro degrau das paixões a preguiça. A preguiça é uma pesada nuvem que cobre a alma e não a deixa respirar. Obscurece a mente e não lhe permite ver as coisas com clareza. O preguiçoso está continuamente exposto ao desespero. Por isso a preguiça é um terrível inimigo que atenta contra a nossa vida.

Os Padres da Igreja a consideram mãe de numerosos males. São Basílio, o Grande a apresenta caracteristicamente como a causa de toda a maldade e, São João Crisóstomo, como a fonte de todo o pecado. Porém, também os demais vícios estão conectados com a preguiça, porque esta, causando o enfraquecimento da atenção, abre portas a outros vícios semelhantes que nos oprimem.

A preguiça é um fértil terreno para o crescimento da erva daninha dos pensamentos impuros, das ações indevidas e das más recordações. Nesta situação, o homem perde sua seriedade, sua dignidade e sua nobreza. Aborrece-se, irrita-se, e se entristece, vendo-se conduzido ao erro, a loquacidade, ao escárnio e à ironia.

O homem espiritual, escreve o arcebispo de Quersoneso, Inocêncio, clama: “Não permita, Senhor, que os dias de minha vida, tão breves e escassos, transcorram nas coisas futilidades das atitudes mundanas e na inércia. Não me deixe enterrar os talentos que me confiaste no terreno do esquecimento e da preguiça”.

Quanto mais avança em nossa alma a conquista da preguiça, tanto mais grave se faz a enfermidade. E deste modo a alma pode facilmente ver-se conduzida à confusão e ao desespero, que não são senão situações demoníacas.

Não é pequeno, desgraçadamente, o número das almas que, de diversos pontos de partida, por diversas razões e motivos, tem deixado em seu interior de resistir, dominados impiedosamente pela insatisfação e a desolação, pelo desgosto, tédio e a tristeza que se abrigaram em seu coração.

O espírito de desespero que surge do espírito da preguiça, da daninha preguiça de não cumprir os mandamentos de Deus, nos impedem de começar um itinerário espiritual.

O homem é chamado a ser santo. Se não chegamos todos à santidade se deve à preguiça que é diametralmente contrária ao desenvolvimento do homem espiritual, que é a negação de nossa evolução pessoal e a entrega à imobilidade.

São Nicodemos do Monte Athos, em sua preciosa obra “Exercícios Espirituais”, é muito preciso e eloqüente a respeito disso. Refere como o demônio abriu neste mundo uma escola de malícias, vendo que, ele mesmo, não teria tempo de dar aulas de maldade, e pôs em seu lugar, como professor, a preguiça, daí porque os piores se convertem em seus melhores alunos.


Fragmentos do Monge Moisés (Monte Athos) e de Ioannis Kornarakis.

Se você deseja ler este artigo na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Relação dos Ortodoxos com os Não-Ortodoxos

Para aqueles que nos perguntam sobre a posição da Igreja Ortodoxa para com as igrejas não-ortodoxas, convido a ler documento publicado pelo Patriarcado de Moscou denominado "Princípios Básicos da Atitude com os Não-Ortodoxos" abordando este tema. Este texto pode ser lido em russo e inglês no sítio do Patriarcado (http://www.mospat.ru/) ou em português (http://www.ecclesia.com.br/) . Se preferir também você pode clicar aqui e baixar uma cópia em formato doc.

«Quem em meu nome acolher este pequenino, é a mim que acolhe»

«Os seus filhinhos serão levados aos ombros e consolados ao colo, vem nas Escrituras. Como à criança a quem a mãe dá consolo, também eu vos consolarei» (Is 66,12-13). A mãe chega seus filhos a si, e nós, nós procuramos nossa mãe, a Igreja. Todo o ser de pouca idade e frágil é, nessa fragilidade desprotegida, um ser gracioso, doce, encantador; Deus não recusa o seu auxílio a seres tão jovens assim. Todos os pais têm uma ternura peculiar para com seus filhos pequenos… De igual modo, o Pai de toda a criação acolhe aqueles que se refugiam junto de si, regenera-os pelo Espírito e adopta-os como filhos; conhece a sua doçura e só a eles ama, auxilia, defende; por isso lhes chama filhos (cf. Jo 13,33).

O Santo Espírito, falando pela boca de Isaías, aplica ao próprio Senhor o termo filho: «Eis que nos nasceu um menino, foi-nos dado um filho.» (Is 9,5). Quem é então esta pequena criança, este recém-nascido, à imagem de quem também nós somos crianças? Pela boca do mesmo Profeta, o Espírito descreve-nos a sua grandeza: «Conselheiro admirável, Deus poderoso, Pai eterno, Príncipe da paz» (v. 6).

Ó Deus tão grande! Ó menino perfeito! O Filho está no Pai e o Pai está no Filho. Poderia não ser perfeita a educação que nos dá este menino? Ela reúne-nos para nos guiar, a nós, os seus filhos. O menino estendeu-nos as mãos, e nelas pomos toda a nossa fé. Também João Baptista dá testemunho desta criança: «Eis o cordeiro de Deus», diz-nos (Jo 1, 29). Como as Escrituras designam as crianças por cordeiros, chamou "cordeiro de Deus" ao Verbo Deus que por nós se fez homem e que em tudo nos quis ser igual, ele, que é o Filho de Deus, o menino do Pai.

Clemente de Alexandria (150-c.215), teólogo
O Pedagogo, I, 21-24