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domingo, 21 de março de 2010

V Domingo da Grande Quaresma – Domingo de Santa Maria do Egito

Epístola: Hebreus 9, 11-14

Evangelho: Marcos 10, 32-45

 

Santa Maria do Egito

maria_do_egito2 A biografia desta maravilhosa santa foi escrita por São Sofronius, o Patriarca de Jerusalém.

Uma vez, durante o honorável jejum quaresmal, o ancião Hieromonge Zosimus, retirou-se ao deserto além do Jordão, numa jornada de vinte dias. De repente, ele viu uma pessoa com um corpo murchado e nu cujo cabelo era tão branco como a neve e que começou a fugir da visão de Zosimus. O ancião correu por um tempo até esta pessoa que se agachou em um riacho e gritou:

"Abba Zosimus perdoe-me pelo amor do Senhor. Eu não posso olhar porque eu sou uma mulher nua".

Zosimus então lançou sua roupa exterior para ela que, após se vestir, se apresentou perante ele. O ancião ficou temeroso ao ouvir seu nome falado pela boca desta mulher que ele não conhecia.

Seguindo sua prolongada insistência, a mulher relatou sua história de vida. Ela nasceu no Egito e com a idade de vinte anos começou a viver uma vida de prostituição em Alexandria onde ela passou dezessete anos nesta forma pervertida de vida. Guiada por uma chama adúltera da carne, um dia ela tomou um barco que estava indo para Jerusalém. Chegando à Cidade Santa, quis entrar na igreja de modo a venerar a Honrável Cruz, mas alguma força invisível a conteve e lhe impediu de entrar na igreja. Em grande temor, a mulher contemplou o ícone da Toda Santa Mãe de Deus no vestíbulo e orou para que lhe fosse permitido entrar na igreja para venerar a Honrável Cruz, de uma só vez confessando seus pecados e impurezas e prometendo que ela iria onde quer que fosse que a Toda Pura a dirigisse. Então foi-lhe permitido entrar na igreja.

Tendo venerado a Cruz, novamente entrou no vestíbulo e, perante o ícone, deu graças a Mãe de Deus. Naquele exato instante ela ouviu uma voz dizendo:

"Se você passar além do Jordão irá encontrar o lugar real!"

Imediatamente a mulher comprou três pães e começou a jornada para o Jordão aonde chegou naquela mesma noite. No dia seguinte recebeu a Santa Comunhão no Mosteiro de São João e atravessou o rio Jordão.

A mulher permaneceu no deserto por quarenta e oito anos em grande tormento, medo e luta com pensamentos apaixonados como se com bestas selvagens. Ela se alimentava de vegetação.

No encontro entre o Padre Zosimus e Santa Maria do Egito, o ancião a viu levitar durante a oração. Ao se despedirem, ela pediu para que ele lhe trouxesse a Santa Comunhão no próximo ano na costa do Jordão, aonde ela viria, então, para receber.

No ano seguinte, Zosimus chegou na costa do Jordão à noite com a Santa Comunhão. Ele desejava saber como esta santa iria atravessar o Jordão. Naquele momento, na luz da lua, ele a avistou de longe e, ao chegar próxima do rio, fez o sinal da cruz sobre ele e andou sobre as águas como se sobre terra seca. Depois de Zosimus administrar a Santa Comunhão, ela lhe pediu para vir no próximo ano ao mesmo riacho.

No ano seguinte, ao chegar ao local do encontro marcado, Zosimus encontrou o corpo da Santa já sem vida. Sobre sua cabeça na areia estava escrito:

"Abba Zosimus, enterre o corpo da humilde Maria neste sitio; faça o pó voltar ao pó. Eu morri em 1 de abril, à mesma noite do sofrimento de Cristo, o salvador, logo após receber a Comunhão dos Divinos Mistérios".

Assim, Zosimus enterrou o corpo desta maravilhosa santa, Maria do Egito. Quando ele retornou ao mosteiro relatou a história da vida dela e os milagres que ele mesmo pessoalmente presenciou. Assim, o Senhor sabe como glorificar os pecadores penitentes.

Santa Maria é também comemorada no Quinto Domingo da Quaresma. A Igreja mantém Santa Maria do Egito como um exemplo e incentivo para os fiéis ao arrependimento durante estes dias de jejum. Maria adormeceu por volta do ano 530.

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