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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Natividade da Santíssima Mãe de Deus (THEOTOKOS) e sempre Virgem Maria.

Filipenses 2,5-11; Lucas 10,38-42; 11,27-28 (Para ler o texto clique na referência)

Nativity Of Theotokos

Mãe de Deus e Mãe da Igreja

A Santíssima Genitora de Deus é honrada pela Igreja Ortodoxa como Intercessora por todo gênero cristão. Somente a Ela nós recorremos com a prece - 'salve nos' ao passo que aos Santos restantes nós pedimos 'orem a Deus por nós'.

Dos dois lados das Portas Régias, que simbolizam a entrada do Reino Celeste, em cada templo ortodoxo numa posição idêntica, situam-se as imagens do Salvador e da Mãe de Deus, - indicando e salientando, que o ingresso no Reino Celeste realiza-se somente por intermédio da Santíssima Virgem Maria. Também, demonstra-se que nada na Igreja realiza-se sem a Sua participação e intermediação, - do que são testemunhas os inúmeros cantos e orações da Igreja Ortodoxa. Surge a pergunta: por que tamanha significância e tal o Seu poder? Geralmente, presume-se que tudo isso provém dos traços pessoais Dela e também pelo fato de Deus ter escolhido-A para ser a Mãe do Seu Filho encarnado. É conhecido e amplamente interpretado o sentido das palavras do Salvador na Cruz, quando Ele perfilhou São João Evangelista à Sua Mãe. No entender da Igreja isso sempre significou a perfilhação de toda gente de fé à Mãe de Deus.

Agora a questão focaliza-se num determinado ponto exato, adquirindo uma nova nuança. Em que sentido deve ser compreendida esta perfilhação? Metafórico-poético, figurado ou moral, - de um cunho ético? Ou então, no mais profundo - existencial? A resposta, irmãos e irmãs, é evidente - é só prestar atenção. Nós comungamos o Corpo e Sangue de Cristo, que provém do puríssimo sangue da Mãe do Senhor Jesus Cristo. Conseqüentemente, unindo-se no Sacramento da Eucaristia a Cristo, nós entramos numa certa união com a Mãe de Deus. Esta união não pode ser entendida a não ser como filial. Em outras palavras, no Sacramento da Comunhão, nós, - semelhantes a Cristo, tornamo-nos filhos da Mãe de Deus, e não em algum sentido figurado, alegórico, mas no sentido real - sacramental. Nós nos tornamos Seus filhos consangüíneos (pelo Sangue de Cristo).

Eis um mistério da Ortodoxia. Nele as feições da Abençoadíssima pessoa da Sempre Virgem Maria comunicam-se necessariamente àquele que tem fé sincera, - bem como à Igreja Ortodoxa inteira. Estamos portanto, com razão, concluindo que Ela é a verdadeira Mãe de cada alma ortodoxa e Mãe da Igreja. Agora, então, tornam-se compreensíveis as palavras do Salvador sobre a perfilhação de São João Evangelista e na pessoa dele, de todos homens de fé.

Pe. Lev Lhébedev / Tradução: V.B.

A vida terrena da Mãe de Deus

Com base nas escrituras sagradas e na herança histórica da Igreja

O evangelista Lucas, que conheceu de perto a Sagrada Virgem Maria, registrou a partir das palavras Dela, inúmeros fatos importantes relativos aos primeiros anos da Sua vida. O evangelista Lucas era médico e também pintor, tendo pintado uma imagem da Virgem, ícone a partir do qual outros pintores fizeram outras cópias.

O nascimento da Sagrada Virgem Maria. Quando se aproximava o momento do nascimento do Salvador do mundo na cidade de Nazaré, na Galiléia, morava aí um descendente do rei David, chamado Joaquim com a sua mulher, Ana. Ambos eram pessoas reconhecidamente de boa índole e eram conhecidos pela sua compaixão, humildade e generosidade. Joaquim e Ana atingiram uma idade muito avançada, mas não tinham filhos. Este fato entristecia-os especialmente. Mas apesar da idade, eles continuavam a orar incessantemente e a pedir a Deus para que Ele lhes concedesse um filho. Para isso fizeram até uma promessa de que se eles recebessem a dádiva do nascimento de um filho, o destinariam para servir a Deus. Naqueles tempos não ter filhos era considerado um castigo divino pelos pecados cometidos. Joaquim em particular sofria muito com a falta de filhos, principalmente porque, de acordo com a as profecias, na sua família deveria nascer o Messias-Jesus. Pela paciência e fé Deus deu a Joaquim e Ana uma grande alegria: finalmente conceberam uma filha e a Ela foi dado o nome de Maria, o que em hebreu significa: "Senhora, Esperança."

A entrada no Templo. Quando a Virgem Maria completou 3 anos, os seus beneméritos pais prepararam-na para cumprir a promessa fixada por eles: levaram-na a um templo em Jerusalém para que Ela pudesse dedicar a Sua vida a Deus. A Virgem Maria ficou a residir junto ao templo. Aí, Ela e outras companheiras estudavam as leis de Deus e executavam trabalhos manuais, rezavam e liam as Escrituras Sagradas. Junto a este templo a Virgem Maria viveu perto de 11 anos, cresceu, desenvolvendo em si uma profunda compaixão, em tudo entregue à vontade de Deus, imensamente modesta e dedicada em seus esforços. Desejando viver e dedicar-se exclusivamente a Deus, ela fez um voto de não se casar e permanecer para sempre virgem.

APOLITIKION (4º TOM)

Tua natividade, ó Mãe de Deus,

anunciou a alegria ao mundo inteiro;

Pois de ti nasceu o sol da justiça, o Cristo nosso Deus,

o qual, abolindo a maldição, nos deu a bênção,

e destruindo a morte, deu-nos a vida eterna.

KONDAKION (4º TOM)

Pela tua santa natividade, ó Pura,

Joaquim e Ana foram libertos do opróbrio da esterilidade

e Adão e Eva, da corrupção da morte.

Teu povo, salvo da escravidão de pecado

te festeja, exclamando: "a estéril dá a luz,

a mãe de Deus que alimenta nossa vida!

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