I Cor. 1, 1-9; Mt 13, 24-39 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)
Contemplação do Evangelho de Cristo
"Foi um inimigo que fez isto"
Escrevo-vos, irmãos bem amados, para que saibais que, desde o dia em que Adão foi criado até ao fim do mundo, o Maligno fará guerra constante aos santos (Ap 13,7)... Contudo, são poucos os que se dão conta de que o saqueador das almas coabita com eles nos seus corpos, muito perto das suas almas. Vivem na tribulação e não há ninguém sobre a terra que os possa reconfortar. Por isso, olham para o céu e aí colocam a sua esperança, contando receber alguma coisa dentro de si próprios. Desta forma, e graças à armadura do Espírito (Ef 6,13), vencerão. Com efeito, é do céu que recebem uma força, que permanece escondida aos olhos da carne. Enquanto procurarem Deus com todo o seu coração, a força de Deus vem secretamente em seu auxílio a todo o momento... É precisamente porque tocam com o dedo na sua fraqueza, porque são incapazes de vencer, que eles solicitam ardentemente a armadura de Deus e, assim revestidos com o equipamento do Espírito para o combate (Ef 6,13), tornam-se vitoriosos...
Sabei, pois, irmão bem amados, que em todos os que prepararam a alma para se tornarem numa terra boa para a semente celeste, o inimigo apressa-se a semear o seu joio... Sabei também que aqueles que não procuram o Senhor com todo o seu coração não são tentados por Satanás de forma tão evidente; é mais às escondidas do que por manhas que ele tenta... afastá-los para longe de Deus.
Mas agora, irmãos, tende coragem e não receeis. Não vos deixeis assustar com imaginações suscitadas pelo inimigo. Na oração, não vos entregueis a uma agitação confusa, multiplicando gritos sem nexo, mas acolhei a graça do Senhor na contrição e no arrependimento... Tende coragem, reconfortai-vos, resisti, preocupai-vos com as vossas almas, perseverai zelosamente na oração... Porque todos os que procuram Deus com verdade receberão uma força divina na sua alma e, recebendo essa unção celeste, todos sentirão em si o gosto e a doçura do mundo que há-de vir. Que a paz do Senhor, aquela que esteve com todos os santos padres e os guardou de todas as tentações, permaneça também convosco. Santo Isac o Sírio (séc. VII), monge em Nínive, perto de Mossul, no actual Iraque
Discursos ascéticos, 1ª série, nº 20
"O meu servidor não quebrará a cana fendida, não apagará a mecha que fumega... As nações colocarão a sua esperança no Seu nome"
Quero abrir a boca, irmãos, para vos falar do altíssimo assunto da humildade. E estou cheio de temor, como quem sabe que deve falar de Deus com a língua dos seus próprios pensamentos. Porque a humildade é a roupagem da Divindade. Fazendo-se homem, o Verbo revestiu-se de humildade. Através dela, viveu connosco dentro de um corpo. E todo o que vive na humildade torna-se verdadeiramente semelhante Àquele que desceu das alturas e cobriu a sua grandeza e a sua glória com as vestes da humildade, para que, ao vê-lo, a criação não fosse consumida. Porque a criação não teria podido contemplá-lo se Ele não tivesse tomado sobre si a humildade e não tivesse, assim, vivido com ela. Não teria havido face a face com Ele. A criação não teria ouvido as palavras da sua boca...
Por isso, quando a criação vê um homem revestido da semelhança do seu Mestre, ela o venera e honra, tal como o fez ao Mestre, que viu viver revestido de humildade. Com efeito, que criatura não se deixa enternecer diante do humilde? Contudo, enquanto a glória da humildade não se tinha revelado a todos em Cristo, desdenhava-se desta visão tão cheia de santidade. Mas agora a sua grandeza elevou-se aos olhos do mundo. Foi concedido à criação receber, na mediação do homem humilde, a visão do seu Criador. Por isso, o humilde não é desprezado por ninguém, nem sequer pelos inimigos da verdade. Aquele que aprendeu a humildade é venerado por causa dela, como se tivesse sobre si uma coroa e vestes de púrpura.
Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África)
Fonte: Evangelho Cotidiano
SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)
São Áquila, Apóstolo dos Setenta
São Áquila era um judeu natural da cidade do Ponto, situada na Ásia Menor (província romana). Ele era um artesão (fazedor de tendas). Por volta do ano 52, ele e sua esposa Priscila conheceram São Paulo, na cidade de Corinto. O casal oferecera ao apóstolo hospedagem e, a partir daí tornaram-se discípulos de Cristo e fiel colaboradores do Apóstolo aos Gentios. Áquila e Priscila deram grande testemunho de fé e de serviço fiel e operoso ao Reino de Cristo. Entre outras afirmações das Sagradas Escrituras, temos este trecho da Carta de São Paulo aos Romanos:
"Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida expuseram a sua cabeça; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios"(Rom. 16:3-4). A data e as circunstâncias em que São Áquila adormeceu são desconhecidas.
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