segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Do Meu Bloco de Notas

mateus De acordo com o calendário civil mais um ano termina, contudo, a renovação da vida é diária. Mas, aproveitando a ocasião, convido a todos a refletir esta ação de graças, que é parte de um hino (Akatistos) composto por um padre antes de sua execução em um campo de concetração de Stalin, durante o regime comunista.
 
ORAÇÃO DE AÇÃO DE GRAÇAS

Senhor Jesus Cristo nosso Deus,

Vida e força de todos aqueles que em Ti depositam fé

E cuja bondade e amor por nós são infinitos!

Nós, Teus indignos servos,

Com temor nos prostramos diante de Tua magnitude,

E Te trazemos nossos agradecimentos

Por Tua piedosa bondade a nós revelada.

Nós Te louvamos, Te adoramos,

Te glorificamos, Te veneramos

E humildemente de novo Te damos graças.

Com humildade pedimos à Tua incontável misericórdia:

Como outrora Tu aceitaste nossas súplicas e as atendeste,

Socorre-nos também no futuro.

Permita que possamos permanecer no Teu amor,

No amor ao próximo e em todas as boas ações.

Permita também que sempre possamos Te agradecer

E Te louvar junto com Teu Pai, Santo e Onipotente

E o Espírito Santo. Amém.

Kondakion 1

Pai e Rei do Universo que manténs em Tuas mãos

Todo caminho da vida do homem com Tua força salvadora de Tua Providência,

Agradecemos por todo bem visível e invisível

Que recebemos de Ti.

Rendemos-Te graças pela nossa vida terrestre

E pelas alegrias Celestiais do Teu Reino vindouro.

Envia Tua misericórdia a nós, que cantamos:

Glória a Ti Senhor, pelos séculos!

Ikos 1

Nasci para o mundo uma criança frágil e dependente,

Mas o Teu Anjo,

Abrindo suas asas e protegeu meu berço.

Deste então, misteriosamente, o Teu amor vem iluminando todos os meus caminhos; maravilhosamente

me dirigindo para a luz da eternidade. A Tua Providência me tem amparado desde meus primeiros instantes de vida até hoje

Agradeço e clamo com todos que Te conhecem:

Glória a Ti que me deste a vida;

Glória a Ti que me mostraste a beleza ao meu redor;

Glória a Ti que abriste diante de mim

O céu e a terra como um livro eterno de sabedoria;

Glória a Ti por Tua eternidade no meio do mundo finito;

Glória a Ti pelas misericórdias visíveis e invisíveis;

Glória a Ti por cada passo que dou na vida,

Por cada momento de felicidade;

Glória a Ti, Senhor, para sempre!

domingo, 30 de dezembro de 2007

Domingo Após a Natividade do Senhor

 «Comemoração de São José, Esposo da Mãe de Deus; de São Tiago, irmão de Jesus e de David, o Profeta-rei»

Leitura da Epístola de São Paulo aos Gálatas 1:11-19

Irmãos, asseguro-vos que o Evangelho pregado por mim não tem nada de humano. Não o recebi nem aprendi de homem algum mas através de uma revelação de Jesus Cristo. Certamente ouvistes falar como outrora vivia eu no judaísmo. Perseguia ferrenhamente a Igreja de Deus e procurava exterminá-la. E no zelo pelo judaísmo ultrapassava muitos dos companheiros de idade da minha nação, mostrando-me extremamente zeloso das tradições paternas. Mas, quando aprouve àquele que me reservou desde o seio de minha mãe e me chamou por sua graça, para revelar seu Filho em minha pessoa, a fim de que o tornasse conhecido entre os pagãos, imediatamente parti para a Arábia, sem recorrer a nenhum conselho humano, sem ir a Jerusalém ver os que, antes de mim, eram apóstolos. Da Arábia voltei a Damasco. Três anos depois, subi a Jerusalém para conhecer Cefas e fiquei com ele quinze dias. Dos outros apóstolos não vi mais nenhum, mas somente Tiago, irmão do Senhor.

Evangelho: «Fuga para o Egito e matança dos inocentes».

Mt 2, 13-23

Leitura do Santo Evangelho de N. S. JesusCristo, segundo o Evangelista São Mateus

Naquele tempo, depois que os magos se retiraram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo. José levantou-se, de noite, pegou o menino e sua mãe, retirou-se ao Egito e lá ficou até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: Do Egito chamei o meu filho. Quando Herodes percebeu que os magos o tinham enganado, ficou furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo indicado pelos magos. Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: «Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, pois não existem mais.»

Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e lhe disse: Levanta-te, pega o menino e sua mãe, e volta para a terra de Israel; pois já morreram aqueles que queriam matar o menino. Ele levantou-se, pegou o menino e sua mãe e entrou na terra de Israel. Mas quando soube que Arquelau reinava na Judéia, no lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Depois de receber em sonho um aviso, retirou-se para a região da Galiléia e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: «Ele será chamado nazareno».

 

Refletindo:

Tendo celebrado a Festa do Nascimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, segundo a Carne, a Igreja quer destacar neste domingo pós-Natal três nomes que são fundamentais para reforçar o Mistério da encarnação do Verbo: José, Tiago e Davi.

José é lembrado por ser homem de fé e que esteve ao lado do Menino como pai adotivo; Tiago aprece como personagem que vai confirmar o dogma da Virgindade de Maria antes e depois do parto; e Davi, porque de sua linhagem nasceu o Salvador, o Messias esperado.

José, Esposo de Maria: Baseados nos relatos da Genealogia, José é filho de Jacó ( Mt 1, 16) ou de Eli (Lc 3, 23) e esposo de Maria, a mãe de Jesus. Aparece nos evangelhos da infância em Mateus e Lucas como também em outros lugares, mas apenas como o humilde "Guardião" de Jesus (Lc 4, 22; Jo 1, 46; Jo 6, 42). No Evangelho de Mateus é chamado de o "Justo". A ele foi revelado o nascimento virginal de Jesus (Mt 1, 10-25).

Foi também responsável por Maria e Jesus durante a fuga para o Egito. São Mateus não menciona qualquer residência de José em Nazaré antes do retorno do Egito. Já, São Lucas, diz que Maria e José moravam em Nazaré antes mesmo do nascimento do Messias. Após a fuga para o Egito conforme as narrativas de São Lucas, José aparece como figura secundária, presente no Nascimento, na Apresentação do Menino no Templo, na perda e no Encontro de Jesus em Jerusalém. Após estes acontecimentos, a Sagrada Escritura nada mais menciona.

"Por ser homem justo foi escolhido por Deus para guardar a virgindade de Maria com quem se casou aos 30 anos. Era carpinteiro, trabalhador, tanto que, em Nazaré, perguntaram em relação a Jesus, "Não é este o filho do carpinteiro?" (Mt 13, 55). Apesar de seu humilde trabalho e suas condições simples, José era de linhagem real. Lucas e Mateus citam sua descendência de Davi, o maior rei de Israel (Mt 1, 1-16 e Lc 3, 23-38). Realmente o Anjo, que primeiro conta a José sobre Jesus, o saúda como "filho de Davi", um título real usado também para Jesus.

José foi um homem compassivo, carinhoso. Quando soube que Maria estava grávida, ainda não tendo com ela se casado. sabendo que a criança não era sua, pois respeitava sua noiva, planejou separar-se de Maria de acordo com a lei, mas temeu pela segurança e sofrimento dela e do bebê. José sabia que mulheres acusadas de adultério poderiam ser apedrejadas até a morte. Então, decidiu deixá-la silenciosamente para não expor Maria a vergonha ou crueldade (Mt 1, 19-25).

José foi um homem de fé, obediente a tudo o que Deus pedisse a ele. Quando o Anjo apareceu a José em um sonho e contou-lhe a verdade sobre a criança que Maria estava carregando, José imediatamente e sem questionar ou preocupar-se com o que poderiam dizer, tomou-a como esposa.

Cita o Evangelho de Lucas que, tendo se completado o tempo para Jesus nascer, surgiu um decreto que todos deveriam se recensear na cidade de origem. Sendo José da casa de Davi, foi com Maria para Belém, nascendo lá o Salvador. Quando o Anjo de Deus reapareceu para lhe dizer que sua família estava em perigo, ele imediatamente deixou tudo o que possuía, todos os seus parentes e amigos, e fugiu para um país estranho, desconhecido, com sua jovem esposa e o bebê. Ele aguardou no Egito sem questionar até que o Anjo disse a ele que era seguro retornar (Mt 2, 13-23).

José não era rico: quando levou Jesus ao Templo para ser circuncidado e Maria para ser purificada, ofereceu o sacrifício de um par de rolas ou dois pombinhos, o que era permitido apenas àqueles que não tinham condições de comprar um cordeiro (Lc 2, 24 . José amava Jesus. Sua única preocupação era a segurança desta criança confiada a ele. Ele não apenas deixou seu lar para proteger Jesus, mas na ocasião de seu retorno fixou residência na obscura cidade de Nazaré sem temer por sua vida. Quando Jesus ficou no Templo, José, junto com Maria, procurou por Ele com grande ansiedade, por três dias (Lc 2, 48). José tratava a Jesus como seu próprio filho, tanto que as pessoas de Nazaré constantemente repetiam com relação a Jesus, "Não é este o filho de José?" (Lc 4, 22) Pelo fato das Escrituras não citarem José nos fatos da vida pública de Jesus, em sua morte e ressurreição, muitos historiadores acreditam que provavelmente deve ter morrido antes que Jesus iniciasse seu ministério".

Tiago, irmão de Jesus: Os irmãos de Jesus são mencionados em Mt 12,46, Mc 3, 31; Lc 8, 19; Jo 2, 12; At 1, 14; 1Cor 9, 5 e Gl 1, 19. São mencionados quatro: Tiago, José, Simão e Judas (Mt 13, 55 e Mc 6, 13).

A Igreja, em todos os Concílios, reafirmou a Virgindade de Maria antes e depois do parto, descartando a possibilidade de que estes fossem também seus filhos. Alguns Santos Padres inicialmente sustentaram a possibilidade de serem filhos do viúvo José, vindos de um casamento anterior. Esta possibilidade logo foi refutada uma vez que carecia de fundamentos.

Aprofundando a exegese Bíblica, os estudiosos encontram a resposta: o termo "irmão" na língua hebraica e aramaica, as línguas que Jesus falava e a língua usada para escrever alguns textos sagrados do Novo Testamento, designa todos os que pertencem a mesma tribo ou clã. Tiago e José, por exemplo, são filhos de Alfeu (Mt 10, 3) com outra mulher também chamada Maria, pertencente a mesma tribo de Israel . Doze eram as tribos e os membros de cada uma delas se chamavam entre si "irmãos".

Outro reforço encontrado nos Evangelhos que descarta a possibilidade de Maria ter mais filhos é a seguinte questão: se Jesus tivesse de fato outros irmãos, filhos de Maria, por que entregaria sua Mãe aos cuidados de João quando estava suspenso à Cruz? Nada, nas Sagradas Escrituras, contradiz o dogma da Virgindade de Maria.

Davi, Profeta e Rei: No Novo Testamento, Davi é mencionado geralmente nas expressões "Filho de Davi" ou "Semente de Davi", ditas a Jesus ou sobre Jesus. A referência de São Paulo à descendência davídica de Jesus (Rm1, 3; 2Tm 2, 8) evidencia que a descendência real era um elemento fundamental do caráter messiânico de Jesus, na visão da Igreja primitiva. Nos Evangelhos o título aparece aplicado a Jesus pelas pessoas que a Ele recorriam para serem curadas ou quando, entrando na cidade de Jerusalém montado sobre um jumentinho, era aclamado com: "Hosanas ao filho de Davi" (Mt 21, 9-15).

Este título reforçava a hipótese de que de fato o Messias estava entre eles, pois os judeus acreditavam que, da família de Davi, nasceria o Salvador, o Ungido, para salvar Israel.

(1) "Tal promessa foi dada ao rei Davi, de que o Messias deveria ser um dos seus descendentes, como o Rei eterno, aquele de quem Deus disse: 'eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino'" (IISm 7, 13). E, em Isaias, "então brotará um rebento do tronco de Jessé (que é o pai do rei Davi), e das suas raízes um renovo frutificará " (Is 11, 1).

Este é mais um título do Messias, e indica que, ainda que a árvore da família de Jessé fosse cortada, um Renovo surgiria das raízes. Evidentemente, o último.

"Messias" significa "Ungido", nome dado ao Libertador prometido que viria algum dia ao povo de Israel como seu grande Salvador, Redentor, "Ungido" como Profeta, Sacerdote e Rei da parte de Deus.

"Cristo" é o equivalente em grego da palavra "Messias". Assim, o nome Jesus Cristo significa "Jesus, o Messias" ou "Jesus, o Ungido."

Esta pregação foi feita com tamanha convicção e poder que não só muitos judeus, mas, mais tarde, um número ainda maior de gentios (não-judeus),veio a crer em Jesus como o Cristo, Senhor e Salvador de todos os homens".

sábado, 29 de dezembro de 2007

Martírio dos Santos Infantes


As crianças assassinadas se tornaram os primeiros mártires assim para Cristo. A raiva de Herodes também caiu sobre Simeão, O Recebedor de Deus (3 de fevereiro), que declarou perante todo mundo no Templo que o Messias havia nascido. Quando o santo Ancião morreu, Herodes não deu permissão para ele ser enterrado corretamente. Também por mandado do Rei foi assassinado o Santo Padre Zacarias. Ele fora assassinado em Jerusalém entre o Templo e o altar (Mt. 23:35) porque ele não quis contar o paradeiro do seu filho João , o batista e futuro Prfote de Deus .
A ira de Deus caiu logo sobre Herodes: uma condição horrenda o golpeou abaixo e ele morreu, comido por lombrigas enquanto ainda vivo. Antes de sua morte, o incrédulo rei assassinou os principais sacerdotes e escribas dos judeus, e também seu irmão, a irmã, o cunhado , e também a sua própria esposa Mirian e três dos seus filhos, além de setenta homens sábios que eram membros do Sinédrio.

A Cruz, Árvore de Vida

Como é bela a imagem da cruz! A sua beleza não oferece mistura de mal e de bem, como outrora a árvore do jardim do Éden. Toda ela é admirável, "uma delícia para os olhos e desejável" (Gn 3, 6). É uma árvore que dá a vida e não a morte; a luz, não a cegueira. Leva a entrar no Éden, não a sair dele. Esta árvore, à qual subiu Cristo, como um rei para o seu carro de triunfo, derrotou o diabo, que tinha o poder da morte, e libertou o gênero humano da escravidão do tirano. Foi sobre esta árvore que o Senhor, qual guerreiro de eleição, ferido nas mãos, nos pés e no seu divino peito, curou as cicatrizes do pecado, quer dizer, a nossa natureza ferida por Satanás.

Depois de termos sido mortos pelo madeiro, encontramos a vida pelo madeiro; depois de termos sido enganados pelo madeiro, é pelo madeiro que repelimos a serpente enganadora. Que permutas surpreendentes! A vida em vez da morte, a imortalidade em vez da corrupção, a glória em vez da ignomínia. Por este motivo, o apóstolo Paulo exclamou: "Toda a minha glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo" (Gl 6, 14) … Mais do que qualquer sabedoria, esta sabedoria que floresceu na cruz tornou ignóbeis as pretensões da sabedoria do mundo (1 Cor 1, 17s) …

É pela cruz que a morte foi morta e Adão restituído à vida. É pela cruz que todos os apóstolos foram glorificados, todos os mártires coroados, todos os santos santificados. É pela cruz que fomos reconduzidos como as ovelhas de Cristo, e fomos reunidos no redil do alto.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O Canto de Maria



Maria disse, então:
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva.

De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas. Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre.»

Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa.
Em Uníssono Exaltemos Seu Nome
Em todos resida a alma de Maria que glorifica o Senhor; que em todos resida o espírito de Maria que exulta em Deus. Se, fisicamente, há uma só Mãe de Cristo, pela fé, Cristo é fruto de todos, porque todas as almas recebem o Verbo de Deus se permanecerem sem mancha, preservadas do mal e do pecado, guardando a castidade numa pureza inalterada. Assim, todas as almas que alcançam este estado exaltam o Senhor, como a alma de Maria exaltou o Senhor e o seu espírito se alegrou em Deus Salvador.Com efeito, o Senhor é exaltado, como lestes noutra passagem: “Em uníssono exaltemos o Seu nome” (Sl 33, 4). Não que a palavra humana possa acrescentar seja o que for ao Senhor, mas porque Ele cresce em nós. Porque “Cristo é a imagem de Deus” (2 Cor 4, 4), de maneira que a alma que faz coisas justas e religiosas exalta esta imagem de Deus, à semelhança da qual foi criada. E, exaltando-a, participa de alguma maneira na sua grandeza, na qual é elevada, parecendo reproduzir em si esta imagem através das cores vivas das suas boas obras, e como que copiá-la pelas suas virtudes.
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão e doutor da Igreja
Comentário a S. Lucas 2, 26-27

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Igreja Russa Apresenta Estatíscas de 2007

Foto: Pime



O Patriarca de Moscou, Aléxis II, divulgou as mais recentes estatísticas da Igreja Russa.
De acordo com elas a Igreja Russa hoje conta com 142 dioceses (11 a mais que o ano passado), 193 bispos (168 no ano passado) - dos quais 143 são diocesanos, 46 auxiliares e 14 eméritos. O patriarcado de Moscou possui hoje 732 mosteiros (713 o ano passado) e 27.942 paróquias, servidas por 26.540 padres e 3.301 diáconos.

Estima-se que cerca de 120.000.000 (cento e vinte milhões) de russos professam a Fé Ortodoxa.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Quarta-feira, 26 (13)

Santo Estêvão, Protomartir
Epístola:Tiago 1:1-18
1 TIAGO, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas, saúde. 2 Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; 3 Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. 4 Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma. 5 E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. 6 Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte. 7 Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. 8 O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos. 9 Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação, 10 E o rico em seu abatimento; porque ele passará como a flor da erva. 11 Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus caminhos. 12 Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. 13 Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. 14 Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. 15 Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. 16 Não erreis, meus amados irmãos. 17 Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. 18 Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.



Evangelho: Marcos 8:30-34
30 E admoestou-os, para que a ninguém dissessem aquilo dele. 31 E começou a ensinar-lhes que importava que o Filho do homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que depois de três dias ressuscitaria. 32 E dizia abertamente estas palavras. E Pedro o tomou à parte, e começou a repreendê-lo. 33 Mas ele, virando-se, e olhando para os seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Retira-te de diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens. 34 E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.


Vida dos Santos

Santo Estêvão, Protomátir

Depois do Pentecostes, os apóstolos dirigiam o anúncio da mensagem cristã aos mais próximos, aos hebreus, aguçando o conflito apenas acalmado da parte das autoridades religiosas do judaísmo. Como Cristo, os apóstolos conheceram logo as humilhações dos flagelos e da prisão, mas apenas libertados das correntes retomam a pregação do Evangelho. A primeira comunidade cristã, para viver integralmente o preceito da caridade fraterna, colocou tudo em comum, repartindo diariamente o que era suficiente para o seu sustento. Com o crescimento da comunidade, os apóstolos confiaram o serviço da assistência diária a sete ministros da caridade, chamados diáconos. Entre eles sobressaía o jovem Estêvão, que além de exercer as funções de administrador dos bens comuns, não renunciava ao anúncio da Boa Nova, e o fez com tanto sucesso que os judeus “apareceram de surpresa, agarraram Estêvão e levaram-no ao tribunal. Apresentaram falsas testemunhas, que declararam: "Este homem não faz outra coisa senão falar contra o nosso santo templo e contra a Lei de Moisés. Nós até o ouvimos afirmar que esse Jesus de Nazaré vai destruir o templo e mudar as tradições que Moisés nos deixou."


Estêvão, como se lê nos Atos dos Apóstolos, cheio de graça e de força, como pretexto de sua autodefesa, aproveitou para iluminar as mentes de seus adversários. Primeiro, resumiu a história hebraica de Abraão até Salomão, em seguida afirmou não ter falado contra Deus, nem contra Moisés, nem contra a Lei, nem fora do Templo. Demonstrou, de facto, que Deus se revelava também fora do Templo e se propunha a revelar a doutrina universal de Jesus como última manifestação de Deus, mas os seus adversários não o deixaram prosseguir no discurso, "taparam os ouvidos e atiraram-se todos contra ele, em altos gritos. Expulsaram-no da cidade e apedrejaram-no."Dobrando os joelhos debaixo de uma tremenda chuva de pedra, o primeiro mártir cristão repetiu as mesmas palavras de perdão pronunciadas por Cristo sobre a Cruz: "Senhor, não os condenes por causa deste pecado." Em 415 a descoberta das suas relíquias suscitou grande emoção na cristandade. A festa do primeiro mártir foi sempre celebrada imediatamente após a festividade do Natal.

Reflexão

Santo Estêvão, o primeiro a seguir os passos de Cristo

«Cristo padeceu por nós, deixando-vos um exemplo para seguirdes os seus passos» (1 Pe 2, 21). Qual o exemplo do Senhor que devemos seguir? O de ressuscitar os mortos? O de caminhar sobre as águas? Não, não serão esses, mas o de sermos mansos e humildes de coração (Mt 11,29) e de amarmos tanto os amigos como os nossos inimigos (Mt 5,44).
«A fim de seguirdes os seus passos», escreve São Pedro. Disse-o também o beato João evangelista: «Quem diz que permanece em Cristo deve caminhar como Ele caminhou» (1 Jo 2,6). Como caminhou Cristo? Rezou na cruz pelos seus inimigos, dizendo: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem» (Lc 23,34). Eles perderam de facto o juízo e foram possuídos por um espírito maligno, e enquanto nos perseguem sofrem perseguição bem maior do diabo. Por isso muito devemos rezar, sobretudo pela sua libertação, não pela sua condenação.Foi o que fez o beato Estêvão, ele que foi o primeiro a seguir, em toda a glória, os passos de Cristo. Porque, enquanto o apedrejavam em saraivada, por si próprio gritou de pé; mas ao pedir pelos seus inimigos pôs-se de joelhos, gritando com todas as suas forças: «Senhor Jesus Cristo, não lhes atribuas este pecado» (Act 7,60). Portanto, se pensamos que não podemos imitar a nosso Senhor, ao menos imitemos aquele que era seu servo como nós.

São Cesário de Arles (470-543),

monge e bispo Sermões ao povo, n° 37

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Dois Natais?



O Natal na Igreja Ortodoxa é celebrado na mesma data que as Igrejas do Ocidente celebram, isto é, 25 de dezembro, contudo, o calendário não é único nas Igrejas Ortodoxas: enquanto umas usam o Calendário Juliano (também chamado de Velho Calendário) outras usam o Calendário Gregoriano (também chamado de Novo Calendário), igual aos países do ocidente. Existe um a diferença de treze dias entre os calendários. Assim, o dia 25 dezembro no Calendário Gregoriano corresponde ao dia 12 de dezembro no Juliano e, o dia 25 dezembro neste calendário, corresponde ao dia 7 de janeiro no Calendário Gregoriano. Em ambos calendários o Natal é celebrado no dia 25 de dezembro.


Em comemoração a esta data reproduzimos a Mensagem de Natal de Sua Santidade, Patriarca Ecumênico e de Constatinopla, Bartolomeu I bem como de seu antecessor, São João Crisóstomo.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Mensagem de Natal de Sua Santidade Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico




Constantinopla., 24 de diciembre de 2007
TESTIMONIO PATRIARCAL SOBRE LA NAVIDAD
+BARTOLOMÉ POR LA GRACIA DE DIOS,
ARZOBISPODE CONSTANTINOPLA, NUEVA ROMA Y PATRIARCA ECUMÉNICO,
A TODA LA GREY DE LA IGLESIA:
GRACIA, MISERICORDIA Y PAZ DEL SALVADOR CRISTO NACIDO EN BELÉN.


“Cristo nace, glorificad,
Cristo de los cielos, contestad”.


Queridos hermanos e hijos en el Señor, Con mucha alegría, nuestra Iglesia nos invita a glorificar a Dios por la presencia personal de Cristo en la tierra, a causa de amor, en la hipóstasis divina y humana de una de las personas de la Santa Trinidad.

Debemos examinar con particular atención el significado verdadero y vivificador del acontecimiento de la encarnación del Hijo y Verbo de Dios. Éste revela a la humanidad, en primer lugar, que Dios es personal y se presenta a nosotros como persona, así como, a nosotros los humanos, nos creó como personas, y, en segundo lugar, que nos abraza con Su amor. Estos dos acontecimientos, la persona y el amor de Dios, expresan verdades fundamentales de nuestra fe, las cuales, por cierto, hemos escuchado muchas veces. No obstante, la influencia de las mismas en nuestra vida no es toda la que debería ser, porque muchos de nosotros no sentimos la hermandad de Cristo con nuestras personas, ni el infinito amor de Él para con nosotros y, respectivamente, no correspondemos con nuestro amor a Cristo, a fin de que, por medio de la comunión del amor, nos convirtamos en partícipes, a causa de gracia, de Sus demás atributos.

Si de alguna manera se justifican de ignorar al amor de Dios y Su persona, aquellos que no han conocido a Cristo, y es por eso que divagan en la búsqueda de la entidad impersonal a la que consideran como Dios, de ninguna manera nos podemos justificar nosotros, los cristianos ortodoxos, de seguir sus búsquedas sin salida. Estos, nuestros hermanos equivocados, en lugar de buscar a Dios como persona y de acercarse a Él por medio de Jesucristo, que se acercó a nosotros, luchan denodadamente para convertirse en dioses por sus propios medios, así como Adán creyó que lo lograría obedeciendo al espíritu maligno. Pero el verdadero Dios personal, que se conoce sólo por medio de Jesucristo, que nació en un pesebre por amor a nosotros, nos prometió la adopción filial, el retorno al regazo del Padre, y la deificación a causa de gracia, por medio de Cristo. Sólo a través de Cristo se hace realidad el deseo de toda la humanidad de superar la corruptibilidad y el aislamiento del ser sin amor, y al desarrollo de la comunión del amor entre las personas divinas y humanas, que conduce a la eternidad y a la incorrupción.

Dirijamos la vista de nuestros corazones a Jesucristo, recién nacido y recostado en el pesebre, y, pensando en lo mucho que nos ama, amémosle con todo el corazón, la mente y nuestro ser. Sólo a través del amor de Jesucristo nos convertiremos en partícipes de Su naturaleza divina, a causa de gracia, así como Él por amor se hizo partícipe de nuestra naturaleza humana. Intentos antropocéntricos, reflexiones, situaciones psicodélicas y de éxtasis, y otras semejantes experiencias no cristianas, no conducen al encuentro del verdadero Dios del amor personal, sino a la oscuridad profunda y fría, a la sombra de la perdición eterna, a la sensación del completo vacío abismal.

Por ello, queridos hijos en el Señor, amad a Jesucristo que, por nosotros los humanos y por nuestra salvación, se encarnó por amor, y conoced la comunión de Su amor, junto al Padre y al Espíritu Santo, pues nada es más dulce que el amor de este Dios personal. Gran predicador del amor de Dios es el Evangelista Juan el Teólogo que identificó a Dios con el amor y pronunció la máxima “Dios es amor”. Y, después de él, el Apóstol Pablo, que amó a Cristo hasta el final, quien escribió la frase encendida “¿quién nos podrá separar del amor de Cristo?” Ni angustia, ni cuchillo, ni la muerte, ni otro amor puede ser más fuerte que nuestro amor a Cristo.

En memoria de las palabras y de las obras de amor del Apóstol San Pablo y en ocasión del cumplimiento de dos mil años desde su nacimiento, proclamamos el año venidero 2008 como año del Apóstol Pablo. Les deseamos paternalmente y con todo el corazón que Jesucristo que nació en un pesebre por amor, para nuestra salvación, por las intercesiones de Su santísima siempre virgen Madre, de nuestro santo predecesor Juan Crisóstomo, en cuya memoria fue consagrado el año que se va, y del también santo predecesor nuestro, Nifon el refundador y segundo constructor del Santo Monasterio Patriarcal de San Dionisio en Monte Atos, cuyo aniversario cincocentésimo, desde su dormición, festejaremos en el próximo año, así también de los Santos Apóstoles Juan y Pablo, predicadores por excelencia del amor de Dios y de todos los santos, convierta en pesebre Suyo el corazón de cada uno de nosotros y que revele a todos el rostro de Su amor, e invocamos para vosotros Su Gracia y abundante Misericordia.

Buena Navidad, pacífico y bendecido el período de doce días, espiritual y materialmente fructífero el año nuevo.


Fanario, Navidad de 2007

BARTOLOMÉ DE CONSTANTINOPLA,
ferviente suplicante ante Dios por todos vosotros

Mensagem de Natal de São João Crisóstomo


¡Me sorprende un nuevo y maravilloso misterio! Mis oídos resuenan ante el himno de los pastores que no entonan una melodía suave sino un himno celestial ensordecedor.


¡Los ángeles cantan!
¡Los Arcángeles unen sus voces en armonía!
¡Los Querubines entonan sus alabanzas llenas de gozo!
¡Los Serafines exaltan Su gloria!


Todos se unen para alabar en esta santa festividad, sorprendiéndose ante el mismo Dios aquí… en la tierra y el hombre en el cielo. Aquel que está arriba, por nuestra salvación reposa aquí abajo; y nosotros, que estábamos abajo somos exaltados por la divina misericordia.


Hoy Belén se asemeja a los cielos, escuchando desde las estrellas el canto de las voces angélicas y, en lugar del sol, presencia la aparición del Sol de la Justicia. No pregunten como es esto, porque donde Dios desea, el orden de la naturaleza es cambiado. Porque Él quiso, tuvo el poder para descender.


Él salvó. Todo se movió en obediencia a Dios. Hoy, Aquel que es, nace. Y Aquel que es, se convierte en lo que no era. Porque cuando era Dios, se hizo hombre sin dejar de ser Dios…


Y así los reyes llegaron, viendo al Rey celestial que vino a la tierra, sin traer ángeles, ni arcángeles, ni tronos, ni dominaciones, ni poderes, ni principados, sino iniciando un nuevo y solitario camino desde un seno virginal. Y sin embargo no olvidó a sus ángeles, no los privó de su cuidado, porque por su encarnación no ha dejado de ser Dios.


Y, miren: los reyes han llegado, para servir al Jefe de los ejércitos celestiales; las mujeres vienen a adorarlo, pues ha nacido de una mujer, para que cambie las penas del alumbramiento en gozo; las vírgenes, al hijo de la Virgen… Los niños vienen a adorarlo pues se hizo niño, porque de la boca de los niños perfeccionará la alabanza; los niños, al niño que levantó mártires por la matanza de Herodes; Los hombres a Aquel que se hace hombre para curar las miserias de sus siervos. Los pastores, al Buen Pastor que da la vida por sus ovejas; los sacerdotes, a Aquel que se hace Sumo Sacerdote según el orden de Melquisedec. Los siervos, a Aquel que tomó la forma de siervo, para bendecir nuestro servicio con la recompensa de la libertad (Fil 2:7); Los pescadores, al Pescador de la humanidad; Los publicanos, a Aquel quien estando entre ellos los nombró evangelistas; Las mujeres pecadoras a Aquel que entregó sus pies a las lágrimas de la mujer arrepentida, y para que pueda abrazarlos también yo; todos los pecadores han venido, para poder ver al Cordero de Dios que carga con los pecados del mundo.


Por eso todos se regocijan, y yo también deseo regocijarme. Deseo participar de esta danza y de este coro, para celebrar esta fiesta. Pero tomo mi lugar, no tocando el arpa ni llevando una antorcha, sino abrazando la cuna de Cristo.


¡Porque ésta es mi esperanza!
¡Ésta es mi vida!
¡Ésta es mi salvación!
¡Éste es mi canto, mi arpa!
Y trayéndola en mis brazos, vengo ante ustedes habiendo recibido el poder y el don de la palabra, y con los ángeles y los pastores canto:
¡Gloria a Dios en las alturas, paz en la tierra y entre los hombres buena voluntad!

sábado, 22 de dezembro de 2007

XXX DOMINGO APÓS PENTECOSTES
XII Domingo de São Lucas (Tom 5)
23 de Dezembro (10 de Dezembro)
Jejum de Natal (Estrito)
Santos Mena, Hermógenes e Éugrafo, mártires († c. 313); São João da Sérvia e sua mãe Angelina.

Matinas (VIII): João 20:11-18

Liturgia

Tropário
Glorifiquemos fiéis, e adoremos o Verbo Divino,
eterno com o Pai e o Espírito Santo,
nascido da Virgem para a nossa salvação;
pois, em sua carne, deixou-se suspender na cruz,
padecer a morte e ressuscitar dos mortos
pela sua gloriosa ressurreição.



Tropário de São Mateus
Santo Apóstolo e Evangelista Mateus,
suplica a Deus misericordioso
que conceda às nossas almas o perdão dos pecados.



Kondákion
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo.
Desceste ao Hades, ó Salvador meu,
rompendo suas portas, Tu que és Todo-poderoso,
levantaste contigo os mortos, ó Criador,
destruíste, ó Cristo, o aguilhão da morte
e libertaste também Adão da maldição,
Tu que amas a humanidade.
Por isso, clamamos, Senhor, salva-nos!


Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém



Alegra-te, ó Mãe de Deus, porta do Senhor!
Alegra-te, amparo e proteção para os que te procuram!
Alegra-te, ó noiva, que em teu ventre geraste teu Criador e Deus!
Roga, sem cessar, por aqueles que glorificam O que nasceu de ti.



Hino à Mãe de Deus
Ó Admirável e Protetora dos cristãos e nossa Medianeira do Criador
não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores,
mas apressa-te em auxiliar-nos como Mãe bondosa que és,
pois te invocamos com fé: roga por nós junto de Deus,
tu que defendes sempre aqueles que te veneram.



Prokímenon
R. Tu, Senhor, nos guardarás e nos preservarás desta geração e para sempre!
V.
Salva-me, Senhor, porque o justo desapareceu,
porque a verdade se extinguiu entre os filhos dos homens.



Epístola:Colossenses 3:12-16
12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; 13 Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. 14 E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. 15 E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. 16 A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.

Aleluia
Aleluia, aleluia, aleluia!
Eu cantarei eternamente as tuas misericórdias, Senhor;
anunciarei a tua verdade de geração em geração.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Pois disseste: "A misericórdia elevar-se-á como um edifício eterno
e nos céus a tua verdade será solidamente estabelecida.
Aleluia, aleluia, aleluia!


Evangelho: Lucas 18:18-27


E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?19 Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus.20 Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe.21 E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade.22 E quando Jesus ouviu isto, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me.23 Mas, ouvindo ele isto, ficou muito triste, porque era muito rico. 24 E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!25 Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.26 E os que ouviram isto disseram: Logo quem pode salvar-se?27 Mas ele respondeu: As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus.












http://www.podcast1.com.br/play.php?codigo_canal=1253&numero_programa=13

Comemoração da Concepção da Theotokos por Sant’Ana, a Avó do Senhor



Troparion da Festa (3º tom)

Hoje se desatam os laços da esterilidade,Deus ouve as preces de Joaquim e Ana e lhes promete claramente que, contra toda esperança, darão à luz a filha de Deus,da qual nasceu Ele próprio, o Onipotente, quando se fez homem, ordenando ao Anjo saudá-la:"Salve, cheia de graça, o Senhor é contigo!"

Kondakion da Festa (4º tom)
Hoje o universo festeja a concepção de Sant’Ana, permitida por Deus; pois ela concebeu aquela que gerou o Verbo, de um modo que não pode se expressar por palavras. Os Anjos de Deus a louvam, clamando: "Esta é o tabernáculo celeste!"


Epístola: Gl 4, 22-27
Irmãos, de fato, está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da mulher livre. O filho da escrava nasceu de modo natural, enquanto o filho da mulher livre nasceu por causa da promessa. Simbolicamente isso quer dizer o seguinte: as duas mulheres representam as duas alianças. Uma, a do monte Sinai, gera para a escravidão e é representada por Agar (pois o monte Sinai está na Arábia, que é o país de Agar). E Agar corresponde à Jerusalém atual, que é escrava junto com seus filhos. Mas a Jerusalém do alto é livre, e ela é a nossa mãe. Porque está na Escritura: «Alegre-se, estéril, você que não dava à luz! Grite de alegria, você que não conheceu as dores do parto, porque os filhos da abandonada são mais numerosos do que os filhos daquela que tem marido».

Evangelho: Lucas 8:16-21
Naquele tempo, aquele tempo, disse Jesus «Ninguém acende uma lâmpada para escondê-la debaixo de uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama. Ela é posta no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz. Ora, nada há de escondido que não venha a ser descoberto. Nada há de secreto que não venha a ser conhecido e claramente manifesto. Olhai, portanto a maneira como ouvis! Pois a quem tem será dado e a quem não tem, até aquilo que julga ter lhe será tirado.» Sua mãe e seus irmãos vieram ter com Ele, mas não podiam se aproximar por causa da multidão. Alguém lhe comunicou: «Tua mãe e teus irmãos estão lá fora, e querem te ver.» Ele respondeu: «Minha mãe e meus irmãos são este aqui, que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática.»
Refletindo:
A Festa da Concepção da Santa Mãe de Deus por Sant’Ana, muito comentada pelos Santos Padres da Igreja dos primeiros séculos, entre os quais Santo Efrém (370), teve sua primeira celebração litúrgica na Palestina, no início do século VIII. Aos poucos a Festa estendeu-se a muitas Igrejas do Oriente e, no século X, já constava como celebração obrigatória em todos os calendários da Igreja Bizantina.
O abraço e o afeto que Joaquim e Ana trocam, é a representação iconográfica da grande Festa que a Igreja celebra.
Maria, descendia da família de Abraão e Davi da qual deveria nascer o Redentor, segundo a promessa de Deus, após a queda. Ela é o primeiro e mais belo fruto da Redenção, a obra-prima da Criação e concebida plenamente humana para dar à luz ao Senhor plenamente humano e plenamente Divino. As duas naturezas do Senhor (divina e humana) encontram fundamento teológico no pensamento da Igreja Oriental, porque Maria, a Mãe de Jesus, é filha da raça humana e por isso herdou dela a sua humanidade e por ser Filho de Deus, é de natureza divina.
Tirar de Maria as características que a fazem humana é tirar do Senhor a sua humanidade; é cair no monofisismo.
De acordo com o Terceiro Concílio Ecumênico, Concílio de Éfeso (431), consideramos também Maria a Mãe de Deus, a Theotokos. Ela é próxima de Deus e supera em dignidade todos os seres criados e os espíritos celestes. Esta é a razão porque a Igreja Ortodoxa venera a Mãe de Deus como sendo superior aos Querubins e Serafins. Nas celebrações da Divina Liturgia cantamos o hino que nos faz recordar esta verdade: «Verdadeiramente é digno e justo ...» (ver Hirmós acima)
Mesmo a Igreja prestando veneração a "Teotokos", Maria não é adorada como deusa e nem assim pode ser confundida pelos cristãos.
Sobre a sua mãe, Sant’Ana, a Tradição nos informa pouco. Ela é mais uma das santas mulheres que participa do grande enredo dos planos de Deus com o seu silêncio e humildade; não diminuindo, no entanto, sua importância.
Diz-nos a Tradição que Joaquim e Ana não tinham filhos. Eram, por isso, vistos como não agraciados por Deus. Joaquim não podia oferecer sacrifícios no Templo; Ana, por sua vez, sofria silenciosamente a exclusão que a sociedade lhe impunha por não poder dar continuidade à raça eleita de Israel. Joaquim era pastor e retirou-se para o deserto enquanto Ana ficou em sua casa. Tempos depois voltaram, pois sentiam em seus corações que Deus cumpriria sua promessa e lhes daria um filho. Esta criança foi Maria, nascida porque "os laços da esterilidade de Ana foram soltos por Deus" que ouviu seus clamores.
A Menina escolhida pelo Eterno para ser a Mãe do Filho de Deus é do Oriente. Lá viveu toda sua vida e por isso é compreensível que o amor e a devoção dedicados a ela tenham saído dali por primeiro em relação ao Ocidente. Foi no Oriente que, desde muito cedo, Maria foi piedosamente honrada pelos fiéis com devoção e entusiasmo. A introdução ou o desenvolvimento das festas marianas na Igreja do Ocidente muito se deve a São Sérgio I, de família Síria, oriunda de Antioquia, nascido em Palermo, Bispo e Papa de Roma em 687.
De todas as Igrejas Orientais a Igreja Copta é a que possui em seu calendário litúrgico maior número de festas em louvor à Maria, mas é nas Igrejas de rito bizantino onde estão os mais belos textos que superam ou transcendem a magnitude das liturgias a ela dedicadas.
Fonte: Ecclesia

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

«Caindo de Joelhos, Prostraram-Se Diante Dele»



Irmãos, sigamos os Magos, deixemos os nossos costumes pagãos. Partamos! Façamos uma longa viagem para vermos Cristo. Se os Magos não tivessem partido para longe do seu país, não teriam visto Cristo. Abandonemos também os interesses da terra. Enquanto estavam no seu país os magos só viam a estrela, mas, quando deixaram a sua pátria, viram o Sol da Justiça (Ma 3,20). Melhor dizendo: se eles não tivessem empreendido generosamente a sua viagem, nem sequer teriam visto a estrela. Levantemo-nos pois, também nós, e mesmo que toda a gente se espante em Jerusalém, corramos até ao local onde está o Menino.
Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe; e, ajoelhando, prostraram-se diante dele; depois, abrindo os cofres, ofereceram-lhe os seus presentes. «Que motivo os levou a prostrarem-se diante desta criança? Nada de assinalável quer na virgem, quer na casa; nem um Objeto capaz de ferir o olhar e os atrair. E, contudo, não contentes de se prostrarem, abriram os seus tesouros, presentes que não se oferecem a um homem, mas apenas a Deus – o incenso e a mirra simbolizam a divindade. Que razão os levou a agir dessa forma? A mesma que os decidira a abandonar a sua pátria, a partir para essa longa viagem. Foi a estrela, quer dizer, a luz com que Deus enchera o seu coração e que os conduzia, pouco a pouco, a um conhecimento mais perfeito. Se não tivessem tido essa luz, como poderiam ter rendido tais homenagens, se aquilo que viam era tão pobre e tão humilde? Se não há grandeza material, mas apenas uma manjedoura, um estábulo, uma mãe despida de tudo, é para que vejas mais nitidamente a sabedoria dos Magos, para que compreendas que vieram, não até um homem, mas até um Deus, seu benfeitor.
São João Crisóstomo,
Arcebispo de Constantinopla.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Feliz Natal!


Que a luz de Cristo brilhe sobre todos os homens!

O Natal do Senhor Jesus Cristo está se aproximando.

Na Igreja Ortodoxa esta festa é antecedida de uma grande preparação espiritual, que é denominada de Quarema de Natal, isto é, são 40 dias de introspecção, de meditação, abstinências, jejuns e orações. Também é um período de busca, de entrega e serviço, e de prática mais aprofundada do amor.

Esta disciplina nos é recomendada pela Igreja a fim de que dignamente, à semelhança da Toda Santa Theotókos (Mãe de Deus), pelo nosso "sim" permitamos que o Filho Eterno seja também gerado em nós.

E neste ano, que o nosso Patriarca Ecumênnico Bartolomeu I, solicitou que todos os ortodoxos celebrassem os 1600 anos do Grande Patriarca de Constantinopla, João Crisóstomo, rogamos a este Santo Padre que em suas orações rogue a Deus que salve as nossas almas, ensinando-nos a adiquirir o tesouro do despreendimento do dinheiro e nos fazer ver claramente a excelência da humildade.

Lecionário Ortodoxo

20 de dezembro (Gregoriano) - 07 de dezembro (Juliano)
Santo Ambrósio, bispo de Milão († 397)
Jejum de Natal (estrito)


Hebreus 10:35 – 11:7
35 Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. 36 Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. 37 Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará. 38 Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. 39 Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma. 1 ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. 2 Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. 3 Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. 4 Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala. 5 Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus. 6 Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.
7 Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.

Lucas 21:28-33
28 Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima. 29 E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores; 30 Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. 31 Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto. 32 Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça. 33 Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar.


Vida de Santo Ambrósio

Santo Ambrósio, nasceu numa nobre família romana, na Alemanha quando o pai era governador. Educado em Roma junto com os irmãos, Ambrósio desde cedo aprendeu a alimentar as virtudes cívicas e morais, ao ponto de ser eleito com 35 anos governador da província romana da Itália.
Com a morte do bispo de Milão, respeitado e amado, foi enviado para a eleição do novo bispo , a fim de evitar grandes conflitos. Em meio a confusão, de repente uma criança grita: "Ambrósio, bispo!". O clero e o povo aderiu e todos aclamaram: "Queremos Ambrósio bispo!".
O povo teve que teimar durante uma semana, até que vendo nisto a voz de Deus, Ambrósio que ocupava alto cargo no Império Romano e somente era catecúmeno, cedeu a vontade do Senhor. Depois de batizado, foi ordenado sacerdote e logo em seguida bispo de Milão.
Providencialmente usou as qualidade de organizador e administrador para o bem da Igreja, podendo assim atuar no campo pastoral, político, doutrinal, litúrgico, ao ponto de merecer o título de grande Doutor e Padre do Cristianismo do Ocidente. Sua figura política ficou marcante, principalmente quando aplicou ao imperador uma dura penitência pública comum, pois teria Teodósio consentido como uma invasão a cidade de Tessalônica, que resultou na morte de muitos.Santo Ambrósio, como homem de Deus, partilhou sua riqueza material e espiritual com o povo; jejuava sempre; pai carinhoso e tão grande orador que teve papel importante na conversão de Santo Agostinho. Deixou muitos escritos e morreu com 60 anos no ano de 397,após 23 anos de serviço ao seu amado Cristo.




Tropário Tom
A luz de tua doutrina foi adiante de Ti, eclipsando a heresia de Ário,
Ambrósio – pastor e conhecedor dos Santos Mistérios,
Tu realizaste pelo poder do Espírito Santo milagres
Curando as paixões.
Justo Pai, roga a Cristo nosso Deus
Que nos conceda a Sua grande misericórdia

Kondákion tom 3
Tu foste na verdade um modelo de fé para o teu rebanho
Imagem da humildade e Mestre da abstinência
Tua humildade te exaltou
Tua pobreza te enriqueceu.
Por isto Santo Hierarca Ambrósio
Roga a Cristo nosso Deus
Que salve as nossas almas.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Livros Ortodoxos


Foi lançado durante a realização da II Jornada Teológica no Recife da Igreja Ortodoxa Sérvia no Brasil, o livro Alternativas Urbanas, Uma cidade Eclesial, de autoria do Deão da Capela de São João Crisóstomo em Caruaru-Pe, Jairo Carlos S. Jr., doutorando em Teologia. O Prof. Jairo Carlos é especialista em Hebraico e Grego bíblico, bem como em Velho testamento.
Concomitantemente ao livro de Jairo carlos, foi também lançado pela Deaneria da América Latina da Igreja Sérvia, um opúsculo comemorativo aos 1600 anos de São João Crisóstomo, o qual contém textos que abordam a vida e obra do Santo Padre, sendo alguns textos reprodzidos bilingüemente, ou seja, em português e grego. O material foi organizado pelo Arcipreste Aléxis Peña-Alfaro (Deão da América Latina), pelo Deão Jairo carlos e pelo catecúmeno Prof. Diego Rafhael (professor de língua grega).
Para adquirir os livros, acessar http://www.igrejaservia.com.br/contato/fale.htm e fazer o seu pedido, ou então escrever para jariocarlos@hotmail.com

Eu Vos Afirmo: "Elias Já Veio"



A propósito de João Baptista, lemos em Lucas: «Será grande diante do Senhor e trará muitos filhos de Israel ao Senhor seu Deus. Caminhará diante d'Ele com o espírito e o poder de Elias, a fim de preparar para o Senhor um povo com boas disposições» (Lc 1,15sg). Para quem preparou ele um povo e diante de que Senhor é ele grande? Sem qualquer dúvida, diante d'Aquele que disse que João tinha qualquer coisa «mais do que um profeta» e que «nenhum de entre os filhos de mulher era maior do que João Batista» (Mt 11,9.11). Porque João preparava um povo anunciando antecipadamente a vinda do Senhor aos seus companheiros de servidão e pregando-lhes a penitência para que, quando o Senhor estivesse presente, eles estivessem em estado de receber o Seu perdão, de regressar Àquele de quem se tinham afastado pelos seus pecados e transgressões... Por isso, ao trazê-los de volta para o Senhor, João preparava para o Senhor um povo com boas disposições, com o espírito e com o poder de Elias... O evangelista João diz-nos:
«Houve um homem enviado por Deus; o seu nome era João. Tinha vindo como testemunha, para dar testemunho da Luz. Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho dela» (1,6-8). Esse precursor, João Baptista, que dava testemunho da Luz, foi enviado sem dúvida alguma pelo Deus que... tinha prometido por meio dos profetas enviar o Seu mensageiro diante de Seu Filho, para lhe preparar o caminho (Ml 3,1; Mc 1,2), quer dizer, para dar testemunho da Luz com o espírito e com o poder de Elias... Precisamente porque João é uma testemunha, o Senhor diz que ele é mais do que um profeta. Todos os outros profetas anunciaram a vinda da luz do Pai e desejaram ser julgados dignos de ver Aquele que pregavam. João profetizou como eles mas viu-O presente, mostrou-O e convenceu muitos a crerem n'Ele, de tal forma que ocupou simultaneamente o lugar de profeta e o de apóstolo. Eis porque é que Cristo diz que ele era «mais do que um profeta».
Sto. Ireneu de Lyon (c. 130 - c. 208), bispo, teólogo e mártir
Contra as heresias, III, 10-11

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Igreja Russa Elabora Catequese Atualizada


No dia 29 de novembro aconteceu, na residência do superior do mosteiro de S. Daniel, uma mesa redonda consagrada a "A Catequese na Igreja de hoje: questões, experiência, vias de desenvolvimento". Esta manifestação foi organizada pelo Departamento Sinodal de Educação Religiosa e da Catequese assim como pelo Centro Patriarcal de Desenvolvimento Espiritual das Crianças e da Juventude junto ao Mosteiro S.Daniel, em Moscou. Já há dois anos o Departamento Sinodal de Educação Religiosa e da Catequese trabalha na elaboração de um documento oficial intitulado"Problemas, princípios e formas de organização da atividade de catequese na Igreja Ortodoxa da Rússia". Um manual "Catequese na Igreja da Rússia Hoje", destinado aos alunos dos cursos de formação de catequistas, dos missionários e dos pedagogos, foi composto neste plano.

O objetivo da mesa redonda era, de um lado, debater os assuntos ligados a catequese na Igreja Ortodoxa da Rússia Hoje, os problemas que ela encontra e suas perspectivas, e, de outro lado, ajudar os autores do manual a levar adiante a sua obra. A mesa redonda foi composta por padres e leigos diretamente envolvidos nas questões teóricas ou práticas ligadas à catequese, provenientes de Moscou, São Petersburgo, Ninji-Novgorod, Kalouga e etc. O Instituto S. Filarete foi representado>pelo catequista V. I. Iakountsev.

A reunião foi aberta pelo superior do mosteiro de S.>Daniel, o Arquimandrita Alexis Polikarpov, que leu a mensagem do patriarca Alexis. O patriarca ressaltava em sua mensagem a importância e a atualidade do tema abordado pela mesa redonda, chamando a atenção para o fato de que a catequese é necessária não apenas àqueles que se preparam para o batismo, mas também àqueles que foram batizados sem preparação, de uma maneira formal, sem ter recebido o dom de "renascer para o alto" (João 3,7). Todos os participantes da mesa redonda se pronunciaram a favor de que a catequese pré-batismal dos adultos se torne uma norma. No que concerne o batismo das crianças, é indispensável neste caso proceder a uma catequese dos pais e padrinhos, pois a Igreja não batiza crianças senão por exceção, exprimindo assim sua confiança nos pais e padrinhos. Foi também evocado a necessidade de publicar um documento oficial, uma doutrina da catequese, pois na consciência em massa da Igreja existem preconceitos contra a catequese e os que dela se ocupam. O arcipreste Dimitri Smirnov emitiu a opinião de que mais de 50% dos padres da Igreja Ortodoxa da Rússia teriam eles próprios necessidade de catequese.

Ao longo das discussões algumas dificuldades e questões ligadas à catequese foram sinalizadas. Entre elas: 1.) a inversão de prioridades da vida eclesial, quando a restauração de locais e seu rendimento (lucro) tem prioridade sobre a preocupação com o homem e sua eclesialização; 2.) a necessidade de uma vida comunitária para uma plena catequese; 3.) a insuficiência do catecismo de S. Fialarete de Moscou e a necessidade de se redigir um novo; 4.) o emprego insuficiente das potencialidades catequistas da liturgia ("a Liturgia dos catecúmenos"); 5.) a tendência de caçar o inimigo que prevalece no seio da Igreja e cujas vítimas que caem são os membros mais criativos em primeiro lugar, aqueles que empreendem qualquer coisa nova.

Entre as prioridades foram citadas a necessidade de elaborar uma concepção comum concernente ao que deve ser a "eclesialização". É, com efeito, a perda da compreensão desta realidade e a redução de critérios de eclesialidade que são em grande parte a origem do declínio da catequese nos séculos V e VI. À luz desta constante, mostra-se a importância que a catequese atinja seu objetivo: a eclesialização do homem, enquanto que as formas que ela toma podem ser diversas. Foi notadamente proposto que se leve em conta a experiência acumulada no domínio da catequese, aí compreendido, entre os heterodoxos. Segundo os participantes, a esperança concernente a um renascimento da catequese repousa essencialmente sobre as iniciativas privadas de entusiastas, padres ou leigos. Lembramos-nos notadamente como, ao longo desses últimos vinte anos, pouco a pouco se impôs na Igreja a prática da comunhão freqüente, graças ao esforço de alguns padres.

Os organizadores da mesa redonda apelaram a todos os catequistas a se mostrarem solidários e dividirem suas experiências. Eles pediram também aos participantes de lhes enviarem suas proposições concernentes a redação de uma doutrina da catequese e de manuais, e assim tomarem parte na sua elaboração. Concluindo, foi ressaltada a necessidade de organizar um largo debate em torno da doutrina da catequese a fim de preparar sua recepção na hierarquia da Igreja.
Tradução: Emília Machado

Igreja de São Jorge

A Paróquia de São Jorge em Curitiba, pertencente à Igreja de Antioquia (Arquidiocese do Brasil) agora se faz presente na rede mundial de computadores (http://www.igrejasaojorge.com.br/).
Veja abaixo algumas fotos extraídas da página da Igreja:

Israel Reconhece o Patriarca Teófilo III


Em reunião realizada no último dia 15 de dezembro, o Governo de Israel reconheceu oficialmente Sua Beatitude, o Patriarca Teófilo III da Igreja de Jerusalém.


O Porta-Voz do Patriarcado de jerusalém, em entrevista concedida logo após o anúncio da decisão do Estado de Israel, afirmou que o não-reconhecimento constitui uma grave violação dos direitos humanos e, que espera, que o Governo Israelense venha reconhecer a legitimidade de outras religiões que atuam em território judeu.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Igreja Ortodoxa da China

O metropolita Cirilo de Smolensk declarou que a Igreja da Russia está pronta para formar padres ortodoxos chineses. Na China existem cerca de 15.000 fiéis ortodoxos, mas nenhum padre natural da China. O Metropolita Cirilo declarou que a Igreja da Russia está também pronta a enviar padres russos para garantir interinamente o processo até que um clero local seja formado. Estas declarações foram feitas num plano de um colóquio, pelo 50º aniversário da autonomia da Igreja ortodoxa da China, que aconteceu no dia 23 de novembro em Moscou.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

São filhos de Deus, sendo herdeiros da ressurreição

No último dia, a morte será vencida. A ressurreição de Cristo, após o suplício da cruz, contém misteriosamente a ressurreição de todo o Corpo de Cristo. Tal como o corpo visível de Cristo é crucificado, amortalhado e depois ressuscitado, assim o Corpo inteiro dos santos de Cristo é com ele crucificado e já não vive em si mesmo. Mas quando chegar a hora da ressurreição do verdadeiro Corpo de Cristo, do seu Corpo total, então os membros de Cristo, hoje semelhantes a ossos secos, juntar-se-ão, articulação com articulação (Ez 37, 1s), cada um encontrando o seu lugar e «todos juntos constituirão um homem perfeito à medida da plenitude do corpo de Cristo» (Ef 4,13). Então a multidão de membros será um corpo, pois todos pertencem ao mesmo corpo (Rm 12, 4).

Orígenes

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

PATRIARCA BARTOLOMEU I OTIMISTA COM A VITÓRIA DE ABDULAH GUL E SEU PARTIDO

Bartolomeu O patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, e o Sínodo Ortodoxo estão otimistas com o resultado das eleições e com a vitória do partido islâmico AKP, de tendência moderada. Foi o que comentou o patriarca, por ocasião da conclusão da
reunião anual do Sínodo.
Durante uma conversa com um grupo de jovens ortodoxos, o patriarca disse: "Estamos contentes com as eleições parlamentares e presidenciais, e acolhemos com otimismo seus resultados."
Há muito tempo, Bartolomeu I pede ao governo turco mais liberdade de religião, para abrir escolas de teologia e construir edifícios e igrejas, assim como a evolução das propriedades do Patriarcado, confiscadas pelo governo.
Ele espera que os resultados tenham um efeito positivo sobre a minoria ortodoxa de rito grego, e, futuramente, solucionem alguns problemas acumulados no passado.
A reunião anual do Sínodo contou com a presença de 63 metropolitas,do mundo inteiro. Entre as propostas do Sínodo, destacam-se: a proteção do meio ambiente dos abusos e das ambições do homem, e o ecumenismo. (MJ/AF)

 

Fonte: Boletim Oriente Cristão

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Reconhecer desde já a porta aberta

Cristo icon

Vê, ó Cristo, a minha angústia,
vê a minha pouca coragem,
vê como me faltam as forças,
vê também a minha pobreza,
vê a minha fraqueza
e tem piedade de mim, ó Verbo!
Brilha agora sobre mim, como outrora,
e esclarece a minha alma, ilumina os meus olhos
para que te vejam, ó luz do mundo (Jo 8,12),
tu que és a alegria, a felicidade,
a vida eterna,
as delícias dos anjos,
tu que és o Reino dos céus
e o Paraíso,
a coroa dos justos,
o seu Juiz e o seu Rei.
Porque escondes o teu rosto?
Porque te afastas de mim,
tu, que és o meu Deus
e que nunca te queres afastar
dos que te amam?
Porque foges de mim, porque me queimas,
porque me feres e ma esmagas?
Tu sabes que te amo
e te busco com toda a minha alma.
Revela-te, como prometeste...
Abre-me de par em par
a sala do banquete, meu Deus;
sim, não feches a porta
da tua luz, ó meu Cristo!
«Será que imaginas, ó filho dos homens,
que me podes forçar com as tuas palavras?
Que dizes tu, insensato?
Que eu escondo o meu rosto?
Será que desconfias, um pouco que seja,
que eu te ia fechar as portas e os batentes?
Será que suspeitas
que alguma vez me afaste de ti?
Que dizes tu?
Que eu te inflamo, te queimo, te esmago?
Verdadeiramente, as tuas palavras não são justas
e justo também não é o teu pensamento.
Escuta antes as palavras
que agora te vou dizer:
Eu era luz, mesmo antes de ter criado
todas as coisas que tu vês.
Estou em toda a parte, estava em toda a parte,
e, como como fiz toda a criatura,
estou em toda a parte e em tudo...
Considera os meus benefícios,
observa os meus desígnios,
aprende quais são os meus dons!
Manifestei-me ao mundo
e manifestei o meu Pai,
derramei em abundância
o meu santíssimo Espírito
sobre todo o ser vivo, sem excepção.
Revelei o meu nome
a todos os homens
e disse-lhes, pelas minhas obras,
que eu sou o criador,
que sou o autor do mundo.
Mostrei-o e mostro agora
tudo o que era preciso fazer.»

domingo, 28 de outubro de 2007

A Salvação segundo o Ensino da Igreja Ortodoxa

O Oriente Cristão (região onde nasce e se desenvolve o Cristianismo) estranha a teologia que se desenvolveu no Ocidente a partir de Aurélio Agostinho (mais conhecido como Santo Agostinho), cujo pensamento teológico está na base da teologia Romana bem como da teologia da Reforma. Estas teologia têm como características uma natureza moral e jurística (legalista) e, também de caráter cientificista (conforme o tomismo e as categorias de pensamento da modernidade). Por isto, muitos ocidentais quando se aproximam da nossa teologia ortodoxa, sentem grande dificuldades de assimilação.
Como sou indagado muitas vezes sobre a doutrina da salvação na Igreja Ortodoxa, achei por bem contemplar os leitores deste blog de orientação Romano Católica e Protestante com uma breve abordagem do Pe. George Florovsky, que pode ser sintetizada na seguinte afirmação:
"Redenção não é simplesmente o perdão dos pecados, não é simplesmente a reconciliação do homem com Deus. Redenção é e abolição total do pecado, a libertação do pecado e da morte. E Redenção foi realizada na Cruz, "... pelo sangue de Sua Cruz," (Col. 1:20; cf. At. 20:28; Ro. 5:9; Ef. 1:14; Col. 1:14; Hb. 9:22; I Jo. 1:7; Apoc. 1:5-6, 5:9). Não só pelo sofrimento na Cruz, mas precisamente pela morte na Cruz. E a vitória definitiva é lavrada não pelos sofrimentos ou tolerância, mas pela morte e Ressurreição. Nós entramos aqui na profundidade ontológica da existência humana. A morte de Nosso Senhor foi a vitória sobre a morte e sobre a mortalidade, não simplesmente a remissão dos pecados, não meramente a justificação do homem, nem, de novo, a satisfação de uma justiça abstrata. E a verdadeira chave do mistério só pode ser dada por uma doutrina coerente da morte humana". Para ler o texto completo, clique aqui.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

«Estai preparados»

 

«O Filho do Homem virá numa hora em que não pensais». Jesus diz-lhes isto para que os discípulos fiquem de vigília, para que estejam sempre preparados. Se lhes diz que virá quando menos O esperam, é porque quer levá-los a praticar a virtude com zelo e sem descanso. È como se lhes dissesse: «Se as pessoas soubessem quando vão morrer, estariam perfeitamente preparadas para esse dia». Mas o momento final da nossa vida é um segredo que escapa a cada homem.
Eis por que o Senhor exige duas qualidades ao seu servo: que seja fiel, para que não atribua a si mesmo nada do que pertence ao seu Mestre, e que seja avisado, para convenientemente administrar tudo o que lhe foi confiado. São-nos pois necessárias duas qualidades para ficarmos preparados para a chegada do Mestre. Porque é isto o que acontece pelo fato de não sabermos qual o dia do nosso encontro com Ele: dizemos para conosco: «O meu Senhor tarda em chegar». O servo fiel e avisado não tem tal pensamento. Ó infeliz, por pensares que o teu Mestre se demora, imaginas então que ele não há-de vir? A sua vinda é certa. Porque não estás vigilante à sua espera? Não, o Senhor não está demorado: esse atraso só existe na imaginação do mau servo.

S. João Crisóstomo (c.345-407), bispo de Antioquia e posteriormente de Constantinopla, doutor da Igreja Homilia 77 sobre S. Mateus

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Ortodoxos, Uniatas e Romanos

A Revista Católica 30 Dias publicou uma interessante entrevista com o Patriarca Greco-Melquita (uniata) de Antioquia, Grégoire III Laham. O tema principal é a situação dos cristãos em países islâmicos e a relação com o Islã; contudo, parte da entrevista aborda o tema da relação e diálogo desta igreja conosco, Ortodoxos e transparece a qualidade da relação entre estes cristãos de origem ortodoxa que resolveram se submeter a Roma. Reproduziremos aqui este trecho.
"A respeito das relações com os cristãos ortodoxos, há alguns anos foi lançada a hipótese, como experiência local de reconciliação, de que a Igreja de vocês e o patriarcado ortodoxo de Antioquia retornassem à plena comunhão.
GRÉGOIRE III: Cultivamos esse projeto talvez com excessiva euforia, como se fosse uma coisa que pudesse ser realizada de hoje para amanhã. O patriarca Maximos, meu predecessor, já estava velho. Recebemos de Roma uma advertência: continuem a dialogar, mas não cheguem a resultados definitivos no campo teológico sem um acordo prévio com a Santa Sé. Infelizmente, nossa hierarquia tomou isso como um sinal para parar. E agora a coisa foi deixada de lado. Mas de qualquer forma temos relações de fraternidade com os ortodoxos, os retiros do clero, inclusive, são feitos juntos.
Na sua opinião, quais são as perspectivas do atual diálogo católico-ortodoxo em torno dos temas da colegialidade e do primado?
GRÉGOIRE III: A Igreja Ortodoxa não pode aceitar a eclesiologia romana enquanto tal. É preciso entender que a eclesiologia desenvolvida na Igreja latina não pode se impor aos cristãos orientais. Eles podem aceitar o primado do Papa como titular da prima sedes e como última instância à qual recorrer. Mas não a prática do centralismo sem uma colegialidade real. Se Roma quer continuar o diálogo, é preciso retomar as fórmulas que Ratzinger expôs na década de 1970 a respeito da relação com as Igrejas do Oriente.
No mundo católico, quando se fala de diálogo com os ortodoxos, o ponto de partida muitas vezes também é a relação entre Igreja universal e Igreja local.
GRÉGOIRE III: A Igreja universal não é a soma de muitas Igrejas locais. E nem mesmo é um conceito abstrato. A Igreja de Cristo existe concretamente num determinado lugar. São Clemente, papa, pôs como cabeçalho de sua carta: “Da Igreja de Deus, que reside em Roma, à Igreja de Deus, que reside em Corinto”. Não escreveu à Igreja “local” de Corinto. Quando estão presentes os sacramentos, a fé, o Credo, o que é que falta? Aí está também o Papa, pois o bispo ou o pároco que celebram a Eucaristia estão em comunhão com o Papa. A Igreja una, santa, católica e apostólica está presente até mesmo numa pequena paróquia na qual o sacerdote celebra a missa diante de um ou dois fiéis. Não é que exista “mais” Igreja quando todos os bispos estão reunidos em Concílio. Uma gota do mar tem todos os elementos do resto da água do mar. Assim, cada Igreja, num determinado lugar, tem todos os elementos da única Igreja de Cristo.
O que o senhor responde a quem diz que as Igrejas católicas orientais são um obstáculo à reconciliação com os ortodoxos?
GRÉGOIRE III: As Igrejas orientais católicas se transformam num problema sobretudo porque os ortodoxos vêem o tratamento que às vezes se reserva a elas. Elas são definidas Igrejas sui iuris, mas, na prática, não se reconhece que o patriarca é chefe e pai de sua Igreja. São nomeados bispos para as nossas comunidades na diáspora, por exemplo nos países americanos, e nós não temos voz ativa sobre essas decisões. Nossos bispos recebem questionários nos quais se pergunta a eles: a que Congregação vocês estão subordinados? Sabe lá o que pensariam os patriarcas e os metropolitas ortodoxos, se lessem isso: eu, patriarca, eu, bispo, “subordinado” a um escritório vaticano? O que isso significa?
A respeito das Igrejas orientais, costuma-se dizer: muitas cúrias, zelosas de suas prerrogativas, e poucos fiéis, cada vez menos. Mostra-se divisão justamente onde as minorias cristãs deveriam se unir. O que o senhor pensa dessa objeção?
GRÉGOIRE III: Na Itália também existem dioceses extremamente pequenas. Além do mais, temos aqui um elemento da tradição que deve ser respeitado. Uma comunidade de fiéis siro-católicos ou ortodoxos, por menor que seja, não pode ser comparada aos greco-ortodoxos, aos latinos, aos caldeus. Vá ouvir suas liturgias, ouça seus hinos... Já no Concílio Vaticano II alguns vinham com esta idéia: unamos todos os cristãos de um país sob um rito único e um mesmo bispo ou patriarca. No Líbano o maronita, na Síria o melquita, no Egito o copta... Mas só quem olha de longe, com olhos de contador, mais que de bispo, pode pensar em homologar tradições tão diferentes e tão ricas.
E o que o senhor responde àqueles que reprovam a animosidade de vocês perante Roma? GRÉGOIRE III: Estamos em Damasco. Aqui, desde que, em 1724, voltamos à comunhão com o bispo de Roma, vivemos como foras-da-lei durante 120 anos. Os sacerdotes iam para as liturgias levando os trajes escondidos em cestas, entravam nas casas e celebravam a missa em voz baixa. Sofremos muito, por afirmar nossa comunhão com a sé de Roma. É um sinal de quanto damos importância a isso."
Para ter acesso ao texto na íntegra: http://www.30giorni.it/br/articolo.asp?id=15242