Rm 16, 1-16; Mt 13, 4-9 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)
Contemplação do Evangelho de Cristo
São Patrício
«Deus espera a nossa conversão»
Quando contemplo a ameaça suspensa sobre os culpados, no tempo de Noé, tremo, eu que também sou culpado de pecados abomináveis [...] Aos homens de então, ameaçou o Criador primeiro, porque esperava o tempo da sua conversão. Para nós também haverá a hora final, que desconhecemos, e que até aos anjos foi escondida (Mt 24,36). Nesse último dia, Cristo, o Senhor de antes dos séculos, virá, cavalgando nas nuvens, para julgar a Terra, como viu Daniel (7,13). Antes de esta hora cair sobre nós, supliquemos a Cristo, pedindo-lhe: «Salva da tua cólera todos os homens, pelo amor que nos tens, ó Redentor do Universo» [...]
O Amigo dos homens, vendo a maldade que então reinava, disse a Noé: «O fim de toda a humanidade chegou diante de mim, pois ela encheu a Terra de violência. Vou exterminá-la juntamente com a Terra» (Gn 6,13); «só a ti reconheci como justo nesta geração» (Gn 7,1). Constrói uma arca de madeiras resinosas [...] como uma matriz, ela carregará as sementes das espécies futuras. Fá-la-ás como uma casa, à imagem da Igreja [...] Nela te guardarei, a ti, que me rezas com fé: «Salva da tua cólera todos os homens, pelo amor que nos tens, ó Redentor do universo!»»
Com inteligência, o eleito cumpriu a sua obra [...], e pedia com fé aos homens sem fé: «Depressa! Saí do pecado, rejeitai a maldade, arrependei-vos! Lavai a mácula das vossas almas, conciliai pela fé o poder do nosso Deus [...].» Mas os filhos da rebelião não se converteram. À perversidade, acrescentaram ainda a dureza. Então Noé implorou a Deus, com lágrimas: «Fizeste que eu nascesse do seio da minha mãe; salva-me ainda dentro desta arca de socorro. Porque vou fechar-me nesta espécie de sepultura, mas quando me chamares, dela sairei pela tua força! Nela, vou prefigurar desde agora a ressurreição de todos os homens, quando salvares os justos do fogo, como a mim me salvas das ondas do mal arrancando-me do meio dos ímpios, eu que te rezo com fé, a Ti, o compassivo Juiz: «Salva da tua cólera todos os homens, pelo amor que nos tens, ó Redentor do universo!»»
S. Patrício (c. 385 - c.461), missionário e bispo
SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)
27 de Junho (Calendário Juliano): Santo Sansão de Constantinopla
Por volta do quinto século, um homem muito rico e generoso, chamado Sansão, fundou por sua própria conta um grande hospital para os doentes pobres de Constantinopla. Diz-se que Sansão era médico e sacerdote, e que havia se consagrado a atender com inesgotável solicitude aos que sofriam, física e/ou espiritualmente. Já durante a sua vida ele foi honrado com o título de «hospitaleiro» e de «pai dos pobres» e, após a sua morte, ele venerado como um santo. Seu hospital foi totalmente destruído por um terrível incêndio ocorrido no início do sexto século e, cinqüenta anos mais tarde, o imperador Justiniano empreendeu a sua reconstrução. Em datas posteriores, com incrível desprezo para com os dados cronológicos, intentou-se associar Santo Sansão ao imperador Justiniano, como sendo co-fundadores do hospital. Uma tentativa de apresentar São Sansão como amigo do imperador, a quem o santo havia curado milagrosamente de uma grave enfermidade. Ainda que, quando Justiniano se ocupava da construção da Igreja de Santa Sofia, Sansão teria convencido o imperador de construir, ao mesmo tempo, o hospital para os pobres. Alega-se que o imperador teria concordado imediatamente, pois que tinha uma grande dívida de gratidão para com Sansão, e este não aceitava outro pagamento que não fosse a construção do hospital. Mas, na realidade, Sansão morreu antes do ano 500, e Justiniano ascendeu ao trono de Constantinopla só mais tarde, no ano 527.
Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André
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