segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Segunda-Feira, 14ª Semana após Pentecostes

Pré-festa da Natividade da Mãe de Deus; S. Sozonte, mártir († 304); S. João, Arcebispo de Novgorod, o milagroso.

2 Coríntios 2,10-19

10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte. 11 Fui néscio em gloriar-me; vós me constrangestes; porque eu devia ser louvado por vós, visto que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos, ainda que nada sou. 12 Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 13 Porque, em que tendes vós sido inferiores às outras igrejas, a não ser que eu mesmo vos não fui pesado? Perdoai-me este agravo. 14 Eis aqui estou pronto para, pela terceira vez, ir ter convosco e não vos serei pesado; pois que não busco o que é vosso, mas, sim, a vós; porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos. 15 Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado. 16 Mas seja assim, eu não vos fui pesado; mas, sendo astuto, vos tomei com dolo. 17 Porventura, aproveitei-me de vós por algum daqueles que vos enviei? 18 Roguei a Tito e enviei com ele um irmão. Porventura, Tito se aproveitou de vós? Não andamos, porventura, no mesmo espírito, sobre as mesmas pisadas? 19 Cuidais que ainda nos desculpamos convosco? Falamos em Cristo perante Deus, e tudo isto, ó amados, para vossa edificação.

Marcos 4,10-23

10 E, quando se achou só, os que estavam junto dele com os doze interrogaram-no acerca da parábola. 11 E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do Reino de Deus, mas aos que estão de fora todas essas coisas se dizem por parábolas, 12 para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam, para que se não convertam, e lhes sejam perdoados os pecados. 13 E disse-lhes: Não percebeis esta parábola? Como, pois, entendereis todas as parábolas? 14 O que semeia semeia a palavra; 15 e os que estão junto ao caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo eles a ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada no coração deles. 16 E da mesma sorte os que recebem a semente sobre pedregais, que, ouvindo a palavra, logo com prazer a recebem; 17 mas não têm raiz em si mesmos; antes, são temporãos; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. 18 E os outros são os que recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra; 19 mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas, e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera. 20 E os que recebem a semente em boa terra são os que ouvem a palavra, e a recebem, e dão fruto, um, a trinta, outro, a sessenta, e outro, a cem, por um.

21 E disse-lhes: Vem, porventura, a candeia para ser posta debaixo do cesto ou debaixo da cama? Não vem, antes, para se colocar no velador?

22 Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto.

23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça.

 

«Uma semente caiu em boa terra»

É a Maria, creio, que se dirige o profeta Joel, ao dizer: «Não temas, tu, a terra; canta e rejubila, porque o Senhor faz grandes coisas» (2,21). Porque Maria é a terra: a terra onde Moisés, homem de Deus, recebeu ordem para tirar as sandálias dos pés (Ex 3,5), uma imagem da Lei que a graça virá substituir. Ela é também a terra onde, pelo Espírito Santo, se fixou Aquele acerca de quem cantamos que «fundou a terra sobre bases sólidas» (Sl 103,5). É uma terra que, sem ter sido semeada, faz brotar o fruto que dá alimento a todo o ser vivo (Sl 135,25). Uma terra onde não cresceu o espinheiro do pecado: pelo contrário, nela nasceu quem desde a raiz o arrancou. Terra que é, enfim, não maldita, como a primeira, de campos onde abundavam espinhos e abrolhos (Gn 3,18), mas sobre a qual repousa a bênção do Senhor, e que traz em seu seio um «fruto bendito», como diz a palavra sagrada (Lc 1,42). [...]

Exulta pois, Maria, casa do Senhor, terra que Deus marcou com seus passos [...]. Exulta, paraíso mais feliz que o jardim do Éden, onde toda a virtude germinou e onde cresceu a árvore da Vida.

S. Teodoro Estudita (759-826), monge em Constantinopla

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