quinta-feira, 19 de julho de 2012

O Oriente Cristão e a Justificação pela Fé


Por Pe. Mateus (Antonio Eça)


“Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito... 
 ...Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou”.
Romanos 8:2-5, 29-30


A Igreja de Roma e a Federação Luterana no fim da década de 90 fizeram uma declaração conjunta reafirmando a doutrina da justificação pela fé. Nesta mesma declaração Roma reconhece a pertinência do ensino de Lutero nesta questão. A compreensão desta doutrina no seio da Igreja de Roma está muito bem analisada no sitio de "Veritatis Esplendor" (ver link acima postado por Humberto Oliveira).

No Oriente Cristão a Justificação pela Fé nunca foi um grande problema, a não ser no primeiro século quando os conflitos com os judeus eram constantes. Contudo, a justificação, no Oriente Cristão, não se confunde com salvação, como acontece com o Ocidente. No Oriente, conforme o ensino Apostólico (Rm. 8:29,30; Heb. 9:7; 2 Ped. 1:3-11) e dos Pais, a justificação é apenas uma etapa na economia da salvação, do processo soteriológico (e nesta perspectiva é que se insere a fala de São João Crisóstomo).

Salvação no Oriente sempre foi concebida como o alcance da semelhança Divina (por meio da graça da Santíssima Trindade), a unidade ontológica com o Divino, tecnicamente chamada de “Theosis”.

Assim, o pecado - muito mais do que uma ofensa a Deus (que não pode Ser dotado de paixões), consiste basicamente numa enfermidade que se instalou na alma da humanidade, quando nossos primeiros pais desviaram o seu desejo pela Árvore da Vida (Ícone do Criador), buscando “ser como Deus” pela via do “fruto do conhecimento do bem e do mau” (erra o alvo). Este fruto sempre foi compreendido pelos Pais Apostólicos como sendo um ícone dos desejos e apetites do corpo e do ego. Ou seja, o homem abandona o Criador e volta-se para si mesmo. Um ato forense (seja uma fidelidade a Lei ou o estribar-se numa declaração de perdão) não são capazes de gerar vida, no máximo o que conseguem é produzir uma moralidade e a reformulação ética. Somente o Sopro Daquele que Vive (participação no Espírito por meio dos Seus Santos Mistérios e da luta do crente contra as paixões - ascese) pode gerar a vida: não uma vida fictícia, baseada em uma presunção, mas de fato e de verdade, que gera no crente a mente de Cristo e um movimento firme e resoluto da alma em direção à unidade ontológica com a Deidade Trina.

A teologia estritamente jurídica de Tertuliano e de Agostinho (pais do Ocidente) conferiram um legado - tanto aos romanos como aos protestantes – de uma espiritualidade com base na moral e na ética, referências pelas quais, no Ocidente, se avaliam o estado da alma. Mais tarde, a Escolástica romana e a racionalidade do “Renascimento Ocidental”, vão agregar à moral e à ética uma dimensão racionalista, onde a via sacramental e a ascese cristã são mediadas por uma burocracia (no caso do Catolicismo Romano) e no mundo Protestante reduzidas à categoria do mito, do sem-sentido ou memorativa. Em se tratando de Calvinistas, Anglicanos e Luteranos históricos, haverá um reconhecimento ambíguo da presença da Graça nos Sacramentos. O monergismo de Agostinho elimina por completo a ascese, reduzindo a participação na Vida Divina a uma graça forense, que só se tornará realidade ontológica nos céus.

Portanto, para o Oriente Cristão, a Justificação é um degrau basilar para se alcançar a Salvação. Contudo, não se pode confundir o degrau com a escada que nos leva à União com Deus (imagem e semelhança).


São Pedro e São Paulo

“Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor; visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude;
pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.

E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” [1].

2 Pedro 1:2-11


[1] O grifo é meu.

9 comentários:

  1. Pe. Mateus, eu sou protestante, mas estou gostando e muito dos seus textos, mas eu queria que o senhor esclarecesse o que quiseste dizer com: " e no mundo Protestante reduzidas à categoria do mito, do sem-sentido ou memorativa."
    Pergunto ao senhor de modo a entender e não para debater, pois meu fim é de edificação.
    Mas posso lhe dizer que principalmente aqui no Brasil, por termos uma soteriologia muito mais influenciada pelo arminianismo do que pelo calvinismo, acreditamos em um processo soteriológico muito semelhante ao dos ortodoxos, portanto.
    Um abraço, e fique na paz do Senhor Jesus.

    Sebastião.

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  3. Caro Sebastião,

    Obrigado por suas palavras gentis.
    Respondendo à sua pergunta, o que eu quero dizer é que o mundo protestante, por não conhecer e nem entender a ascese cristã (disciplinas espirituais desenvolvidas pelos monges do deserto), e por ter uma teologia reduzida que não alcança a natureza dos sacramentos (reduzindo-os à categoria do meramente representativo), entende que todas as atribuições a eles conferidas, são de natureza mágica ou mítica. Por exemplo, a Ceia do Senhor nãoi pode conduzir o homem a alcançar a Theosis, não pode tornar um homem santo, pois, ela é "apenas um pão e o um vinho", mais nada de especial, tem, no máximo, por causa da fé, o poder de fortalecer a alma.
    Fiz uma síntese imperfeita, pq os Protestantes, tb neste 'tem, são muitos divididos.
    Fique a vontade para perguntar e até debater.

    Deus o abençoe.

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  4. "e por ter uma teologia reduzida que não alcança a natureza dos sacramentos (reduzindo-os à categoria do meramente representativo), entende que todas as atribuições a eles conferidas, são de natureza mágica ou mítica."
    Mas Padre, há um equívoco aí, até os protestantes mais carismáticos e pentecostais não creem nos sacramentos desta forma (corrente majoritária), inclusive eu deixei de ser católico romano exatamente pela maior parte dos fiéis vêem os sacramentos com esta "magia". Claro que o movimento neopentecostal se encaixa na sua descrição, de "mágicos" e de reduzida teologia.
    Mas as igrejas históricas não entendem desta forma não, até porque não se pode querer tomar como paradigma uma teologia nova (pentecostalismo fundamentalista e neopentecostalismo) em troca de uma histórica e logicamente sofisticada teologia das igrejas históricas que inclusive se assemelham em muito a de vocês.
    Um abraço e a paz do Senhor Jesus.

    Sebastião.

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  5. Padre, outra coisa que se tem que ter em mente é a diferença entre a parte formal/teológica de uma religião e a parte das crendices e fideísmo que se formam dentro do convívio da religião, mas as margens dos seus estatutos formais.
    Agora, entendo que esta parte periférica, mística, sempre irá estar presente em qualquer religião/igreja.
    Por isso, fiquei até surpreso de o protestantismo estar caracterizado no seu texto pelo seu lado periférico, místico e fideísta, e não pelo seu lado bíblico, teológico, histórico e racional da fé.
    Um abraço e a Paz do Senhor Jesus Cristo.

    Sebastião.

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  6. Sebastião, obrigado por interagir e assim, tornar o artigo mais dinâmico.

    Acho que vc não compreendeu bem o que escrevi. Eu não disse que os Protestantes tinham uma concepção mágica dos sacramentos, o que eu quis dizer é que o protestantismo tem uma visão racionalista dos sacramentos e, por isto, condenam a teologia mística da Sagrada Tradição, classificando-a como mágica e mítica.

    O racionalismo pragmático e utilitarista (típico da sociedade ocidental) não consegue ver “lógica” na percepção mística. E por isto, no Ocidente, os cristãos – principalmente protestantes – reinterpretam todos os dados místicos e o buscam ressignificar conforme os paradigmas da racionalidade ocidental. E aí é onde tropeçam e encontram suas fragmentações (históricos, liberais e fundamentalistas). O movimento Pentecostal é uma reação desordenada e desastrada a este “racionalismo” que marca a cultura Protestante, que - na prática - transforma a fé numa experiência meramente jurídica, burocrática, acadêmica e moralista, fazendo de seus púlpitos algo semelhante a uma cátedra universitária, de sua liturgia uma solenidade burocrática e de suas devoções uma mera expressão do raciocínio.

    Este Pentecostalismo triunfou nas fileiras Protestantes e redesenhou suas formas, pois a maioria das Igrejas Históricas, vivenciam em sua prática, certo grau de pentecostalismo e neo-pentecostalismo, e sua teologia histórica, ficou restrita aos seminários tradicionais e alguns pastores acadêmicos, os quais pensam que vão resgatar o Protestantismo de seu atual estado de mediocridade, por meio de uma "pregação bíblica". Esta "pregação bíblica" nada mais é do que um misto de racionalidade hermenêutica com idealismo romântico", não percebendo que com tal postura caminham em espiral e raciocinam num labirinto.

    Espero que vc não fique ofendido com palavras mais fortes que eu tenha usada para descrever o protestantismo e sua fé, pois não é minha intenção ofender ninguém.

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  7. "Espero que vc não fique ofendido com palavras mais fortes que eu tenha usada para descrever o protestantismo e sua fé, pois não é minha intenção ofender ninguém."
    O que é isso Padre, eu justamente estou trocando ideias com o senhor pelo fato de ter visto em suas palavras uma sinceridade de querer transmitir a verdade e não de querer ser o certo ou menosprezar outras fés.
    Já que eu entendi ao contrário (mas seu texto nos leva a entender o contrário), posso ratificar que o protestantismo brasileiro em especial se encontra - em maior parte - como o senhor descreveu, mas no seu todo e digamos "constitucionalmente" ainda há um perfeito equilíbrio entre o racional e o mítico, como deve ser - fé e não fideísmo.
    Devo dizer também que respeito o pentecostalismo tradicional, já não posso dizer isto do pentecostalismo mais carismático (só é mítica) e o neo (teologia da prosperidade e autoajuda disfarçada de misticismo - sem uma teologia de fato).
    Divisões há DE FATO em todas religiões, mas somente algumas as fazem FORMALMENTE, isto é normal, bíblico e histórico.
    É tanto que no meio protestante, apesar de inúmeras denominações, não há tantas seitas e heresias (consideradas por nós é claro), e isto é praticamente uniforme entre todas as denominações, pois o senhor sabe que muitas vezes em troca de uma "união" formal se aceita graves heresias no seio de algumas igrejas.
    Ou seja, apesar de alguns desencontros soteriológicos e litúrgicos, e principalmente eclesiológico, os protestantes não me parece tão dissonantes dos ortodoxos.
    Fico feliz em conversar com o senhor, pois o que mais me interessa é buscar a Verdade de fato e não em defender minha visão de cristianismo, doa onde em mim doer, por isso escolhi ser protestante - não porque em outras igrejas não se busca a Verdade de fato, mas porque em nosso meio é mais fácil, já que damos mais valor a uma unidade mais material do que formal.
    Um abraço e a Paz do Senhor Jesus Cristo.

    Sebastião.

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  8. Padre Mateus, olá! Meu nome é Diego. Confesso ter sido bastante impactado pelo grau de precisão do seu último comentário sobre a pregação bíblica protestante tradicional (aquela que existe em relativa oposição à pentecostal). Me espanta a clareza de um Padre Ortodoxo na compreensão deste elemento. Muito embora tenha suas exceções, a pregação bíblica protestante tem sido quase exatamente isto: um misto de racionalismo (enquanto um conjunto de conceiros abstratos extraídos por hermenêutica bíblica e hipoteticamente aplicados, tudo no meio abstrato de pensamento) e idealismo romântico (principalmente no meio presbiteriano, que herda a tradição dos puritanos inglêses quanto à pregação, atribuíndo a ela a maior eficácia na conversão, e exortação à santidade). Espero que meus irmãos não tomem por mau este meu comentário, pois exergo ainda nessa forma de pregação muito proveito. Fico ainda deslumbrado com sua clareza, pois pouco se sabe da liturgia ortodoxa entre protestantes, e que dá-nos a impressão de que os ortodoxos experimentam desconhecimento recíproco. Muito boa a análise, Padre Mateus, não obstante a ela não fazer justiça às várias exceções que eu encontro no meio presbiteriano mesmo. Sobre seu artigo, também entre Protestantes Reformados e Arminianos e Luteranos a Justificação é apenas um elemento da Soteriologia (acho que eles não veem como degrau, pois a Salvação não é vista, também, como uma escada) Tenho encontrado católicos que consideram a Justificação como sinônimo de Salvação e Santificação, mas não sei se esse é o posicionamento teológico do "famoso magistééério da igreja" (afetação). Mas minha intromissão não era sobre este assunto: cai em seu blog pela busca do termo Theosis, do qual venho buscado conceitos, explicações e exemplos, nutrindo secretamente a esperança que algum dos expoentes elucidasse ainda como é o processo, e o que se deve fazer -práxis- para se alcançar a theosis (ainda que para os ortodoxos ela fosse inalcançável fora de uma comunhão ortodoxa, como os católicos romanos gostam de falar sobre a salvação, que é, para eles, impossível fora da submissão à estrutura burocrática e institucional da Sé Romana) enfim, alguém que remetesse a alguma fonte de teologia ortodoxa mais profunda (um livro, livros, etc). Há uns dias ouvi uma explicação no YouTube de um outro Padre ortodoxo, do qual não me recordo o nome, e voltei-me a buscar se tinha, na tradição protestante algo semelhante ao processo que leva à Theosis e achei, de prévio conhecimento, algo que seja semelhante na teologia reformada (chamada de calvinista/puritana): O chamado processo de Santificação, nele se faz a Mortificação dos pecados, da natureza pecaminosa, da carne, sobre a qual um famoso Teólogo Puritano, chamado John Owen, escreveu (Se o senhor não conhecer, ficaria feliz em lhe pagar este livro, para caso o senhor quisesse levar alguma conversa teológica comigo adiante. Mas aviso logo que ando com excesso de obrigações). Ao mesmo tempo, nessa Santificação, onde atuaria sinergeticamente o Espírito e o cristão renascido do Espírito, se praticam as chamadas disciplinas espirituais como a oração, o estudo da Bíblia, o jejum (muitíssimo abandonado), a comunhão (congregação/reunião), e as boas obras (obras da caridade, obras do amor ou obras cristãs) e por fim a participação nos Sacramentos (Dois, para os protestantes). Continua no próximo.

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  9. Continuação. Tudo isso, que seria o equivalente assemelhado protestante da ascese (talvez só a mortificação fosse esse equivalente), visa a ampliar o estado de santidade, o crescimento na graça e maior união com Cristo, mas não conduz a Theosis nesta vida, para os protestantes calvinistas (Nos Luteranos, a Santificação é ainda menos enfatizada, pois eles têm terror do Legalismo, que seria o uso das práticas cristãs, ou mesmo das judaicas, para "comprar" a Salvação da mão de Deus). Tanto Luteranos, quanto Reformados compreendem que a Salvação já está alcançada por Cristo totalmente desde o sacrifício eterno da cruz, assim a Santificação é uma obrigação do cristão é nada teria a ver com a conquista da salvação, sendo apenas a resposta natural de uma coração humano já salvo, uma obrigação cristã, que para o espírito regenerado é prazer de servir a Deus e para a carne é ardorosa obrigação. Mas nenhum expoente da Santificação foi tão longe em afirmar algo como a Theosis, que seria impossível nesta vida, devido à carne ser um impedimento, sendo possível somente com a morte,e a final ressuereição no corpo espiritual como nosso Senhor Jesus Cristo. Teólogos protestantes minimizam a ascese como era praticada pelos Pais da Igreja, como sendo um resquício da corrente filosófica grega estóica, e as ocorrências místicas seriam apenas lendas populares contadas entre os cristãos símplices. Muitos casos de ascese levaram a aquisição de doenças e auto-sofrimento impensáveis, atualmente. A mim, por exemplo, assusta, a coragem de Santo Inácio, e seu desejo ardoroso por lutar contra as feras em Roma, soa até mórbido, ter prazer com a própria morte tão cruenta, coisa que nem nosso Senhor aparentou ter, ou São João Crisóstomo que tentou estar em eterna vigília privando-se de sono físico, adquirindo assim muita deterioração de saúde. A ascese, assim como Theosis é coisa que não compreendo, e a Theosis é o tipo de coisa que sei não é bom ignorar, mesmo que eventualmente dela possa vir a descordar, mas nem mesmo com todos os exageros, a Ascese me parece algo inútil. Tenho buscado isso, Padre, livros que me pudessem elucidar, explicar. Alguma espécie de Teologia Sistemática Ortodoxa (um volume que parece não se encaixar no edifício da tradição ortodoxa que é muito mais natural, e aparentemente desordenada em relação ao "sistemas de crenças" surgidos na idade média ocidental). O ocidente têm necessidade de sistematização, e eu não nego, pelo menos para pesquisas teológicas serviria muito bem para a tradição ortodoxa, mesmo que não fosse esse o modo "natural" de aprender teologia para os ortodoxos, ou melhor, de receber o conhecimento de Deus! Se o senhor puder me ajudar com isso, Padre, o senhor me indica literatura? Uma ou várias que sejam bem completas sobre a "Ortodoxia", pois eu gostaria de estudar "Cristianismo Comparado". Obrigado, pela atenção, Padre.

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