A Fé Antiga e Perene Falando ao Mundo Atual: Temas Teológicos, Notícias, Reportagens, Comentários e Entrevistas à luz da Fé Ortodoxa.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Segunda-Feira, 8ª Semana após Pentecostes

1 Cor 9, 13-18; Mt 16, 1-6 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Santo Evangelho

 

«Até que tudo fique fermentado»

Desde a transgressão de Adão, os pensamentos da alma dispersaram-se, afastando-se do amor de Deus, na direcção do mundo presente, e misturaram-se com pensamentos materiais e terrestres. Porque Adão, com a sua transgressão, recebeu em si o fermento das más tendências, e assim, por participação, também todos os que dele nasceram e toda a raça de Adão recebeu uma parte desse fermento. Seguidamente, as disposições más cresceram e desenvolveram-se entre os homens, a ponto de eles fazerem todo o tipo de desordens. Finalmente, o fermento da malícia penetrou em toda a humanidade [...].
De maneira análoga, durante a sua estada na terra, o Senhor quis voluntariamente sofrer por todos os homens: resgatá-los com o Seu próprio sangue, introduzir o fermento celeste da Sua bondade nas almas crentes humilhadas pelo jugo do pecado. Quis completar nelas a justiça dos preceitos e todas as virtudes, de maneira a que, ao penetrar nelas este fermento, fiquem unidas no bem e formem com o Senhor «um só Espírito», segundo as palavras de Paulo (1Co 6, 17). A alma que for totalmente penetrada pelo fermento do Espírito Santo nem poderá já ter a ideia do mal e da malícia, como está escrito: «O amor não se irrita nem guarda ressentimento» (1Co 13, 5). Sem este fermento celeste, ou, por outras palavras, sem a força do Espírito Santo, a alma não poderá ser amassada pela doçura do Senhor nem alcançar a verdadeira vida.

São Macário (?-405), monge no Egito

 
Fonte: EAQ

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

 

 

Médico, natural de Nicomédia da Bitínia (actual Turquia), converteu-se ao Cristianismo em plena perseguição do imperador Maximiano. Um sacerdote tinha-o persuadido da divindade de Cristo e ele, para o comprovar, ordenou a uma criança morta por uma víbora: "Em nome de Jesus Cristo, levanta-te!" E a criança foi ressuscitada.
O imperador mandou que se lhe aplicasse toda a espécie de tormentos.
Consta que cristãos arménios teriam trazido o corpo de S. Pantaleão para o Porto no século XV. Durante muitos anos, foi o padroeiro daquele cidade.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Quinta-Feira, 7ª Semana após Pentecostes

1 Cor 7, 24-25; Mt 15, 12-21 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

Eu tenho muito medo de me tornar um fariseu. Este temor não é abstrato, pois há um perigo constantemente a nos rodear, um fermento que insiste em se fazer presente em nossa massa, a carne humana. Que perigo e fermento são estes? O da cegueira, achando-se que se vê e o do zelo insano. Estes dois elementos presentes na alma a deterioram até levá-la a morte. Mas como se precaver desta disfunção espiritual? Para o primeiro o ato de se avaliar constantemente tendo como ícone (paradigma) as santas palavras e o reto agir do Senhor Jesus Cristo. Uma revisão diária de nossos atos, uma confissão sincera de nossas faltas e uma súplica honesta por socorro e graça, não nos deixará cegos, pois, Cristo a Luz do Mundo, a ninguém se nega. Mas poucos se dedicam à oração diária e a buscar intensamente uma sã consciência, tanto quanto se empenha em receber recompensas terrenas. O segundo mal, o zelo insano, se dissipa quando a Luz do amor de Cristo resplandece em nossos corações. Quem enxerga seus próprios pecados, não tem muito tempo para tentar medir o pecado do outro.

+ Mateus (Antonio Eça)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

CURSO DE VERÃO REFORÇA RELAÇÕES ENTRE A IGREJA ORTODOXA GREGA E A IGREJA DE ROMA

Atenas, 22 jul (RV) - O belo Colégio Teológico de Atenas, próximo ao Santuário de Santa Bárbara, está hospedando nestes dias, seminaristas e estudantes católicos de todos os países do mundo. Eles participam de um curso de verão organizado para promover e fortalecer as relações bilaterais entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa da Grécia.
A iniciativa é fruto da colaboração entre a Diaconia Apostólica grega e o Pontifício Conselho para Promoção da Unidade dos Cristãos.
Os alunos do curso têm a chance de se imergir na riqueza da tradição religiosa oriental e aprender grego moderno, sendo atores de um diálogo vivo e vivificante. O relacionamento, já sólido, se reforça na compartilha da oração e do exemplo dos apóstolos, num caminho impregnado, na história recente, de novos significados.
O Metropolita de Corinto, Dionisios, convidou os estudantes a visitar a sua sede episcopal e percorrer juntos os passos do Apostolo dos Gentios na cidade em que pregou, foi julgado e absolvido, entre 51 e 52 d.C.
Os participantes foram recebidos na Catedral de São Paulo, onde o metropolita, com sincero afeto e cordialidade, saudou os presentes recordando a importância desta cidade para o cristianismo e encorajando todos a percorrer o caminho da unidade, rezando e recebendo a iluminação do Espírito Santo. (CM)

Fonte: Rádio Vaticano

ENCONTRO DE IGREJAS EUROPÉIAS SE CONCLUI COM DECLARAÇÃO VIGOROSA

Lyon, 22 jul (RV) - “Como cristãos, ousamos esperar”. Esta é a mensagem proposta pelos delegados de diversas Igrejas européias, que se reuniram de 15 a 21 de julho, em Lyon, na XIII Assembléia Geral da Conferência das Igrejas européias, KEK.
Delegados de 126 Igrejas, autores do texto, consideram que a esperança dá alegria, paz, coragem, audácia e liberdade. Lliberta-nos do medo, abre nossos corações e reforça nosso testemunho do Senhor ressuscitado. “Nós, cristãos, somos chamados à única esperança em Cristo, fonte de amor, de perdão e de reconciliação”.
Na mensagem, as Igrejas manifestam uma série de preocupações: “Enquanto nos comprometemos, apaixonadamente, por uma Europa unida e reconciliada, que aguardamos impacientes, deploramos o fato de que se elevem novos muros de separação entre nações, culturas e religiões. Vemos surgir novas divisões – entre cidadãos permanentes e migrantes; entre ricos e pobres, entre trabalhadores ativos e desempregados, entre quem tem seus direitos respeitados e quem os têm lesados”.
A mensagem se refere também às mudanças climáticas e à grave crise financeira, e acrescenta: “Apesar de tudo, estamos firmemente convencidos de que, como cristãos, temos uma esperança especial a compartilhar nestas situações, que parecem desesperadoras. Afirmamos que existe uma esperança, e perseveramos em nossa luta em favor da verdade e da justiça. Há esperança quando resistimos a toda forma de violência e racismo, quando defendemos a dignidade de todas as pessoas. Há esperança quando insistimos na solidariedade desinteressada entre indivíduos e povos, quando lutamos pelo respeito sincero da criação”.
“O desafio lançado pela Assembleia Geral a todas as Igrejas é a audaz mensagem da esperança: uma esperança que não se expressa através de declarações vazias, mas através de atos concretos e da fé viva. Afirmamos que as Igrejas devem trabalhar em favor da justiça e dizer a verdade aos poderosos. Isto significa abater os muros entre pessoas, culturas e religiões, para aprender a entrever a imagem de Deus no rosto do próximo. Significa respeitar, e não apenas tolerar, os outros seres humanos. Acima de tudo, significa encontrar novos modos de expressar nossa solidariedade com os pobres, estejam eles próximos ou distantes de nós. (CM)

 

Fonte: Rádio Vaticano

MEDVÉDEV PROPÕE UNESCO COMO FÓRUM INTER-RELIGIOSO

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Moscou, 22 jul (RV) - O presidente russo, Dmitri Medvédev, propôs ontem que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, UNESCO, se transforme em tribuna de diálogo inter-religioso.
O líder do Kremlin louvou a decisão da Organização de criar um grupo de alto nível, encarregado do diálogo inter-religioso, e disse que este tema deve ser discutido globalmente. Em reunião com o diretor geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, Medvédev citou o exemplo a experiência singular de diálogo inter-religioso na Rússia, “acumulada durante séculos”, e assegurou que em seu país, “são respeitados os direitos de todas as confissões”.
O Kremlin espera que o novo Grupo permita “criar um mecanismo eficaz de consultas entre a ONU e as confissões tradicionais para contribuir na solução de conflitos religiosos, evitar a difamação das religiões e preservar os santuários religiosos que se encontram em áreas de conflito armado”.
O grupo de alto nível da ONU, integrado por diversos líderes religiosos e encabeçado pelo patriarca ortodoxo russo Kiril, se reúne hoje no mosteiro de São Daniel, em Moscou, para deliberar sobre as recomendações à UNESCO e à ONU.
Na reunião, estarão presentes o líder do departamento de muçulmanos do Cáucaso, Xeque Alahshukiur Pashazadé, do Azerbaijão; o secretário geral adjunto da Liga Islâmica Mundial, Mohamad Hayat, da Arábia Saudita; o Grã-rabino de Israel, Yona Metzger, e o rabino norte-americano Arthur Schneider. O representante da Igreja Evangélica da Alemanha será Martin Schindehutte, e em nome da Igreja Católica, estará na reunião o arcebispo Antonio Menini, Núncio apostólico junto à Federação russa.
(CM)

Fonte: Rádio Vaticano

Quarta-Feira, 7ª Semana após Pentecostes

Jejum

1 Cor. 7, 12-24; Mt 14, 35-15, 11 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

Santa Maria Madalena, Igual aos Apóstolos


Maria Madalena era uma das mulheres portadoras de mirra e "igual aos apóstolos". Ela nasceu na cidade de Magdala ao longo da costa do Lago Genesaré e era da tribo de Issacar. Ela era tormentada por sete espíritos malignos dos quais o Senhor Jesus a libertou e a curou completamente. Ela foi uma fiel seguidora e serva do Senhor durante Sua vida terrena. Maria Madalena permaneceu em baixo da Cruz no Gólgota e se afligiu amargamente e se lamentou com a Santíssima Mãe de Deus. Após a morte do Senhor ela visitou o Seu sepulcro três vezes. Quando o Senhor ressuscitou ela viu Ele em duas ocasiões: uma vez sozinha e outra vez com as mulheres portadoras de mirra. Ela viajou à Roma e apareceu perante Tibério César e se apresentou com um ovo colorido de vermelho, saudou ele com as palavras: "Cristo ressuscitou!" Ao mesmo tempo, ela acusou Pilatos perante César por sua injusta condenação do Senhor Jesus. César aceitou sua acusação e transferiu Pilatos de Jerusalém para a Gália onde este injusto juiz, em inimizade com o imperador, morreu de uma doença mortal. Após isto, Maria Madalena retornou de Roma para Éfeso para São João o Teólogo quem ela assistiu no trabalho de pregar o Evangelho. Com grande amor para com o Senhor ressuscitado, e com grande zelo, ela proclamou o Santo Evangelho ao mundo como um verdadeiro apóstolo de Cristo. Ela morreu pacificamente em Éfeso e, de acordo com a tradição, foi sepultada no mesma caverna em que sete jovens foram milagrosamente colocados para dormir por centenas de anos e, após isto, foram trazidos de volta a vida e então morreram (4 de Agosto). As relíquias de Santa Maria Madalena foram mais tarde transferidas para Constantinopla. Existe um convento ortodoxo russo dedicado à Santa Maria Madalena próximo ao Jardim do Getsêmani.

N.T. Já segundo Eusébio Pilatos teria cometido suicídio. N.T.2 Ainda hoje os cristãos ortodoxos se saúdam na Pascoa com as palavras "Cristo ressuscitou" e se dão ovos de galinha coloridos.

Fonte: Prologo de Ohrid

Tradução: José Lauro

terça-feira, 21 de julho de 2009

Terça-Feira, 7ª Semana após Pentecostes

1 Cor 6, 20-7, 12; Mt 14, 1-13 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

João Batista, o maior de todos os profetas é decapticado, vítima de uma trama ardilosa de Herodias, a mulher que adulterava com seu cunhado, o Rei Herodes. Ao saber da morte de João Batista, Cristo se retira para o deserto, possivelmente para se precaver de uma trama contra ele. Sinal que devemos agir com prudência neste mundo e não ignorar os poderes das trevas e suas sutilezas. Vigia e orai, esta é a grande recomendação do Senhor.

+ Mateus (Antonio Eça)

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

O Santo Profeta Ezequiel

Ezequiel era o filho de um sacerdote da cidade de Sarir. Ele foi levado para a Babilônia no cativeiro com o Rei Jeconias junto com muitos outros israelitas. Vivendo no cativeiro, Ezequiel profetizou por vinte e sete anos. Ele foi um contemporâneo do Profeta Jeremias. Enquanto Jeremias ensinava e profetizava em Jerusalém, Ezequiel ensinava e profetizava na Babilônia. As profecias de Jeremias eram conhecidas na Babilônia e as profecias de Ezequiel eram conhecidas em Jerusalém. Ambos estes santos homens concordaram nas profecias de cada um. Ambos foram mal tratados e torturados pelo povo judeu descrente. Santo Ezequiel teve temerosas e inimagináveis visões. Perto do rio Chebar, Ezequiel viu o céu se abrir, "uma grande nuvem, com um fogo a revolver-se; e um resplendor ao redor dela" (Ez 1,4) e quatro animais como cobre fundido (bronze polido). Uma criatura tinha a face de um homem, a segunda a face de um leão, a terceira a face de um bezerro (boi), a quarta a face de uma águia [Ez 1,10]. A face de homem significa o Senhor Encarnado como homem, a face de leão, Sua divindade, a face de bezerro, Seu sacrifício e a face de águia, Sua ressurreição e ascensão. Numa outra veze lhe foi mostrado a visão da ressurreição dos mortos. O profeta viu um vale cheio de ossos mortos secos e quando o Espírito de Deus desceu sobre eles, eles vieram a vida e se levantaram sobre seus pés [Ez 37,1-10]. Ele também viu a mais terrível destruição de Jerusalém quando a ira de Deus desceu sobre todos, exceto aqueles que haviam sido marcados antes pela letra grega chamada Tau [Ez 9,1-7]. Esta letra é como nossa letra T que é também o sinal da Cruz. Os malignos judeus nem mesmo pouparam este santo homem. Enfurecidos com ele porque ele os reprovou, os judeus o amarraram as caudas de cavalos e o rasgaram em dois. Ele foi sepultado no mesmo sepulcro de Sem, o filho de Noé.

Fonte: Prologo de Ohrid

Tradução: José Lauro

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Segunda-Feira, 7ª Semana após Pentecostes

1 Cor. 5, 9-6, 11; Mt 13, 54-58 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

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“Era peregrino e recolhestes-Me”, diz o Senhor (Mt 25, 35). E também: “Sempre que fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes” (Mt 25, 41). Dado que se trata de um crente e de um irmão, mesmo que seja o mais pequeno, é Cristo que entra com ele. Abre a porta de tua casa, recebe-o. “Quem recebe um profeta como profeta, terá recompensa de profeta” […] Eis os sentimentos com que devemos receber os peregrinos: atenção, alegria, generosidade. O peregrino mostra-se sempre tímido e envergonhado. Se o anfitrião o não recebe com alegria, retira-se e sente-se desprezado, porque é pior ser recebido dessa maneira do que não o ser de todo.
Tem, pois, uma casa onde Cristo encontre a sua morada. Diz: “Eis o quarto de Cristo. Eis a morada que Lhe está reservada.” Mesmo que seja muito simples, Ele não a desdenhará. Cristo está nu, é peregrino; basta-lhe um tecto. Dá-lhe pelo menos isso; não sejas cruel e inumano. Tu, que tanto ardor demonstras pelos bens materiais, não permaneças frio diante das riquezas do espírito. […] Tens onde guardar o carro onde te deslocas, não terás lugar para Cristo vagabundo? Abraão recebia os estrangeiros onde habitava (Gen 18). Sua mulher tratava-os como se fosse serva deles e eles os seus senhores. Nem um nem outro sabiam que estavam a receber Cristo, que acolhiam anjos. Se o soubessem, ter-se-iam despojado de tudo. Nós, que sabemos reconhecer Cristo, demos provas de uma atenção ainda maior do que eles, que estavam convencidos de que apenas recebiam três homens.

S. João Crisóstomo (c. 345-407), Patriarca de Constantinopla

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Quinta-Feira, 6ª Semana após Pentecostes

1 Cor. 3, 18-23; Mt 13, 36-43 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

 

Contemplação do Evangelho de Cristo

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A missão de Cristo na terra estava cumprida, mas era necessário que nos tornássemos «participantes da natureza divina» do Verbo (2Ped 1, 4), isto é, que a nossa vida anterior fosse abandonada para se transformar numa nova [...]. De facto, enquanto viveu visivelmente entre os seus, Cristo surgia-lhes, segundo julgo, como o dispensador de todos os bens. Mas quando chegou o momento em que teve de subir ao Pai celeste, foi necessário que Ele continuasse presente entre os seus fiéis por meio do Espírito e que habitasse pela fé nos nossos corações (Ef 3, 17).
Aqueles em quem habita o Espírito são transformados e recebem d'Ele uma vida nova, como facilmente podemos demonstrar pelos exemplos tanto do Antigo como do Novo Testamento. Samuel, dirigindo-se a Saúl, diz: «O espírito do Senhor virá então sobre ti» (1Sam 10,6). E São Paulo afirma: «E nós todos que, com o rosto descoberto, reflectimos a glória do Senhor, somos transfigurados na Sua própria imagem, de glória em glória, pelo Senhor que é Espírito» (2 Cor 3, 18).
Vês como o Espírito transforma noutra imagem aqueles em quem habita? Facilmente os faz passar da consideração das coisas terrenas ao olhar voltado unicamente para as realidades celestes, e os conduz da tibieza à vida heróica. Foi o que sucedeu com os discípulos: fortalecidos pelo Espírito, não se deixaram intimidar pelos seus perseguidores, permancendo unidos a Cristo pelo vínculo de um amor invencível. Facto indubitável. É pois verdade o que nos diz o Salvador: «É melhor para vós que Eu vá» (Jo 16, 7). Pois esse é o momento da descida do Espírito Santo.

S. Cirilo de Alexandria (389-444)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Quarta-Feira, 6ª Semana após Pentecostes

Jejum

(Nos jejuns das quartas-feiras, a Igreja lembra a traição de judas a Cristo, suplicando a proteção Divina para não ser seduzida como Judas)

1 Cor. 2, 9-3, 8; Mt 13, 31-36 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

 

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Cristo, grão de mostarda e fermento semeado pelo mundo

Cristo veio a este mundo para submetê-lo a Si próprio, para reivindicá-lo como Seu, para afirmar os Seus direitos sobre ele como senhor, para libertá-lo do domínio usurpado pelo inimigo, para Se manifestar a todos os homens, para Se estabelecer nele. Cristo é o grão de mostarda que se desenvolverá silenciosamente, acabando por cobrir a terra inteira. Cristo é o fermento que abre secretamente caminho na massa dos homens, dos sistemas de pensamento e das instituições, até que tudo fique levedado. Até então, o céu e a terra estavam separados; o projeto de graça de Cristo consiste em fazer de ambos um só mundo, tornando a terra paralela ao céu.
Ele estava neste mundo desde o começo, mas os homens adoraram outros deuses. Ele veio a este mundo na carne, «mas o mundo não O conheceu. Veio ao que era Seu e os Seus não O receberam» (Jo 1, 10-11). Mas Ele veio para levá-los a recebê-Lo, a conhecê-Lo, a adorá-Lo. Veio para integrar este mundo em Si, a fim de que, tal como Ele próprio é luz, também este mundo seja luz. Quando veio, não tinha «onde reclinar a cabeça» (Lc 9, 58), mas veio para constituir aqui um lugar para Si mesmo, para aqui constituir habitação, para aqui encontrar morada. Veio transformar o mundo inteiro na Sua morada de glória, este mundo que estava cativo das potências do mal.
Ele veio na noite, nasceu na noite escura, numa gruta. [...] Foi aí que primeiro repousou a cabeça, mas não o fez para aí permanecer para sempre. Não era Sua intenção deixar-Se ficar escondido nessa obscuridade. [...] O Seu objetivo era mudar o mundo. [...] O universo inteiro tinha de ser renovado por Ele, mas Ele a nada recorreu que já existisse, tudo criou a partir do nada. [...] Ele era uma luz que brilhava nas trevas, até que, pelo Seu próprio poder, criou um Templo digno do Seu nome.

Orígenes (cerca 185-253), padre e teólogo

Fonte: Evangelho Quotidiano

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

São Vladimir, Príncipe de Kiev, Igual aos Apóstolos

 

Neto de Santa Olga, São Vladimir subiu ao trono de Kiev em 980. Embora sendo extremamente idólatra, ele foi iluminado pela graça de Deus, aceitou a fé cristã, e mudou completamente seus caminhos.Ele foi batizado em Cherson em 988, recebendo o nome de Basílio. A Fonte que curou sua cegueira espiritual, também o transformou em um homem manso, pacífico, e extremamente religioso, ele, outrora, um militar de grande truculência. São Vladimir, casou-se, em Constantinopla com Anna, irmã dos imperadores Constantino e Basílio. Diligentemente procurou difundir o cristianismo em todo o seu reino como um novo Constantino, destruindo todos os ídolos e levando todos os seus súditos a receberem o Santo Batismo. Ele repousou em paz, em 1015.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Terça-Feira, 6ª Semana após Pentecostes

I Cor. 1, 1-9; Mt 13, 24-39 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

 

Contemplação do Evangelho de Cristo

"Foi um inimigo que fez isto"

Escrevo-vos, irmãos bem amados, para que saibais que, desde o dia em que Adão foi criado até ao fim do mundo, o Maligno fará guerra constante aos santos (Ap 13,7)... Contudo, são poucos os que se dão conta de que o saqueador das almas coabita com eles nos seus corpos, muito perto das suas almas. Vivem na tribulação e não há ninguém sobre a terra que os possa reconfortar. Por isso, olham para o céu e aí colocam a sua esperança, contando receber alguma coisa dentro de si próprios. Desta forma, e graças à armadura do Espírito (Ef 6,13), vencerão. Com efeito, é do céu que recebem uma força, que permanece escondida aos olhos da carne. Enquanto procurarem Deus com todo o seu coração, a força de Deus vem secretamente em seu auxílio a todo o momento... É precisamente porque tocam com o dedo na sua fraqueza, porque são incapazes de vencer, que eles solicitam ardentemente a armadura de Deus e, assim revestidos com o equipamento do Espírito para o combate (Ef 6,13), tornam-se vitoriosos...
Sabei, pois, irmão bem amados, que em todos os que prepararam a alma para se tornarem numa terra boa para a semente celeste, o inimigo apressa-se a semear o seu joio... Sabei também que aqueles que não procuram o Senhor com todo o seu coração não são tentados por Satanás de forma tão evidente; é mais às escondidas do que por manhas que ele tenta... afastá-los para longe de Deus.
Mas agora, irmãos, tende coragem e não receeis. Não vos deixeis assustar com imaginações suscitadas pelo inimigo. Na oração, não vos entregueis a uma agitação confusa, multiplicando gritos sem nexo, mas acolhei a graça do Senhor na contrição e no arrependimento... Tende coragem, reconfortai-vos, resisti, preocupai-vos com as vossas almas, perseverai zelosamente na oração... Porque todos os que procuram Deus com verdade receberão uma força divina na sua alma e, recebendo essa unção celeste, todos sentirão em si o gosto e a doçura do mundo que há-de vir. Que a paz do Senhor, aquela que esteve com todos os santos padres e os guardou de todas as tentações, permaneça também convosco. Santo Isac o Sírio (séc. VII), monge em Nínive, perto de Mossul, no actual Iraque
Discursos ascéticos, 1ª série, nº 20

"O meu servidor não quebrará a cana fendida, não apagará a mecha que fumega... As nações colocarão a sua esperança no Seu nome"

Quero abrir a boca, irmãos, para vos falar do altíssimo assunto da humildade. E estou cheio de temor, como quem sabe que deve falar de Deus com a língua dos seus próprios pensamentos. Porque a humildade é a roupagem da Divindade. Fazendo-se homem, o Verbo revestiu-se de humildade. Através dela, viveu connosco dentro de um corpo. E todo o que vive na humildade torna-se verdadeiramente semelhante Àquele que desceu das alturas e cobriu a sua grandeza e a sua glória com as vestes da humildade, para que, ao vê-lo, a criação não fosse consumida. Porque a criação não teria podido contemplá-lo se Ele não tivesse tomado sobre si a humildade e não tivesse, assim, vivido com ela. Não teria havido face a face com Ele. A criação não teria ouvido as palavras da sua boca...
Por isso, quando a criação vê um homem revestido da semelhança do seu Mestre, ela o venera e honra, tal como o fez ao Mestre, que viu viver revestido de humildade. Com efeito, que criatura não se deixa enternecer diante do humilde? Contudo, enquanto a glória da humildade não se tinha revelado a todos em Cristo, desdenhava-se desta visão tão cheia de santidade. Mas agora a sua grandeza elevou-se aos olhos do mundo. Foi concedido à criação receber, na mediação do homem humilde, a visão do seu Criador. Por isso, o humilde não é desprezado por ninguém, nem sequer pelos inimigos da verdade. Aquele que aprendeu a humildade é venerado por causa dela, como se tivesse sobre si uma coroa e vestes de púrpura.

Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África)
Fonte: Evangelho Cotidiano

 

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

São Áquila, Apóstolo dos Setenta

San Aquilas el Apóstol

São Áquila era um judeu natural da cidade do Ponto, situada na Ásia Menor (província romana). Ele era um artesão (fazedor de tendas). Por volta do ano 52, ele e sua esposa Priscila conheceram São Paulo, na cidade de Corinto. O casal oferecera ao apóstolo hospedagem e, a partir daí tornaram-se discípulos de Cristo e fiel colaboradores do Apóstolo aos Gentios. Áquila e Priscila deram grande testemunho de fé e de serviço fiel e operoso ao Reino de Cristo. Entre outras afirmações das Sagradas Escrituras, temos este trecho da Carta de São Paulo aos Romanos:

"Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida expuseram a sua cabeça; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios"(Rom. 16:3-4). A data e as circunstâncias em que São Áquila adormeceu são desconhecidas.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Segunda-Feira, 6ª Semana após Pentecostes

Rm 16, 17-24; Mt 13, 4-9 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

 

“porque àquele que tem se dará, e terá em abundância; mas aquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado”.

Quem são os pobres desta vida? Não são os que têm poucos recursos. Pobres são aqueles que não conseguem enxergar o potencial de riquezas nos recursos que possuem, sejam estes parcos ou largos. Deus, o Pai, gracioso, que faz o seu sol brilhar sobre justos e injustos e a chuva cair sobre bons e maus, a ninguém deixou sem recursos. A uns Ele deu um pomar e, a outros, uma semente, que se plantada e regada (trabalho humano) fornecerá ao seu possuidor um pomar.

Moisés, em sua limitação psicológica, quando inquirido pelo Criador sobre o que ele tinha nas mãos, lhe respondeu: um cajado. E foi com este cajado que ele libertou o seu povo do Egito.

O tanto quanto Deus é gracioso, também é justo, pois, a quem muito é dado (um pomar), muito será pedido; e a quem pouco é dado (uma semente) pouco será pedido. O que multiplicar por seu trabalho e empenho os poucos recursos recebidos, receberá grande recompensa, mas, ao que desprezar os recursos recebidos, indignado e frustrado, terá sua parte tirada e partilhada com que soube do pouco fazer o muito.

O maior dom de Deus aos homens é Ele mesmo que se doa no Filho (oferecido em sacrifício) e no Espírito Santo (derramado sobre todos os que crêem). Rejeitar ou desprezar estes dons é como recusar a água, o sangue, o pão e depois querer permanecer vivo.

Os fracassos espirituais e materiais não provêm Daquele que do Alto nos doa os bens, mas daquele que administra o que recebe.

+ Mateus (Antonio Eça)

 

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

Sinaxis do Santo Arcanjo Miguel

Originalmente a comemoração do Santo Arcanjo Gabriel se dava em 26 de março. Acredita-se que a transferência da data aconteceu porque a data original coincidia com um período de uma Grande Festa, o que ofuscava a celebração daquele que anunciara as Boas Novas a Toda-Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria. De fato, é na presente data, que encontram-se listados nos livros litúrgicos, a partir do séc. IX, todos os milagres do Santo Arcanjo.

 

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domingo, 12 de julho de 2009

5º Domingo após Pentecostes

Rm 10, 1-10; Mt 8, 28-9, 1 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

“Al desembarcar en el territorio pagano de Gerasa, el texto sagrado nos presenta a Jesús como Mesías que viene a dar la libertad a los «oprimidos por el diablo». El ndemoniado de Gerasa, que vive entre los sepulcros, es innominable, da gritos y está lleno de inmundicia, es imagen plástica del mundo pagano al que Jesús, el compasivo samaritano, se acercó para iluminar «a los que viven en tinieblas y en sombra de muerte». Es la lucha de Jesús contra el mundo del pecado y del mal. Era legión el número de demonios que echó del poseso, y legión son las fuerzas del mal. Aquel que vivía entre las tumbas, abandonado de su familia y marginado de la sociedad, es imagen del pecador, de todo el mundo pagano, que necesita para salir de su postración el poder omnipotente y misericordioso de Cristo.

Estas personas olvidadas por su comunidad, y tachados como “caso perdido”, fueron rescatados por el Santo, que sin vacilar envió sus captores a despeñarse con un hato de cerdos en la mar. Cristo les permitió que se sentaran a sus pies, además vestirse y les restauró sus razones para vivir. La gratitud se manifestó al querer seguir a Jesús como discípulos, pero su origen no judío y su destino, hizo que nuestro amado Salvador les recomendara regresar a su hogar y ciudad para testificar la misericordia del Libertador de todos los que le buscan. Así es como regresaron a sus familias y testificaron en Decápolis de estas maravillas.

Estos gadarenos supersticiosos, al ver un extranjero judío que exorcizaba a los que causaban el terror de la zona, tuvieron temor y rogaron se fuera de sus contornos. Estos negociantes de Gesara no quisieron escuchar el Evangelio hecho carne, sólo temían perder ese ambiente controlado para crecer en su economía, aunque eso significara ver endemoniados en los alrededores.

Lo que esta gente presenció de aquí en adelante con los ex – habitantes de los sepulcros, fue de gran impacto y quizás pensaron ¿Qué más sacrificios se harán para ayudar a otros o liberarlos de sus yugos o de sus enfermedades? Como sea, Cristo envió los primeros misioneros a los gentiles desde un Cementerio.

Conocer el diálogo del Rabino con los demonios revela su autoridad para romper y expulsar las cadenas que atan al hombre. Las almas pueden salvarse y ser sanadas, pero habrán personas que no se contentan por eso. La gratitud está ausente de la boca de los que no desean sinceramente la libertad de los cautivos. Cuenta y relata también tú las maravillas que el Señor ha hecho contigo por su misericordia a todos los que se cruzan en tu camino.”

Dom Chrysóstomos,

Arcebispo do Equador e toda a América do Sul (AUOCA)

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

0712veronica

Santa Verônica (Berenice)

Segundo a tradição, Santa Verônica foi a mulher com o fluxo de sangue que recebera a cura por tocar na orla do manto de Cristo (Mt 9:20).

5º Domingo após Pentecostes

Rm 10, 1-10; Mt 8, 28-9, 1 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

“Al desembarcar en el territorio pagano de Gerasa, el texto sagrado nos presenta a Jesús como Mesías que viene a dar la libertad a los «oprimidos por el diablo». El ndemoniado de Gerasa, que vive entre los sepulcros, es innominable, da gritos y está lleno de inmundicia, es imagen plástica del mundo pagano al que Jesús, el compasivo samaritano, se acercó para iluminar «a los que viven en tinieblas y en sombra de muerte». Es la lucha de Jesús contra el mundo del pecado y del mal. Era legión el número de demonios que echó del poseso, y legión son las fuerzas del mal. Aquel que vivía entre las tumbas, abandonado de su familia y marginado de la sociedad, es imagen del pecador, de todo el mundo pagano, que necesita para salir de su postración el poder omnipotente y misericordioso de Cristo.

Estas personas olvidadas por su comunidad, y tachados como “caso perdido”, fueron rescatados por el Santo, que sin vacilar envió sus captores a despeñarse con un hato de cerdos en la mar. Cristo les permitió que se sentaran a sus pies, además vestirse y les restauró sus razones para vivir. La gratitud se manifestó al querer seguir a Jesús como discípulos, pero su origen no judío y su destino, hizo que nuestro amado Salvador les recomendara regresar a su hogar y ciudad para testificar la misericordia del Libertador de todos los que le buscan. Así es como regresaron a sus familias y testificaron en Decápolis de estas maravillas.

Estos gadarenos supersticiosos, al ver un extranjero judío que exorcizaba a los que causaban el terror de la zona, tuvieron temor y rogaron se fuera de sus contornos. Estos negociantes de Gesara no quisieron escuchar el Evangelio hecho carne, sólo temían perder ese ambiente controlado para crecer en su economía, aunque eso significara ver endemoniados en los alrededores.

Lo que esta gente presenció de aquí en adelante con los ex – habitantes de los sepulcros, fue de gran impacto y quizás pensaron ¿Qué más sacrificios se harán para ayudar a otros o liberarlos de sus yugos o de sus enfermedades? Como sea, Cristo envió los primeros misioneros a los gentiles desde un Cementerio.

Conocer el diálogo del Rabino con los demonios revela su autoridad para romper y expulsar las cadenas que atan al hombre. Las almas pueden salvarse y ser sanadas, pero habrán personas que no se contentan por eso. La gratitud está ausente de la boca de los que no desean sinceramente la libertad de los cautivos. Cuenta y relata también tú las maravillas que el Señor ha hecho contigo por su misericordia a todos los que se cruzan en tu camino.”

Dom Chrysóstomos,

Arcebispo do Equador e toda a América do Sul (AUOCA)

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

0712veronica

Santa Verônica (Berenice)

Segundo a tradição, Santa Verônica foi a mulher com o fluxo de sangue que recebera a cura por tocar na orla do manto de Cristo (Mt 9:20).

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sexta-feira, 5ª Semana após Pentecostes

Rm 16, 1-16; Mt 13, 4-9 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

 São Patrício

«Deus espera a nossa conversão»

Quando contemplo a ameaça suspensa sobre os culpados, no tempo de Noé, tremo, eu que também sou culpado de pecados abomináveis [...] Aos homens de então, ameaçou o Criador primeiro, porque esperava o tempo da sua conversão. Para nós também haverá a hora final, que desconhecemos, e que até aos anjos foi escondida (Mt 24,36). Nesse último dia, Cristo, o Senhor de antes dos séculos, virá, cavalgando nas nuvens, para julgar a Terra, como viu Daniel (7,13). Antes de esta hora cair sobre nós, supliquemos a Cristo, pedindo-lhe: «Salva da tua cólera todos os homens, pelo amor que nos tens, ó Redentor do Universo» [...]
O Amigo dos homens, vendo a maldade que então reinava, disse a Noé: «O fim de toda a humanidade chegou diante de mim, pois ela encheu a Terra de violência. Vou exterminá-la juntamente com a Terra» (Gn 6,13); «só a ti reconheci como justo nesta geração» (Gn 7,1). Constrói uma arca de madeiras resinosas [...] como uma matriz, ela carregará as sementes das espécies futuras. Fá-la-ás como uma casa, à imagem da Igreja [...] Nela te guardarei, a ti, que me rezas com fé: «Salva da tua cólera todos os homens, pelo amor que nos tens, ó Redentor do universo!»»
Com inteligência, o eleito cumpriu a sua obra [...], e pedia com fé aos homens sem fé: «Depressa! Saí do pecado, rejeitai a maldade, arrependei-vos! Lavai a mácula das vossas almas, conciliai pela fé o poder do nosso Deus [...].» Mas os filhos da rebelião não se converteram. À perversidade, acrescentaram ainda a dureza. Então Noé implorou a Deus, com lágrimas: «Fizeste que eu nascesse do seio da minha mãe; salva-me ainda dentro desta arca de socorro. Porque vou fechar-me nesta espécie de sepultura, mas quando me chamares, dela sairei pela tua força! Nela, vou prefigurar desde agora a ressurreição de todos os homens, quando salvares os justos do fogo, como a mim me salvas das ondas do mal arrancando-me do meio dos ímpios, eu que te rezo com fé, a Ti, o compassivo Juiz: «Salva da tua cólera todos os homens, pelo amor que nos tens, ó Redentor do universo!»»

S. Patrício (c. 385 - c.461), missionário e bispo

 

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

27 de Junho (Calendário Juliano): Santo Sansão de Constantinopla

 

Por volta do quinto século, um homem muito rico e generoso, chamado Sansão, fundou por sua própria conta um grande hospital para os doentes pobres de Constantinopla. Diz-se que Sansão era médico e sacerdote, e que havia se consagrado a atender com inesgotável solicitude aos que sofriam, física e/ou espiritualmente. Já durante a sua vida ele foi honrado com o título de «hospitaleiro» e de «pai dos pobres» e, após a sua morte, ele venerado como um santo. Seu hospital foi totalmente destruído por um terrível incêndio ocorrido no início do sexto século e, cinqüenta anos mais tarde, o imperador Justiniano empreendeu a sua reconstrução. Em datas posteriores, com incrível desprezo para com os dados cronológicos, intentou-se associar Santo Sansão ao imperador Justiniano, como sendo co-fundadores do hospital. Uma tentativa de apresentar São Sansão como amigo do imperador, a quem o santo havia curado milagrosamente de uma grave enfermidade. Ainda que, quando Justiniano se ocupava da construção da Igreja de Santa Sofia, Sansão teria convencido o imperador de construir, ao mesmo tempo, o hospital para os pobres. Alega-se que o imperador teria concordado imediatamente, pois que tinha uma grande dívida de gratidão para com Sansão, e este não aceitava outro pagamento que não fosse a construção do hospital. Mas, na realidade, Sansão morreu antes do ano 500, e Justiniano ascendeu ao trono de Constantinopla só mais tarde, no ano 527.

Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Isabel II contra padres homossexuais

por PATRÍCIA VIEGAS

 

A Rainha, líder suprema da Igreja de Inglaterra, escreveu aos anglicanos ortodoxos a dizer que compreende as suas "preocupações".

Isabel II escreveu várias cartas de apoio aos líderes do movimento tradicionalista anglicano que é contra as relações entre de pessoas do mesmo sexo e a ordenação de padres homossexuais. "Compreendo as preocupações" com o futuro da igreja anglicana, escreveu a Rainha numa missiva, citada pelo Daily Telegraph.

A monarca, de 83 anos, que é também a líder da Igreja de Inglaterra, enviou ainda os seus melhores desejos para o almoço que ontem decorreu, em Londres, com o objectivo de lançar uma nova aliança entre paróquias evangélicas e anglo-católicas da Grã- -Bretanha e da Irlanda.

O apoio da Rainha aos dissidentes anglicanos que no ano passado formaram, em Jerusalém, a Fraternidade dos Fiéis Anglicanos, surpreendeu até os próprios. "As cartas são muito reconfortantes", disse um líder evangélico, citado por aquele diário britânico. A Fraternidade dos Fiéis Anglicanos tem sido acusada pela corrente mais liberal de ser homofóbica e de estar a criar uma divisão dentro de uma igreja com 80 milhões de seguidores em todo o mundo.

"A homofobia é um mal moral e social tal como o racismo. Apelo ao bispo que se arrependa da sua homofobia pois o seu preconceito vai contra a doutrina cristã da compaixão", disse Pater Tatchell, defensor dos direitos dos homossexuais, em resposta às declarações do bispo de Rochester.

Michael Nazir-Ali, citado pelo jornal Sunday Telegraph, apelou aos homossexuais que se arrependam e disse que a Igreja de Inglaterra tem que seguir o ensinamento bíblico que diz que o casamento só deve acontecer entre um homem e uma mulher. Os anglicanos permitem que os padres se casem, mas com mulheres, não com pessoas do mesmo sexo.

A grande divisão entre as correntes liberal e tradicionalista deu--se com a ordenação, em 2003, do reverendo Gene Robinson, bispo da diocese de New Hampshire que é abertamente homossexual. A diferença de pontos de vista em relação a esta matéria levou os bispos mais ortodoxos a boicotarem no ano passado o tradicional encontro de anglicanos, a conferência do Lambeth. E a organizarem um evento paralelo em Jerusalém.

Vários líderes da então criada Fraternidade dos Fiéis Anglicanos escreveram à Rainha a lembrar-lhe o seu papel enquanto líder suprema da Igreja de Inglaterra. Isabel II respondeu agora a dizer que compreende as suas inquietações. A Igreja Anglicana é a igreja cristã estabelecida em Inglaterra. Fora dela é chamada Igreja Episcopal, principalmente em países como os EUA e a Austrália. Em 1534 a Igreja de Inglaterra separou-se da Igreja Católica, por iniciativa do rei Henrique VIII, que foi excomungado pelo Papa depois de pedir a anulação do seu casamento com Catarina de Aragão.

 

Fonte: Diário de Notícias

 

Nota do Autor do Blog:

A Igreja da Inglaterra após o cisma entre o Oriente e o Ocidente em 1054, ficou forçosamente sob jurisdição de Roma, submissão esta que na verdade lhe fora imposta por força de acordo político, já no séc. VI, quando Roma já estava sob domínio dos bárbaros e afastada politicamente do Império Romano do Oriente. No séc. XVI o Parlamento Inglês (Ato de Supremacia) retoma a autonomia da Igreja da Inglaterra, submetendo-a à autoridade da Coroa Britânica.

Isabel II contra padres homossexuais

por PATRÍCIA VIEGAS

 

A Rainha, líder suprema da Igreja de Inglaterra, escreveu aos anglicanos ortodoxos a dizer que compreende as suas "preocupações".

Isabel II escreveu várias cartas de apoio aos líderes do movimento tradicionalista anglicano que é contra as relações entre de pessoas do mesmo sexo e a ordenação de padres homossexuais. "Compreendo as preocupações" com o futuro da igreja anglicana, escreveu a Rainha numa missiva, citada pelo Daily Telegraph.

A monarca, de 83 anos, que é também a líder da Igreja de Inglaterra, enviou ainda os seus melhores desejos para o almoço que ontem decorreu, em Londres, com o objectivo de lançar uma nova aliança entre paróquias evangélicas e anglo-católicas da Grã- -Bretanha e da Irlanda.

O apoio da Rainha aos dissidentes anglicanos que no ano passado formaram, em Jerusalém, a Fraternidade dos Fiéis Anglicanos, surpreendeu até os próprios. "As cartas são muito reconfortantes", disse um líder evangélico, citado por aquele diário britânico. A Fraternidade dos Fiéis Anglicanos tem sido acusada pela corrente mais liberal de ser homofóbica e de estar a criar uma divisão dentro de uma igreja com 80 milhões de seguidores em todo o mundo.

"A homofobia é um mal moral e social tal como o racismo. Apelo ao bispo que se arrependa da sua homofobia pois o seu preconceito vai contra a doutrina cristã da compaixão", disse Pater Tatchell, defensor dos direitos dos homossexuais, em resposta às declarações do bispo de Rochester.

Michael Nazir-Ali, citado pelo jornal Sunday Telegraph, apelou aos homossexuais que se arrependam e disse que a Igreja de Inglaterra tem que seguir o ensinamento bíblico que diz que o casamento só deve acontecer entre um homem e uma mulher. Os anglicanos permitem que os padres se casem, mas com mulheres, não com pessoas do mesmo sexo.

A grande divisão entre as correntes liberal e tradicionalista deu--se com a ordenação, em 2003, do reverendo Gene Robinson, bispo da diocese de New Hampshire que é abertamente homossexual. A diferença de pontos de vista em relação a esta matéria levou os bispos mais ortodoxos a boicotarem no ano passado o tradicional encontro de anglicanos, a conferência do Lambeth. E a organizarem um evento paralelo em Jerusalém.

Vários líderes da então criada Fraternidade dos Fiéis Anglicanos escreveram à Rainha a lembrar-lhe o seu papel enquanto líder suprema da Igreja de Inglaterra. Isabel II respondeu agora a dizer que compreende as suas inquietações. A Igreja Anglicana é a igreja cristã estabelecida em Inglaterra. Fora dela é chamada Igreja Episcopal, principalmente em países como os EUA e a Austrália. Em 1534 a Igreja de Inglaterra separou-se da Igreja Católica, por iniciativa do rei Henrique VIII, que foi excomungado pelo Papa depois de pedir a anulação do seu casamento com Catarina de Aragão.

 

Fonte: Diário de Notícias

 

Nota do Autor do Blog:

 

A Igreja da Inglaterra após o cisma entre o Oriente e o Ocidente em 1054, ficou forçosamente sob jurisdição de Roma, submissão esta que na verdade lhe fora imposta por força de acordo político, já no séc. VI, quando Roma já estava sob domínio dos bárbaros e afastada politicamente do Império Romano do Oriente. No séc. XVI o Parlamento Inglês (Ato de Supremacia) retoma a autonomia da Igreja da Inglaterra e submetendo-a àautoridade da Coroa Britânica.

Mais de cem teólogos de várias partes do mundo se reunirão em Creta

Academia Ortodoxa de Kolymapari, Creta, Grécia

Academia Ortodoxa de Kolymapari, Creta, Grécia

Genebra - Suíça, 08 de Julho de 2009 [Ortodoxia.org] — A Academia Ortodoxa de Kolymapari, Creta - Grécia, sediará um encontro da Comissão Plenária de Fé e Constituição, do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), no período de 07 a 14 de outubro do corrente ano. Mais de cem teólogos e teólogas de todas as tradições cristãs estudarão sobre qual é a missão das igrejas no mundo e como adotar decisões sobre questões teológicas, ecumênicas e morais. Em entrevista, Dr. John Gibaut, Diretor da Comissão Plenária de Fé e Constituição, afirmou que este acontecimento promete ser um marco no diálogo ecumênico. Durante as reuniões, a Comissão Plenária de Fé Constituição (conhecida como o fórum de diálogo teológico mais amplo) examinará três temas importantes: O que significa ser igreja? Fontes de Autoridade; e Discernimento moral.

Fonte: Ecclesia NEWS

Quinta-Feira, 5ª Semana após Pentecostes

Rm 15, 17-29; Mt 12, 46-13, 3 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

“Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos...”

KSCAV63BA0CAWTJ2M4CAE7CSZQCAJMFNP7CA940Y31CAOE2QM5CAXLY6ABCA1KXYYYCA66M6GKCAXDHI68CAR3Z9HBCAA63DV5CACGZ43ECAA62CZGCACYVU0VCA3EO6YDCA1SUK9QCAUGJGRE

Santo Ambrósio de Milão, em seu comentário diz: “Somos Seus irmãos porque Sua Mãe ouviu a palavra e a pôs em prática”. De fato, pela desobediência de nossa primeira mãe, Eva, nos tornamos estranhos a Deus, mas, pela obediência da segunda Eva, Maria, Deus se encarnou e pode fazer a todos que o receberam seus irmãos, portanto, família de Deus. Todos os que cremos somos herdeiros da fé que habitou primeiro na Santa Mãe de Deus. Ela, a primeira a acolher Cristo, por sua obediência, gerou o Filho de Deus, sendo Mãe de todos os que crêem. Longe de desmerecer ou de esvaziar a importância de Sua Mãe, Cristo, na verdade lhe enaltece, pois, se a obediência a Deus faz de nós Seus parentes, quanto mais Àquela, que sem hesitação, se submeteu plenamente ao desígnio de Deus: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).

Nosso Grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, não desprezara sua Mãe com estas palavras, apenas queria demonstrar que o parentesco Divino não se alcança por herança ou descendência (não nasceram do sangue... João 1, 13), mas, pela obediência (a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem gerados filhos de Deus... João, 12).

Maria é a Mãe de todos os que obedecem a Deus, pois assim São João testemunha a revelação do Alto: “E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo” (Ap. 12:17). Esta mulher é a mesma que ele vira vestida do sol (Ap. 12:1) e que estando grávida, dera à luz a um varão que regerá todas as nações, sendo arrebatado para Deus e para Seu trono (Ap. 12:5).

+ Mateus

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

26 de Junho (Calendário Juliano): São João, bispo de Goths

 

São João é venerado nas igrejas do Oriente, mais que no Ocidente, devido à sua corajosa oposição aos iconoclastas. Era natural da região norte do Mar Negro, que compreendia a Criméia, e seu avô era um legionário armênio. Em 761, o então Bispo de Goths, uma importante cidade da região, aderiu à iconoclastia para ficar bem aos olhos do Imperador Constantino Coprônimo, que apoiava estas idéias e se dispunha a abolir as santas imagens. A adesão do bispo ao movimento iconoclasta foi recompensada com uma promoção ao posto mais elevado de Heraclea. Seus diocesanos, porém, mais ortodoxos que seu bispo, passaram a ignorá-lo como tal e, para o seu lugar, elegeram o bispo João. As autoridades aprovaram a eleição, mas os moradores de Goths tiveram de esperar pelo retorno do novo bispo que se encontrava em Jerusalém onde passou por três anos. Ao assumir a Sede, ele escreveu uma defesa da veneração que se dispensava às imagens e relíquias sagradas, bem como, sobre a prática de invocar aos santos. Seus argumentos estavam apoiados em citações dos Antigo e Novo Testamentos e nos ensinamentos dos Santos Padres. Clique aqui para ler mais»

Quinta-Feira, 5ª Semana após Pentecostes

Rm 15, 17-29; Mt 12, 46-13, 3 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

“Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos...”

KSCAV63BA0CAWTJ2M4CAE7CSZQCAJMFNP7CA940Y31CAOE2QM5CAXLY6ABCA1KXYYYCA66M6GKCAXDHI68CAR3Z9HBCAA63DV5CACGZ43ECAA62CZGCACYVU0VCA3EO6YDCA1SUK9QCAUGJGRE

Santo Ambrósio de Milão, em seu comentário diz: “Somos Seus irmãos porque Sua Mãe ouviu a palavra e a pôs em prática”. De fato, pela desobediência de nossa primeira mãe, Eva, nos tornamos estranhos a Deus, mas, pela obediência da segunda Eva, Maria, Deus se encarnou e pode fazer a todos que o receberam seus irmãos, portanto, família de Deus. Todos os que cremos somos herdeiros da fé que habitou primeiro na Santa Mãe de Deus. Ela, a primeira a acolher Cristo, por sua obediência, gerou o Filho de Deus, sendo Mãe de todos os que crêem. Longe de desmerecer ou de esvaziar a importância de Sua Mãe, Cristo, na verdade lhe enaltece, pois, se a obediência a Deus faz de nós Seus parentes, quanto mais Aquela, que sem hesitação, se submeteu plenamente ao desígnio de Deus: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).

Nosso Grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, não desprezara sua Mãe com estas palavras, apenas queria demonstrar que o parentesco Divino não se alcança por herança ou descendência (não nasceram do sangue... João 1, 13), mas, pela obediência (a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem gerados filhos de Deus... João, 12).

Maria é a Mãe de todos os que obedecem a Deus, pois assim São João testemunha a revelação do Alto: “E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo” (Ap. 12:17). Esta mulher estava grávida é a mesma que ele vira vestida do sol (Ap. 12:1) e que estando grávida, dera à luz a um varão que regerá todas as nações, sendo arrebatado para Deus e para Seu trono (Ap. 12:5).

+ Mateus

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

26 de Junho (Calendário Juliano): São João, bispo de Goths

 

São João é venerado nas igrejas do Oriente, mais que no Ocidente, devido à sua corajosa oposição aos iconoclastas. Era natural da região norte do Mar Negro, que compreendia a Criméia, e seu avô era um legionário armênio. Em 761, o então Bispo de Goths, uma importante cidade da região, aderiu à iconoclastia para ficar bem aos olhos do Imperador Constantino Coprônimo, que apoiava estas idéias e se dispunha a abolir as santas imagens. A adesão do bispo ao movimento iconoclasta foi recompensada com uma promoção ao posto mais elevado de Heraclea. Seus diocesanos, porém, mais ortodoxos que seu bispo, passaram a ignorá-lo como tal e, para o seu lugar, elegeram o bispo João. As autoridades aprovaram a eleição, mas os moradores de Goths tiveram de esperar pelo retorno do novo bispo que se encontrava em Jerusalém onde passou por três anos. Ao assumir a Sede, ele escreveu uma defesa da veneração que se dispensava às imagens e relíquias sagradas, bem como, sobre a prática de invocar aos santos. Seus argumentos estavam apoiados em citações dos Antigo e Novo Testamentos e nos ensinamentos dos Santos Padres. Clique aqui para ler mais»

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Quarta-Feira, 5ª Semana após Pentecostes

Jejum

Rm 15, 7-16; Mt 12, 38-45 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

 

Contemplação do Evangelho de Cristo

Icone de São Macário com um querubim

Fostes conduzidos pela mão à piscina baptismal, como Cristo o foi da cruz até ao túmulo que está diante de vós [nesta igreja do Santo Sepulcro]. Depois de terdes confessado a vossa fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo, fostes imersos três vezes na água e três vezes emergistes: era o símbolo dos três dias de Cristo no túmulo. Tal como o nosso Salvador passou três dias e três noites no coração da terra, também vós, ao sairdes da água depois da vossa imersão, haveis imitado Cristo... Quando imergistes, estáveis na noite, não víeis nada; mas ao sairdes da água estáveis como que em pleno dia. Num mesmo movimento, morrestes e nascestes; essa água que salva foi ao mesmo tempo o vosso túmulo e a vossa mãe...      
Estranho paradoxo! Não estamos verdadeiramente mortos, não fomos verdadeiramente sepultados, não fomos verdadeiramente crucificados nem ressuscitados; mas, se esta nossa imitação não é mais do que uma imagem, a salvação, essa é uma realidade. Cristo foi realmente crucificado, realmente sepultado e verdadeiramente ressuscitou, e toda esta graça nos é dada para que, participando nos seus sofrimentos e imitando-os, ganhemos na realidade a salvação. Que imenso amor pelos homens! Cristo recebeu os pregos nas suas mãos puras e sofreu; a mim, sem sofrimento e sem dor, Ele concede por esta participação a graça da salvação...
Sabemo-lo bem: se é certo que o baptismo nos purifica dos pacedos e nos dá o Espírito Sanrto, ele é também a réplica da Paixão de Cristo. É por isso que Paulo proclama: "Não o sabeis? Nós todos, que fomos baptizados em Jesus Cristo, foi na sua morte que fomos baptizados. Fomos portanto sepultados com ele no baptismo"... Tudo o que Cristo suportou, foi por nós e para nosso salvação, na realidade e não em aparência... Quanto a nós, tornamo-nos participantes  dos seus sofrimentos. Por isso, Paulo continua a proclamar: "Se nos tornámos um só com Crisrto, por uma morte semelhanse à sua, sê-lo-emos também por uma ressureição que se lhe assemelhe" Ro 6,3-5)

S. Macário (? - 405), monge no Egipto
Homilias espirituais, nº 51

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

25 de Junho (Calendário Juliano): Santa Febronia, Virgem e Mártir

 

A Santa virgem e mártir Febronia é venerada pelas igrejas do Oriente, incluindo a de Etiópia, enquanto que, no Ocidente, é conhecida e venerada nas cidades de Trani, Apúlia e Patti, na Sicília, onde se diz que são conservadas algumas de suas relíquias. Ela sofreu o martírio em Nísibis, na Mesopotâmia, por volta do ano 304, durante a perseguição de Diocleciano. Quando Febronia contava apenas dois anos de idade, seus pais a deixaram aos cuidados de sua tia Briene, que dirigia um monastério em Nísibis. Ali ela cresceu, tornando-se uma bela jovem de alma tão cândida que ignorava por completo o mundo exterior, preocupando-se apenas em adornar-se com as virtudes que a tornassem digna da promessa celestial. A tia Briene cuidou com escrupuloso esmero de sua educação, preparando-a para as tentações que, necessariamente a assaltariam, não permitindo que a sobrinha comesse senão de três em três dias, e obrigando-a dormir sobre uma estreita prancha de madeira. Febronia era uma menina inteligente, e soube aproveitar muito bem os ensinamentos que lhe eram ministrados, a tal ponto que, com idade de dezoito anos, recebeu a tarefa de ler e explicar as Escrituras para as monjas todas as sextas-feiras. Leia mais»

terça-feira, 7 de julho de 2009

Terça-Feira, 5ª Semana após Pentecostes

Rm 14,9-18; Mt 12,14-16; 22-30

«João não era a luz, mas veio para dar testemunho» (Jo 1, 8)

sanluca_battista Glorioso Profeta João Batista

O facto de o nascimento de João ser comemorado quando os dias começam a diminuir e o do Senhor quando os dias começam a aumentar tem um significado simbólico. Com efeito, o próprio João revelou o segredo desta diferença. As multidões tomavam-no pelo Messias em razão das suas virtudes eminentes, e alguns consideravam que o Senhor não era o Messias, mas um profeta, devido à fragilidade da Sua condição corporal. E João declarou: «Convém que Ele cresça e que eu diminua» (Jo 3, 30). E o Senhor cresceu verdadeiramente porque, quando foi olhado como profeta, deu a conhecer aos crentes do mundo inteiro que era o Messias. João diminuiu, porque aquele que as pessoas julgavam ser o Messias lhs apareceu, não como Messias, mas como anunciador do Messias.
É normal, pois, que a claridade do dia comece a diminuir a partir do nascimento de João, dado que a sua reputação de divindade havia de desvanecer-se e o seu baptismo em breve desapareceria. Como também é normal que a claridade dos dias recomece a aumentar a partir do nascimento do Senhor, pois Ele veio à terra revelar a todos os pagãos as luzes de um conhecimento que, até então, só os judeus possuíam em parte, e difundir por todo o mundo o fogo do Seu amor.

São Beda, o Venerável (c. 673-735), monge,
Homilia II, 20; CCL 122, 328-330

(trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 487-488)

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

24 de Junho (Calendário Juliano): Natividade do Venerável Profeta e Glorioso Precursor São João Batista

 

Natividade do Glorioso Profeta e Precursor São João Batista

Neste dia 24 de junho, os cristãos do Oriente e do Ocidente celebram o nascimento de São João Batista. Também coincide, nas duas tradições, a data em que se celebra o seu martírio em 29 de agosto. No Oriente bizantino, porém, as comemorações do grande Profeta e Precursor são, sem dúvida, mais numerosas. Com relação ao nascimento, os calendários bizantinos assinalam, no dia 23 de setembro, a data da concepção do «glorioso Profeta, Precursor João, o que batizou Jesus no Jordão». É comum iconografar São João Batista na forma de um Anjo. Com efeito «era mais que um homem», como diz o evangelho, e a palavra «mensageiro» em grego «ággelos», coincide com nossa tradução. Sendo um dos santos mais venerados no Oriente bizantino, é compreensível que muitas sejam as formas de representá-lo em ícones: encontramo-lo representado sozinho, ou em episódios da sua vida, especialmente o da sua decapitação.

A Igreja Ortodoxa também comemora no dia de hoje São Panaguiotis, o Novo Mártir. Este santo foi martirizado, em Constantinopla, por sua fé cristã, no ano de 1265, aos 20 anos de idade. Outra tradição registra que seu martírio teria ocorrido no dia 24 de junho de 1767. Suas relíquias se encontram na Igreja da “Fonte que dá a vida”, em Constantinopla.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Segunda-Feira, 5ª Semana após Pentecostes

Rm 12, 4; 5, 15-21; Mt 12, 9-13  (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

Contemplação do Evangelho de Cristo

Cristo deu a Sua vida por ti e tu continuas a detestar aquele que é um servo como tu? Como podes avançar em direcção à mesa da paz? O teu Mestre não hesitou em suportar por ti todos os sofrimentos, e tu recusas-te a renunciar sequer à tua cólera? [...] «Aquele ofendeu-me com gravidade, dizes tu, foi tantas vezes injusto para comigo, chegou mesmo a ameaçar-me de morte!» O que é isto? Ele ainda não te crucificou, como os inimigos do Senhor O crucificaram.
Se não perdoas as ofensas do teu próximo, o teu Pai que está nos céus também não te perdoará as tuas faltas (Mt 6, 15). O que te diz a tua consciência quando pronuncias estas palavras: «Pai Nosso, que estás nos céus, santificado seja o Vosso nome» e o que se segue? Cristo não fez diferenças: Ele derramou o Seu sangue por aqueles que derramaram o Dele. Serias capaz de fazer algo semelhante? Quando te recusas a perdoar ao teu inimigo, é a ti que causas mal, não a ele [...]; o que tu preparas é o teu próprio castigo no dia do julgamento. [...]
Escuta o que diz o Senhor: «Quando fores apresentar a tua oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e depois volta para apresentar a tua oferta». [...] Porque o Filho do homem veio ao mundo para reconciliar a humanidade com o Pai. Como diz São Paulo: «Agora Deus reconciliou consigo todas as coisas» (Col 1, 22); «pela cruz [...], levando em Si próprio a morte à inimizade» (Ef 2, 16).

São João Crisóstomo (c. 345-407), Patriarca de Constantinopla,
Homilia sobre a traição de Judas

Fonte: EAQ 

 

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

23 de Junho: Santa Agripina, Virgem e Mártir

Santa Agripina, virgem e mártir, é muito venerada na Sicília e, em menor medida, na Grécia. Sabe-se que era uma jovem de nascimento nobre e que, por causa de sua fé cristã teria morrido, ou por decapitação ou depois de duros açoites, durante o reinado de Valeriano, ou na perseguição de Diocleciano. Após o martírio, três mulheres cristãs de nomes, Bassa, Paula e Agatônice recolheram o corpo da jovem Agripina e levaram-no para Mineo, na Sicília, para ali sepultá-lo. Parece que, em seu túmulo, muitos milagres foram operados, incluindo curas de males irremediáveis e de pessoas possessas. Sabe-se que as relíquias da santa foram trasladadas de Sicília para Constantinopla, presumivelmente, para evitar a profanação pelos infiéis. Santa Agripina é invocada contra os espíritos malignos, hanseníase e tempestades violentas.

Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

domingo, 5 de julho de 2009

Patriarca de Moscou visita o Patriarca Ecumênico e de Constantinopla, Bartolomeu I.

Rencontre entre les patriarches de Moscou et de Constantinople

O Patriarca de Moscou e de toda Rússia, Cyrilo de Smolensk, chegou a Constantinopla (Istambul) neste último 4 de julho para uma visita fraterna ao Patriarcado Ecumênico. Esta é a primeira de uma série de vistas que ele fará a todas as demais Igrejas locais, conforme reza a tradição do Oriente.

Após ofício realizado na Catedral de São Jorge, S.S Bartolomeu I e Sua Beatitude Cyrilo se dirigiram para a residência do Patriarcal, onde em seu salão principal discursaram.

Em sua saudação de anfitrião, Bartolomeu I lembrou que conhecia o novo Patriarca Russo desde os tempos que ele, então Arquimandrita, representava a Igreja Russa no Concílio Mundial de Igrejas, e que a escolha de Cyrilo como Patriarca da Rússia, não o surpreendeu, devido aos grandes serviços por ele prestados à Igreja.

Por sua parte, o Patriarca Cyrilo recordou os laços que unem a Igreja Russa à Igreja de Constantinopla, da qual é filha e, que ele, Cyrilo, estava particularmente emocionado ao visitar a cidade que está gravada na memória de todo russo. Por fim, anunciou o seu programa de visitas a todas as igrejas ortodoxas e expressou sua convicção de sua visita contribuirá para renovar os laços fraternos entre os dois principais Patriarcados da Igreja Uma, santa, Católica e Apostólica.

Fonte: Igreja Russa

5º Domingo após Pentecostes

Rm 6, 18-23; Mt 8, 5-13 (Para ler os textos, clicar em cima das referências)

 

Contemplação do Evangelho

cristo_lecionario Centurião, era um oficial do exército romano que comandava uma legião de cem soldados, formando com ele uma pequena base militar em locais estratégicos para assegurar a ordem e bom andamento do Império. Vale notar que todos os centuriões mencionados nos Evangelhos e no Livro dos Atos dos Apóstolos eram pessoas de boa índole, que se comoviam diante das necessidades e dos flagelos. Por exemplo: o Centurião que comandava os soldados que crucificaram Jesus reconheceu e confessou que Ele era o Filho de Deus (Mt 27,57) e inocente das acusações que lhe eram atribuídas. (Lc 23, 47).

O Evangelho desta semana nos mostra justamente este lado humano daqueles que a princípio eram vistos como frios soldados a serviço de um império que massacrava. Mateus e Lucas narram este episódio.

A cura do criado do Centurião romano que pede a Jesus por ele, verifica que podemos e devemos rezar por nossos irmãos e não somente por nossas próprias necessidades. São Teófilo de Antioquia um dos primeiros célebres da Patrística (II século), enaltece o coração daqueles que sentem que o seu próximo está necessitado de ajuda espiritual.

Segundo o relato admirável de Lucas, um Centurião romano tinha enfermo de morte um criado a quem estimava muito. Ao ouvir falar de Jesus, enviou-lhe servos, pedindo-lhe que fosse curar o seu criado. Os enviados foram até o Senhor. Quando este já estava se aproximando da casa, envia uma segunda delegação por meio de uns amigos:

Senhor, não precisas incomodar-te, porque eu não sou digno de que entres em minha casa; por isso também não me julguei digno de ir ter contigo; mas dize uma só palavra e o meu criado será salvo».

Se vale de um argumento de acordo com sua psicologia militar:

[...] pois até eu que sou um subalterno tenho soldados à minha disposição e digo a um: vá, e ele vai; e a outro: venha, e ele vem; e, ao meu empregado: faça isso, e ele faz».

Ao ouvir isto, Jesus se admirou dele e, voltando-se para a gente que o seguia, disse: "nem em Israel encontrei tanta fé". Ao voltar para casa os enviados encontraram o criado são. Embora nenhum dos dois interlocutores do colóquio à distância, - Jesus e o Centurião - se conhecesse um ao outro, há, não obstante, um diálogo muito próximo, porque a fé do suplicante e a palavra eficaz de Jesus encurtam o espaço físico. O Centurião romano admira a pessoa e o poder sobrenatural de Jesus, e o Senhor por sua vez faz elogios à sua fé. Grande maturidade humana em ambas as personalidades, pois uma das qualidades que engrandecem uma pessoa é sua capacidade de reconhecer os gestos nobres dos outros, demonstrando assim sensibilidade para apreciar os valores.

O Evangelista São Mateus relata que o próprio Centurião foi ao encontro do Senhor. Embora haja diferenças na narrativa, os escritores sagrados concordam em ressaltar a fé do Centurião que fez o Senhor proferir palavras de admiração. Sem duvidas um grande elogio, mas também uma triste constatação. E um alerta para todos nós!

Para o Centurião não era necessário que o Senhor fosse à sua casa, bastava uma palavra sua. Nós muitas vezes não confiamos desta maneira exemplar na Providencia. Somos mais exigentes e tal exigência revela nossa "pouca fé". É preciso ser humildes para pedir e grandes no confiar.

O centurião de Cafarnaúm é modelo de ambas as virtudes. Todos os grandes cristãos da história foram profundamente humildes diante de Deus e dos homens, embora fossem grandes personalidades, grandes sábios ou grandes santos. De fato, são duas virtudes que vão unidas. Aquele que crê em Deus santo e misericordioso, quando se vê a si mesmo pecador e mesquinho, não pode exclamar senão com sinceridade: "Senhor, eu não sou digno!" Assim rezava também o Publicano da parábola: "Tem compaixão de mim". Ele mereceu o favor de Deus, pois seu amor e salvação são sempre gratuitos e não se devem a nossos méritos. O fato de pedir pelo outro mostra a grandeza do coração humilde.

Na Divina Liturgia de São João Crisóstomo os momentos de súplicas são recorrentes, pontuando seu desenvolvimento, do início ao final. Uns em favor dos outros, desde aqueles que ocupam cargos mais elevados aos mais humildes dos servos, não excetuando as almas dos falecidos para quem sempre devemos pedir o descanso eterno.

Elevemos, então nossos corações aos Céus e, com humildade, não nos cansemos de repetir com os mais piedosos e santos monges de todos os tempos:

Kyrie eleison!, Kyrie eleison! Kyrie eleison!

Fonte: Ecclesia

 

SANTORAL (UMA TÃO GRANDE NUVEM DE TESTEMUNHAS)

22 de Junho (Calendário Juliano): Santo Eusébio, bispo de Samosata

Nada se sabe sobre a origem e a primeira parte da vida de Santo Eusébio. A história começa a registrar sua existência por volta do ano 361, quando já era bispo de Samosata e, como tal, participou do sínodo convocado em Antioquia para eleger o sucessor de bispo Eudoxio. Justamente, pelos esforços que empreendeu o bispo Eusébio, o Sínodo elegeu São Melécio, antigo bispo de Sebaste, e um homem venerado por sua piedade e sabedoria. Grande parte dos eleitores eram arianos e alimentavam a esperança de que, se votasse em favor de Melecio, este iria favorecer a sua doutrina, pelo menos tacitamente. Os arianos, porém, se decepcionaram ao ouvir no primeiro discurso do novo bispo de Antioquia, na presença do imperador Constâncio, que também era ariano, a reafirmação da doutrina ortodoxa da Encarnação, tal como havia sido exposta no Credo de Nicéia. Após este sermão, os arianos, furiosos, procuraram de todas as formas se livrarem do bispo, e o imperador Constâncio enviou um emissário a Santo Eusébio para pedir-lhe que entregasse as Atas Sinodais da eleição que havia sido confiada aos seus cuidados. Santo Eusébio respondeu que não poderia fazê-lo sem o prévio consentimento e aprovação de todos e cada um dos signatários. Este foi então ameaçado de ter sua mão direita decepada, se persistisse em sua atitude. O santo, estendendo as suas duas mãos, disse estar disposto e pronto a perdê-las, antes que trair a confiança que nele havia sido depositada. O imperador ficou muito impressionado com a coragem do bispo e já não mais insistiu. Durante algum tempo após esse incidente, Santo Eusébio participou ainda nos concílios e conferências dos arianos e semi-arianos, a fim de sustentar a verdade e na esperança e alcançar a unidade, mas a partir do Concílio de Antioquia, em 363, Santo Eusébio deixou de comparecer nas reuniões, porque percebeu que sua atitude escandalizava aos ortodoxos. Nove anos mais tarde, atendendo a um chamado urgente do já idoso São Gregório de Nazianzo, foi à Capadócia e lá exerceu sua influência e experiência em favor de São Basílio, na eleição para a sede vacante de Cesaréia. Tão notáveis foram os serviços prestados nessa ocasião que o jovem Gregório, numa carta escrita, refere-se a Eusébio como «a coluna da verdade, luz do mundo, instrumento da graça de Deus para o seu povo, apoio e glória de toda a ortodoxia». Entre São Basílio e Santo Eusébio se estabeleceu uma sincera amizade que continuou, mais tarde, através das cartas. Quando teve início a perseguição de Valente, Santo Eusébio, não satisfeito em proteger os seus próprios fiéis da heresia, empreendeu, de maneira incógnita, várias viagens para a Síria e Palestina para fortalecer a fé dos católicos, ordenar sacerdotes e ajudar aos bispos ortodoxos a nomear verdadeiros e dignos pastores para ocupar as sedes que ficavam vacantes. Seu extraordinário zelo despertou a animosidade dos arianos e, em 374, o Imperador Valente promulgou uma ordem que o condenava ao exílio em Trácia. Quando o oficial encarregado de fazer cumprir a ordem imperial foi apresentado a Santo Eusébio, o bispo rogou-lhe para que procedesse com toda a discrição, pois, se o povo suspeitasse do que estava acontecendo, podiam eles ser atacados e até mortos. Naquela mesma noite, portanto, depois de rezar o ofício, como de costume, enquanto todos dormiam, deixou calmamente a sua casa em companhia de um dos seus servidores, indo em direção ao Eufrates onde embarcou. Na manhã seguinte, quando alguns de seu povo perceberam que ele tinha partido, saíram em sua busca; alguns, tendo-o encontrado, suplicaram entre lágrimas, para que não os deixasse. Ele também chorou muito diante das manifestações de afeto daquelas pessoas, mas explicou-lhes que era necessário obedecer as ordens do imperador, exortando-os a confiar em Deus que tudo seria resolvido satisfatoriamente a seu tempo. Seus fiéis, numa demonstração de fidelidade ao seu bispo, recusaram-se a qualquer contato com os dois bispos arianos que ocuparam a sede durante seu exílio. A morte de Valente, em 378, pôs fim à perseguição e Santo Eusébio que pode então retornar à sua sede e ao seu povo. Os sofrimentos do exílio em nada diminuíram seu zelo e piedade. Graças aos seus esforços, restabeleceu, em toda a sua diocese, a unidade ortodoxa, e as sedes vizinhas foram ocupadas por prelados ortodoxos. Santo Eusébio estava visitando a cidade de Dolikha para lá instalar um bispo, quando uma mulher ariana, escondida no telhado de uma casa, atirou-lhe uma pesada pedra sobre a sua cabeça. O golpe que recebeu foi fatal e, como conseqüência, morreu alguns dias depois, tendo a promessa de seus amigos de que não reagiriam perseguindo ou castigando sua agressora.

Fonte: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

sábado, 4 de julho de 2009

Fifa repreende comemoração religiosa da seleção brasileira

 

Federação manda alerta à CBF após o Brasil ser acusado de utilizar o futebol como palco para a religião.
GENEBRA - A comemoração da seleção pelo título da Copa das Confederações e o comportamento dos jogadores brasileiros após a vitória sobre os Estados Unidos causam polêmica na Europa. A queixa é de que o time brasileiro estaria usando o futebol como palco para a religião.
A Fifa confirmou ao Estado que mandou um alerta à CBF pedindo moderação na atitude dos jogadores mais religiosos, mas indicou que por enquanto não puniria os atletas, já que a manifestação ocorreu após o apito final.
Ao final do jogo contra os EUA, os jogadores da seleção fizeram uma roda no centro do campo e rezaram. A Associação Dinamarquesa de Futebol é uma das que não estão satisfeitas com a Fifa e quer posição mais firme. Pede punições para evitar que isso volte a ocorrer.
Com centenas de jogadores africanos, vários países europeus temem que a falta de uma punição por parte da Fifa abra caminho para extremismos religiosos e que o comportamento dos brasileiros seja repetido por muçulmanos que estão em vários clubes europeus hoje.
Tanto a Fifa quanto os europeus concordam que não querem que o futebol se transforme em um palco para disputas religiosas, um tema sensível em várias partes do mundo. Mas, por enquanto, a Fifa não ousa punir a seleção brasileira.
"A religião não tem lugar no futebol", afirmou Jim Stjerne Hansen, diretor da Associação Dinamarquesa. Para ele, a oração promovida pelos brasileiros em campo foi "exagerada". "Misturar religião e esporte daquela maneira foi quase criar um evento religioso em si. Da mesma forma que não podemos deixar a política entrar no futebol, a religião também precisa ficar fora", disse o dirigente ao jornal Politiken, da Dinamarca.
Ao Estado, a entidade confirmou que espera que a Fifa tome "providências" e que busca apoio de outras associações.
As regras da Fifa de fato impedem mensagens políticas ou religiosas em campo. A entidade prevê punições em casos de descumprimento. Por enquanto, a Fifa não tomou nenhuma decisão e insiste que a manifestação religiosa apenas ocorreu após a partida. Essa não é a primeira vez que o tema causa polêmica. Ao fim da Copa de 2002, a comemoração do pentacampeonato brasileiro foi repleta de mensagens religiosas.
A Fifa mostrou seu desagrado na época. Mas disse que não teria como impedir a equipe que acabara de se sagrar campeã do mundo de comemorar à sua maneira. A entidade diz que está "monitorando" a situação. E confirma que "alertou a CBF sobre os procedimentos relevantes sobre o assunto". A Fifa alega que, no caso da final da Copa das Confederações, o ato dos brasileiros de se reunir para rezar ocorreu só após o apito final. E as leis apenas falam da situação em jogo. O Estado não conseguiu contato com Rodrigo Paiva, assessor da CBF, para comentar o caso.

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